Obrigados a mudar constantemente o visual, empresas alegam não terem tempo para colocar veículos nas ruas dentro das exigências feitas pela EMTU como mudanças na cor e destaque para nome do Governo do Estado de São Paulo
Por Adamo Bazani
As empresas de ônibus que operam linhas intermunicipais nas três Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo têm sido obrigadas a alterar suas pinturas a toque de caixa, por exigência da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos. Os serviços de funilaria e pintura não param sequer aos domingos e nossa reportagem constatou que empresas com frota menor ou mais antiga têm liberado veículos com pinturas incompletas para atenderem as escalas.
Muitos usuários criticam a padronização pois preferem que cada empresa tenha sua identidade visual própria. Pior, porém, é a ‘falsa’ padronização. Isso ocorre pela pressa das empresas em atender as exigências da EMTU. O serviço não fica bem acabado e informações visuais como nome da gestora, da empresa e a indicação que o ônibus é de serviço intermunicipal e metropolitano acabam, literalmente, ficando em branco.
Literalmente porque a “grande” mudança de padrão de pintura dos ônibus intermunicipais foi a troca do detalhe na cor vermelha para a cor branca no desenho da EMTU, imposta às empresas que transportam passageiros entre municípios dentro das regiões de São Paulo, Campinas e Baixada Santista. As viações confirmam, mesmo que não oficialmente, a pressão para a mudança no detalhe da cor.
Além de pinturas incompletas, sem informações, esta pressa faz com que os trabalhos não sejam feitos de maneira ideal e, em vez de todos os ônibus apresentarem um lay out único, como é a proposta da padronização, que ocorre em São Paulo desde os anos de 1990, cada empresa acaba colocando prefixos em lugares diferentes, nomes da viação, da EMTU, o símbolo da gerenciadora e a inscrição “metropolitano” em tamanhos de letras desiguais de companhia para companhia.
As cobranças são tantas que até veículos antigos que estão prestes a serem vendidos têm de ser pintados de acordo com a mudança estipulada pela EMTU no ano passado.
Oficialmente, a EMTU desmente que as empresas estejam sendo pressionadas e não reconhece que as alterações a toque de caixa têm provocado serviços incompletos. Segundo a gestora, erros na pintura são de responsabilidade das viações que recebem todas as indicações para seguir os padrões visuais.
Nossa reportagem ficou por apenas 15 minutos próximo a um hospital em Santo André, no ABC Paulista, na tarde de domingo, na rua Coronel Alfredo Fláquer e constatou as diferenças entre os veículos e pinturas incompletas.
O primeiro veículo intermunicipal a passar foi da Empresa Auto Ônibus Circular Humaitá. O ônibus estava sem a inscrição “Governo do Estado de São Paulo”, sem o nome da gerenciadora (EMTU) e sem a inscrição “Metropolitano”, que indica que a linha liga pelo menos dois municípios. Em seguida veio um carro da Viação São José de Transportes. A pintura estava completa com o nome da empresa, gerenciadora e símbolo do sistema metropolitano. Logo atrás, veio um EAOSA com os mesmos dados, porém com caracteres diferentes, menores que os da empresa anterior.
Adamo Bazani, busólogo, repórter da CBN e observador
NB: Para ver as imagens dos ônibus citados neste texto, visite o álbum do CBNSP no Flickr

O pior nos transportes coletivos é a qualidade. Ainda não é adequada.
Os veículos com pisos rebaixados garantem passagem para os portadores de necessidades especiais, mas não garantem o idoso e as pessoas que possuem menos energia para andar pelos corredores com degraus entre a entrada, cobrador e degraus que dão acesso ao fundo do ônibus. O risco na arrancada do motorista ou freadas bruscas são iminentes de queda.
Já presenciei e prestei ajuda. Felizmente, foi somente um susto.
As paradas em pontos não acontecem no local determinado e na descida os passageiros têm que brigar com os veículos que estão estacionados ou terem que se deslocar até o local onde ele parou. No caso da subida ao coletivo o fato também é semelhante.
A limpeza é inadequada.
Os corredores nas vias são habitados por motos, taxis que vivem trocando de faixas e motoristas “espertos”. Estes, por várias vezes, fotografados e divulgados neste espaço.
Estou tentando dar minha contribuição para a melhoria do trânsito e utilizando mais este veículo e ainda observo, além das questões acima, um fato curioso. Nas avenidas principais por ando passo os ônibus estão vazios, enquanto ao redor o trânsito continua caótico.
Neste caso está faltando a nossa parte.
Como anda os arredores nos bairros da cidade? Será que eles continuam lotados?
Prezados
Como conhecemos bem a burocracia, ja sabemos quando esses onibus estarão pintados!
Abcs
A maior besteira (pra não dizer outra coisa) que já se fez em matéria de transporte foi essa padronização (ridícula, por sinal). Por acaso ela agrega algum valor ao serviço prestado? Acho que não! É o tipo da coisa que é feita apenas para os “técnicos” entenderem. Qual o mal em cada empresa ter sua própria pintura? Se fosse para padronizar, porque não adotar o sistema saia-e-blusa? Onde cada município adotaria uma cor padrão para a saia (parte inferior da carroçeria) e a blusa seria de livre escolha de cada empresa?
Acho que a EMTU deveria se preocupar sim é com a alta idade média de operação (tem empresa operando carros com mais de 15 anos!!!)
PS; Aquele “ponto” que separa o 2º do 3º dígito do veículo, em algumas empresas acaba virando um “traço”…rsrsrs
Adamo, eu gostaria de saber sua opinião sobre a identificação das linhas através de números, que eu acho muito confusa em S.Paulo.
Cito como exemplo as linhas 5106-10 (Lgo S.Francisco/Divisa de Diadema) e 5106-31 (Pça Princesa Isabel/Divisa de Diadema). Já peguei o ônibus errado algumas vezes porque tenho que ficar atento aos últimos números, que nem sempre são mostrados no letreiro superior e sim no parabrisa do veículo.
Por que não se utiliza um sistema um pouco mais simples? Uma combinação de três números e uma letra (como observamos em algumas linhas) não seria suficiente para identificar todas as linhas da capital?
CONFUSÃO ? QUE CONFUSÃO ? NÃO EXISTE . AQUI É TUDO MUITO CLARO ,BASTA GOSTAR E ENTENDER DE FUTEBOL . OU OS SENHORES NÃO TOPARAM COM ALGUNS ÔNIBUS CUJO ITINERÁRIO ERA ” RUMO AO HEXA “.
MAS , TUDO ISSO VAI ACABAR . A ORDEM VAI SER RESTABELECIDA .A AUTORIDADE MÁXIMA AINDA NÃO SE PRONUNCIOU . QUEM SABE , A EXEMPLO DOS TAXIS , OS ONIBUS VENHAM A SER TODOS BRANCOS E OS NÚMEROS, PODERÃO SER SUBSTITUIDOS POR ALGARISMOS ROMANOS , ALÉM DE LIMITADOS , SERÃO DIDÁTICOS” !