Por Milton Ferretti Jung
Maria Helena e eu adquirimos o nosso primeiro computador, um Compaq, em 1996. Comprei-o sem sequer atentar para o fato de ele já ter sido manuseado por outros clientes da loja, porque estava em exposição e liberado para ser testado. Foi um erro, mas, felizmente, sem conseqüências. PCs têm de chegar virgens às mãos de seus compradores. A primeira providência que nós dois tomamos foi contratar um provedor para que, sem demora, pudéssemos nos transformar em navegadores da internet. O computador passou daí para a frente a fazer parte das nossas vida. Não podemos viver sem um deles. Ou melhor, mais do que um. Afinal, por isso os chamamos de Personal Computer. Depois do Compaq, com sua memória fraquíssima, parentes bem mais poderosos o substituíram, com acréscimos de periféricos e outros que tais, como é normal.
Para quem vem acompanhando os avanços tecnológicos dos últimos tempos, mesmo sem ainda ter adquirido algumas das maravilhas que estão no mercado e às quais se somam outras num piscar de olhos, causa espanto que existam pessoas avessas às modernidades. E que não se envergonham de confessar a sua recalcitrância. Fosse eu um desses, poria minha violinha no saco. Li num jornal gaúcho o texto produzido, provavelmente num PC, por um cavalheiro que não aprova as invenções de, imaginem, Steve Jobs. Ninguém é obrigado a ter iPhone,iPod e iPad. Estes aparelhos, que tanto facilitam a vida da gente, seja no trabalho, seja no lazer, ainda não são baratos. Escrever, porém, que essas maquinazinhas e outras, como o telefone celular, tiram a concentração dos aluno, transformando-se em tormento para os professores, é um baita exagero. Os alunos perdem a concentração na sala de aula quando os professores são muito chatos.
Sim, os avanços tecnológicos têm preço. Quem disse que não tinham. Já não concordo que, com um iPhone, por exemplo, as pessoas deixem de apreciar, num parque, o que existe de belezas naturais e andem como se fossem zumbis. Não entendo que, quem destesta novidades como as citadas, se atreve a criticar aquilo que não conhece. E não sabe sequer porque os nomes da agenda de celulares com touch screen deslizam tão rápidos que mal consiga os acompanhar.
Milton Ferretti jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)