Por Carlos Magno Gibrail

Confira o resultado do Impostômetro em tempo real
A presidenta Dilma Rousseff, após surpreender alguns ao sinalizar a privatização de obras de ampliação em aeroportos, informa que está trabalhando em um projeto de diminuição da folha de pagamento das empresas.
É um fato e tanto. Medida para economista refinado e presidente “macho”, condição invejável para um governante.
Kennedy e Reagan ousaram nesta direção e se deram bem.
Kennedy reduziu a alíquota mais alta do IR de 90% para 70% e as receitas aumentaram de 94 para 153 bilhões de dólares, um acréscimo de 62% que descontada a inflação ficou em 33%.
Reagan, em janeiro de 1983, reduziu drasticamente os impostos e, em 1989, as receitas chegaram 54% a mais, ou 28% descontada a inflação.
Não sabemos se Dilma considerou as experiências americanas, mas, economista, certamente observou a curva de Laffer, que em Economia é uma representação teórica da relação entre o valor arrecadado com impostos e todas as possíveis razões da taxação. Aumentando as alíquotas além de certo ponto torna-se improdutivo o resultado, à medida que a receita também passa a diminuir.

Esta primeira e importante proposta pontual de reforma tributária do governo Dilma, a ser apresentada ao Congresso logo depois da abertura dos trabalhos legislativos, em fevereiro, visa beneficiar as empresas diretamente pela redução de custos, e também aos trabalhadores pelo esperado aumento da contratação com registro. Dos 52% de mercado formal estima-se chegar a 60% em um ano, com uma redução de aproximadamente 20% na tributação.
Como era esperado, já há ruído nas centrais sindicais e no sistema previdenciário.
Como não era esperado, há pouco ruído na mídia, que está dando mais espaço aos passaportes do que a redução de impostos.
Durma-se sem um barulho deste.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.
Carlos
Seria extremamente benefico ao pais e ao brasileiro se a escorchante e abusiva carga tributaria, uma da maior do planeta se nao for a maior atualmente, fosse reduzida.
Geraria mais empregos, mais agilidade no comercio e na industria, etc.
além de contribuir para acabar com a pirataria, venda sem nota, sonegação, etc.
Por outro lado, com a receita aumentando para os cofres dos governos,m certamente a mamata seria maior.
Durma com barulho destes!
Abraços
Armando Italo
Sr. Gibrail,
A renovação sugerida teria de passar pela revisão do olhar das centrais sindicais ? Ou começaria com o repensar das formas de gestão de recursos humanos nas empresas ?
Parece-me que dos dois lados existem muitas restrições às mudanças por que falta confiança na relação capital e trabalho, antiga relação ainda mal resolvida.
Armando Italo, certamente com impostos menores a sonegação não teria estímulo.
Com altas taxas é evidente que a motivação fica evidenciada.
O caso da pirataria também passa por essa trajetória pois os preços altos são um atrativo para piratear.Entretanto é um outro sistema que não podemos usar como analogia.
Quanto á desonestidade politica dos politicos é também um outro mundo.
Sr. Mario Soares, a resolução será de competência do Congresso Nacional, que como sabemos tem maioria governamental, embora abrigue as várias representações e interêsses de grupos variados, o sindical inclusive.
Pela surpreendente objetividade do Governo Dilma até agora, podemos esperar uma atuação eficiente em cima dos Congressistas.
Ao falar em redução da folha de pagamento das empresas, DIlma Roussef estaria atropelando a primeira etapa deste processo. Imagino que deveria antes estudar a diminuição da carga tributária através da reorganização do sistema tributário brasileiro considerado dos mais complicados do mundo. Executivos de empresas estrangeiras têm difculdade para explicar a suas matrizes no exterior haja vista a complexidade da legislação fiscal (e não trabalhista)
Enio Andrade, a forma pontual em que o governo Dilma está se propondo atuar deve visar a vantagem da rapidez, tendo em vista que um projeto geral de reformulação tributária levaria muito mais tempo. Além disso o risco em agir especificamente neste tema não acredito que seja grande.
Mesmo porque há exemplos de sucesso nesta maneira de atuar.
É preciso considerar a necessidade imediata de dar melhor competitividade às empresas brasileiras .
Esta formulação de diminuição da carga trabalhista não trará prejuízo ao trabalhador na medida em que ficará menos custoso às companhias contratarem oficialmente.
A curva de Laffer não é dificil de ser entendida , apenas é necessário tempo para retorno.
É uma maneira de socializar a empregabilidade, na medida em que se facilita a admissão formal para mais trabalhadores.
Em linguagem corporativa poderiamos dizer que haverá necessidade maior de capital de giro próprio. Como se trata de sistema público, as contas inicialmente terão impacto negativo provisório, para em seguida apresentar melhora duradoura e significativa para todos.
Carlos
Vale lembrar que além da escorchante e abusiva carga tributária, o governo tem um forte aliadso
O lobby bancario e cartões de credito.
Os juros cobrados peas cias de cartão de credito passam dos 14%!
Somos extrquidos em nossos bolsos pelos dois lados..
Seria este juro cobrado pelos cartões de crédito “algo semelhante” a agiatagem legalizada?
Eis uma das razõesdos bancos aterem seus proprios records.
E o pior que ninguem toma providencias a respeito.
L A M E N T Á V E L!
Muitas empresas abrem e fecham em menos de 2 ou 4 anos. A Carga Tributária é violenta e não perdoa ninguém. Passo em frente de um novo restaurante no bairro e com pelo menos 10 funcionários, só que vazio vazio. Lucro por enquanto nada. Mais um que logo logo fecha as portas. Acho que o Governo deveria pegar leve nos tributos nos 2 primeiros anos onde muitas empresas ainda trabalham para cobrir os gastos com o novo negócio e não tem grandes lucros. Ou seja, se o negócio vai bem ou mal, o governo morde a parte que lhe cabe. Tem que ser mais maleável no começo. Abrir qualquer negócio no Brasil tem vários encargos.
Armando Italo, esta questão das taxas bancárias é efetivamente tão agressiva quanto os impostos.
Há um outro aspecto do lobby bancário que deverá ter resultado negativo com o tempo, que é a questão da inadimplencia. O cidadão sem crédito é alijado totalmente do mercado, sem chances de recomeçar, a tal ponto que agora está sendo votada a lista dos bons pagadores, que nada mais é do que uma pressão absoluta contra os que não estiverem nesta lista.
Comparando com a empresa privada, poderiamos imaginar uma situação de inadimplencia zero, o que efetivamente significará risco inexistente mas perda de mercado, pois a contundencia na aprovação do crédito levará a evitar potenciais clientes adimplentes.
Daniel Lescano, é isso mesmo. O exagero, ou em linguagem economica, a maximização é inimiga da otimização. O equilibrio deveria ser a busca constante, mas o imediatismo leva a aumentos crescentes de impostos, linearmente e sem flexibilização.