Marcelo Henrique, PSOL, quer ser senador; ele é otimista

 

Marcelo Henrique PSOLSorridente e otimista (e com tosse como todo morador de São Paulo). Assim o candidato ao Senado pelo PSOL Marcelo Henrique se apresentou no estúdio do CBN SP para a entrevista desta quinta-feira. Disse que o partido quer ser uma opção aos brasileiros com propostas diferentes e estruturais; e ele não quer apenas marcar posição nesta campanha, quer vencer: “acredito sempre, tenho fé de que podemos mudar este País:”

Dito isso, vamos aos fatos: Marcelo Henrique não tem mais de 2% das intenções de voto nas pesquisas em uma disputa que tem 15 candidatos para duas vagas; está em um partido a quem coube tempo restrito no rádio e na TV e um caixa de campanha ainda mais limitado. Dos R$ 7 mil que arrecadou até agora, R$ 4 mil saíram do bolso do próprio candidato, segundo prestação de contas.

Apesar disso, insiste na sua capacidade de superar os concorrentes identificados por ele como “políticos antigos e artistas famosos”: “sou otimista”.

Ouça a entrevista de Marcelo Henrique, do PSOL, ao CBN São Paulo

Ao mesmo tempo que tenta convencer o eleitor de sua chance, não esconde que o objetivo do PSOL, em sua terceira eleição desde a fundação em 2005, é reeleger os atuais dois deputados estaduais e seu único federal por São Paulo. Depois, sim, tentar mudanças na lei eleitoral para equilibrar a disputa. E um dos caminhos seria acabar com as doações de empresas a partidos e candidatos e manter as campanhas com dinheiro público.

Para Marcelo Henrique, é o financiamento mantido por grandes empresários, banqueiros e agronegócio que impede a redução da desigualdade social. “Eles não tem interesse em melhorar a qualidade do ensino público” – é o que diz. A forma como o dinheiro do Orçamento da União é aplicado confirmaria sua tese: 35% são gastos com juros das dívidas pública e externa; apenas 5% vão para a saúde; e 2,8% para a educação.

De onde tirar o dinheiro público para colocar na campanha? Da isenção das empresas de comunicação que chega a R$ 800 milhões como contrapartida pela transmissão do horário eleitoral. São R$ 7 por eleitor, segundo cálculo do TSE.

O nome do candidato do PSOL ainda não aparece na lista dos inscritos no site do Ficha Limpa, mas o cadastro deve ser efetivado em breve – é o que promete. Segundo os organizadores do site, Marcelo Henrique acessou o serviço nesta semana, mas não concluiu o cadastro. A assessoria dele voltou a fazer contato, logo após a entrevista, e deve providenciar os documentos necessários.

Terminada a conversa no CBN São Paulo, feitas as despedidas de praxe, lá se foi Marcelo Henrique para mais uma caminhada pelas ruas da cidade. Desta vez, na Praça do Patriarca, onde tentará ganhar mais um voto. Vai precisar de pelo menos 11 milhões para se eleger. “A gente precisa sonhar”

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