Criminosos vão recuar e Estado tem de se manter alerta

 

O Rio de Janeiro está sob ataque de uma confederação criminal disposta a difundir o medo na população e enfraquecer a implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) por meio de ações espetaculares. A avalição é do especialista em combate a violência e a máfia Walter Maierovitch, publicada no blog Sem Fronteiras. No entender dele, a primeira onda coordenada dos criminosos atingiu sua finalidade e a tendência agora é submergir para voltar a surpreender. Por isso, alerta a necessidade das forças de segurança se manterem em prontidão.

Por “confederação criminal” entenda-se a união de facções rivais para promover, nos centros de grande concentração urbana, ameaças contra o Estado e a população. Internacionalmente, a Camorra campana – da região meridional da Campânia, na Itália – é a mais conhecida. São grupos que não tem cúpula nem governo.

No Rio, a confederação é formada pelo Comando Vermelho (CV), Amigos dos Amigos (ADA) e Milícias (organização paramilitar). Maierovitch esclarece que apesar de empregar método terrorista, “não se confunde com as organizações terroristas, cuja ideologia não é o lucro”.

Para ele os ataques ocorrem por “ordem de líderes não devidamente isolados em presídios de segurança máxima” que reagem a retomada de território e do controle social pelo Estado que abalaram e desfalcaram financeiramente as facções. Várias facções se deslocaram para o Complexo do Alemão e para Vila Cruzeiro e os migrantes passaram a concorrer, economicamente, com os grupos que já estavam instalados por lá.

Imagina agora que haverá o recuo destas facções até que o Estado saia de prontidão e os cidadão voltem à rotina. Por isso, recomenda: Espera-se que o governo do Rio não negocie com a criminalidade e agilize a implantação das UPPs


Leia o artigo completo no Blog Sem Fronteiras

6 comentários sobre “Criminosos vão recuar e Estado tem de se manter alerta

  1. Realmente, precisamos de Paz! Brisa do mar , calor do sol venham sobre o Rio, Rio de Janeiro! Seus filhos de longe e de perto acreditam na Paz. A sua grandeza é bem maior do que estamos vendo pela Rede de comunicação nesse momento de sua dor . Vai superar tudo isso… Por que você Rio, continua lindo e veremos ainda mais lindo! E sem violência!
    Sua admiradora!
    Luciah

  2. Enquanto tiver pessoas consumindo e comprando drogas dos traficantes, será um trabalho muito duro querer acabar com esses cartéis de vendas de drogas. Enquanto presos, por uma simples propina consegue ter acesso a celulares nas prisões será difícil acabar com esses cartéis. Enquanto a Lei for branda para traficntes e sequestradores será muito complicado querer acabar com esses cartéis. Enquanto tiver polícias que trabalham para traficantes e para a polícia será quase impossível acabar com esses cartéis. Enquanto nossas Fronteiras principalmente Bolivia e Paraguay não tiver uma fiscalização rigosa com participação da Marinha, Exército e Aeronáutica, toneladas e toneladas de drogas e contabandos irão entrar em nosso País, e combater esses cartéis digo até que é impossivel nessa situação. Enquantos os politicos ficarem legislando em causa própria e não fizer uma política realmente de combate às drogas e punição severa para traficantes será um sonho querer acabar com esses cartéis. É uma pena. E digo mais, quando o "bicho pegar" duro contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, esses cartéis simplesmente vão começar atuar em Sampa, Minas, Paraná, Sta Catarina, Rio G.Sul e outros Estados. Por isso deve ter uma politica séria voltada para combater esses cartéis.

  3. Não adianta nada toda esta operação de guerra, os herois policiais e soldados pondo suas vidas em risco para mandar a bandidagem para o inferno, cadeia, se o arcáico e ultrapassado código penal não colabora.
    Muito pelo contrário!
    Facilita a vida dos fora da lei.
    Haja recusrsos para os advogados colocarem de volta das ruas a bandidagem que ficara presa somente por algum tempo.

  4. O problema esbarra na desigualdade social e educação inadequada.

    O Estado, não somente este governo tem responsabilidade histórica sobre pontos exponenciais e suas consequências que estamos vivenciando.

    Criar opção à cidadania e vida social digna para os jovens é imprescindível. Eles terão uma escolha melhor para o futuro.

  5. Bem, eu concordo em partes so com o comentário de Rafael,

    porém se formos francos, sinceros, realmente honestos;

    veremos que de certa forma somos culpados, é que o ESTADO em todas as suas esferas deixa a desejar, e atrevo-me a afirmar sem medo de errar que o ESTADO é criminoso por crime hediondo, e tudo que acontece é em grande parte pela corrupçao que desvia o $ público que deveria chegar em projetos ;

    alem de qualquer coisa que a administração publica aqui no nosso Brasil faça é SEMPRE PELO MENOS 4 VEZES MAIS CARO, POREM NORMALMENTE É 10 VEZES MAIS!!!

    Douglas The Flash

    http://eujafuiprejudicadoporservicospublicos.wordpress.com/

  6. Rafael,

    concordo com os seus comentários: educação máxima!

    Rio de Janeiro: violência banalizada e naturalizada
    (*) Nelson Valente

    Ninguém pode condenar a ideia de se ter penitenciárias com o rigor desejado, nesse eufemismo da “segurança máxima”. O que pleiteiam os educadores e os homens de bom senso é a solução de base, ou seja, escola para todos – educação máxima – a fim de que não se tenha de chorar a impiedosa ação dos marginais, hoje os verdadeiros donos das ruas e favelas das nossas grandes metrópoles.
    Os assaltos são sucessivos, não se tem garantia de nada, mata-se por qualquer bobagem. A droga comanda as ações desses celerados. Vivemos num país com enormes desigualdades sociais, com altos índices de desemprego e não se espere que não tenhamos um preço a pagar por isso.
    Uma das realidades mais tristes do nosso país é a verificação de que se trata mesmo de uma nação de muitos contrastes. Cidades desenvolvidas e com um nível de vida apreciável convivem com outras, totalmente desassistidas, onde a pobreza, a ignorância, a violência e a miséria fazem parte de seu cotidiano.

    Os próprios governantes brasileiros reconhecem que, em virtude da incidência de muitos crimes, os governos são obrigados a dedicar grandes somas às polícia e ao sistema judiciário. Melhor fariam, é claro, se pudessem colocar esses recursos para melhorar o atendimento educacional, oferecendo uma solução de raiz, que falta ao Brasil.
    Não pode haver indiferença do Estado, enquanto cresce essa lamentável criminalidade. Se o cidadão fica responsável pela sua própria defesa, fazendo justiça por conta própria, com a privatização do poder de polícia, corremos o risco de uma guerra civil. Não é isso que se deseja – e certamente a solução passa por uma educação de boa qualidade estendida a todos.

    Nas grandes cidades brasileiras, vidas são sacrificadas por balas perdidas, o tráfico tornou-se uma atividade quase oficial, tamanha a estrutura hoje existente do que se convencionou chamar de crime organizado.
    Armas são roubadas para coonestar uma ação que se estende de forma tentacular. Qual a solução para esse quadro dramático?

    O exercício pleno da autoridade, que se tem omitido de forma lamentável, e uma ampla campanha de esclarecimento para a população do Rio de Janeiro. De outra forma, estaremos caminhando para o sacrifício de toda uma geração.

    Enquanto as rãs coaxam, assiste-se à discussão pública em segurança em torno da implantação de penitenciárias de segurança máxima, em vários pontos do país. Enquanto se pensa na segurança máxima, a preocupação com a educação é mínima, reduzida a questões burocráticas.

    Enquanto isso, não há uma solução à vista para a crise de menores carentes, que são 3 milhões em São Paulo e Rio de Janeiro. Pior ainda é a situação dos menores abandonados, cerca de 230 mil.

    O que se pode esperar desses meninos de rua? O assistencialismo oficial protege meia dúzia deles, mas o número é impressionante e a falta de perspectivas é total.

    Não há escolas suficientes, não há empregos em nível intermediário, não há valores familiares a cultuar, só resta a marginalidade, com todo o seu séquito de problemas a serem enfrentados pela nossa assustada sociedade.

    Um jornal de São Paulo, deu-se o luxo de fotografar, durante dias seguidos, a operação de alguns desses meninos num movimentado trecho dos Jardins. Eles se constituem em bando, onde sempre aparece um maior para orientar os roubos ou furtos, vitimando distraídos motoristas em plena Avenida Brasil.

    Conversei com uma autoridade policial e a explicação veio com muita objetividade: não adianta prender, pois eles são “de menor”, e logo serão soltos para reiniciar a sua faina. Detalhe apavorante: têm a média de 10 anos e, nas conversas, revelam um precoce e triste desprezo pela vida humana.

    Estão fazendo vestibular para se tornar os grandes assaltantes de amanhã. Sob as vistas complacentes das autoridades e até mesmo de muita gente fina da nossa melhor sociedade, que acha tudo isso natural numa democracia.

    Um aspecto que é preciso enfatizar: a grande maioria dos delinquentes infanto-juvenis provém de lares desfeitos ou que jamais se constituíram como tal. Quando se luta para que a educação seja dada no lar e na escola, como tantas leis determinaram, o que se vê na prática é a ruptura desse princípio – e os resultados são rigorosamente catastróficos.

    Está na hora de mudar isso. A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.

    Aceitar que a violência possa ser banalizada e naturalizada é uma tentativa de diluir o seu impacto, seu terror; de se evadir de seus efeitos, de não se implicar com a existência de suas manifestações e com as possibilidades, por pequenas que sejam, de sua transformação. "Esta banalização da violência é, talvez, um dos aliados mais fortes de sua perpetuação. Resignado à ideia, inculcada pela repetição do jargão de que somos ‘instintivamente violentos’, o homem curva-se ao destino e acaba por admitir a existência da violência, como admite a certeza da morte. A virulência deste hábito mental é tão daninha e potente que, quem quer que se insurja contra este preconceito, arrisca-se a ser estigmatizado de "idealista", "otimista ingênuo" ou "bobo alegre".

    Como sobrevivemos nós a um cotidiano tão ameaçador para a vida? Que custo isso nos traz? Estes que morrem nas ruas, nas chacinas, nos assaltos, não são nossos parceiros de guerra?

    Aceitar que a violência possa ser naturalizada é uma tentativa de diluir o terror que ela provoca, de se submeter aos seus efeitos, e de não se implicar com as possibilidades, mesmo pequenas, de sua transformação.

    Que a violência aterrorize e que diante de uma cena assim todos pareçam dizer: "já que não é comigo não vou me meter", que a solidariedade desapareça por um risco de se expor a própria vida, a isso já nos acostumamos!

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

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