Por Milton Ferretti Jung
Mais vale prevenir do que remediar. Em se tratando de trânsito, convém lembrar, remediar nem sempre é possível. Nesse feriado prolongado, que culminou com os festejos da virada do ano, mesmo que o fato não tenha sido divulgado com destaque pela mídia do Rio Grande do Sul, a Operação Viagem Segura, realizada pela Polícia Rodoviária Federal, Comando Rodoviário da Brigada Militar e Departamento Estadual de Trânsito, foi executada com sucesso. É verdade que, apesar disso, 2012 começou com uma tragédia, cujo palco foi a Estrada do Mar. Três carros envolveram-se em acidente que provocou duas mortes. A motorista de um dos veículos estava visivelmente embriagada e não possuía carteira de habilitação. O automóvel, que ela dirigia, se chocou frontalmente contra outro veículo que, por sua vez, atingiu um táxi.
Neste réveillon, nas 60 horas em que se desenvolveu o programa preventivo criado pelas autoridades, foram aplicadas, por hora, 91 multas. Na mesma época de 2010, em que a maioria dos infratores abusou da velocidade, o número de multas foi superior: 126 por hora, em três dias de rigorosa fiscalização. Agora, falando apenas nas estradas gaúchas, controladas pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar, uma irregularidade chamou-me a atenção: foram multados 353 motoristas, porque eles ou passageiros dos veículos que dirigiam, não faziam uso do cinto de segurança. Eu imaginava que esta infração fosse das menos expressivas, mas me enganei. Ficou em segundo lugar, com 353 autuações, perdendo somente para as ultrapassagens proibidas, que levaram 484 motoristas a perder pontos na carteira de habilitação.
O motorista e o passageiro que fica ao seu lado, em geral, atam seus cintos. Os que viajam no banco traseiro, porém, porque não sabem o perigo que correm e aquele a que expõem os que estão à sua frente, não se dão ao trabalho de afivelar este verdadeiro salva-vidas. Sempre que ando de táxi, não só trato de usá-lo, mas peço a quem viaja atrás, que aperte o seu. Não quero correr o risco de ter a cervical rompida por um passageiro catapultado desse local, caso ocorra uma colisão ou, até mesmo, uma freada brusca e forte. Seja lá como for, torço para que as autoridades responsáveis pelo trânsito, em cada fim de semana, pelo menos, repitam a Operação Viagem Segura.
Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)