Por Maria Lucia Solla

Quero falar de dor, mas como é que se fala de dor? Quando é muito forte não se consegue dizer nada, e quando não abala os alicerces da tribo não vale a pena piar. Ninguém está interessado na dor alheia. Cada um tem sua alegria ou sua própria dor para lidar e sempre a toma como medida padrão. Dor faz parte dos sentidos vivos, está em cada célula. Tem a dor do amor não correspondido, a do adeus não pretendido, a do parto, a do você fica e eu parto, e parto, de lambuja, um pedaço das nossas vidas. Dor não avisa, não dá sinal de chegada, chega e pronto, ou será que somos nós que nos esquecemos da sua aparência, que procuramos ignorar sua presença? Será que somos nós que não damos a ela a atenção devida, e ela cresce para lembrar que alguma coisa não anda bem? Venha de onde vier, depois de quantas tiverem vindo e ido, cada dor parece sempre a primeira e a mais dolorida. Não adianta que a gente não se acostuma. Doer dói e pronto; em você e em mim.
Quando meus filhos estavam na fase aguda do crescimento, em que espicham a ponto de nem os ossos, nem eles mesmos, saberem como lidar com a velocidade do crescimento, e com os enormes braços e pernas que na semana anterior não estavam ali, eu sentava um pouquinho na beirada da cama deles e ouvia, entre histórias e sonhos, a queixa: mãe, a perna tá doendo; e dizia: filho, eu sei, crescer dói. Fazia uma massagem nas pernas e eles dormiam entendendo que aquele tipo de dor não dava para impedir.
Cresceram, são homens feitos, têm barba e bigode, se quiserem, e eu digo bem alto para que eles ouçam de onde estiverem: meus filhos, meus amores, estamos sempre crescendo, e crescer dói. Tentar impedir é bobagem, e não existe atalho na dor, assim como não existe atalho na verdade. Seja ela do tamanho que for, é preciso permitir que entre e que percorra o seu caminho em nós; mas é da mesma importância deixar uma janela aberta para que ela, depois de fazer o que veio fazer, siga o seu caminho e nos deixe maiores. Mas quem sou eu para falar de dor.
Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung
Não se esqueçam que a democracia é o governo do povo para o povo. O
povo no poder não pode ser marginalizado nem informal. Eis que o ponto
referencial da democracia se faz necessário à formalização do povo no
que diz respeito às disciplinas OSPB e EMC, também através dos
partidos políticos. Obrigado.
Ai Mike Lima
Muita ou pouca, sempre aprendemos com a dor
O sofrimento evolui
Aquela noite por exemp-lo acordaamos com uma #$%¨& dor de dente!
Ai vaos nos lembar que deixamos de ir ao dentista para dar uma revisada neste dente que ja estava apresentado problemas
ai com a @#%¨&( da dor aprendemos que deveriamos ter ido ao dentista
aplica-se a outros tipos de dores.
Fisicas, emocionais, da alma.
Bom carnaval ai
Com ou sem dor.
Malu,
há vezes, algumas poucas vezes em que a gente entende para que serve ser Humano e sente dos outros, as dores. Não consigo contar, não pretenderia ser tão hábil. Mas a gente sente, entende que não entende e passo seguinte, procura por frestas possíveis de abrir.
É certo que nunca adianta, o danado do cofre da alma não se abre do lado de fora. Mas aí, a chave pra alcançar o outro,abre a nossa janela.
É certo também, que depois de abertas elas não podem ser fechadas de verdade.
Antônio Cruz,
benvindo a este espaço.
Quanto à democracia, não me esquecerei. Fique certo.
boa semana,
mls
É isso, caro Alpha India,
é isso!
boa semana,
mls
Sérgio,
sim!
E é não tendo medo dessa janela aberta que a gente cria uma tapeçaria linda, harmônica, colorida, de seres que se apoiam, se gostam, se escolhem dia a dia e renovam os seus votos de união, de olho no olho, sem atalho.
Obrigada por ser um tom tão lindo no nosso pedaço de tapeçaria.
boa semana,
mls
Querida amiga e irmã nossas dores, às vezes, são tão fortes e tão nossas que só a fé é capaz de amenizar. Mas a s guerreiras como tu recebem de onde for o necessário apoio. Bjs e fica com Deus. Maryur
Obrigada, Maryur, minha amiga.
beijo,
mls
A dor há sempre de nos lembrar que estamos vivos. E conforme a filosofia propaga: se não nos mata nos fortalece. E viva a janelinha possível! Que ótimo que você transforma a dor em belas palavras. Beijos.
Sim Suely,
Tem vezes que fica tudo escuro na dor, né? e é muito bom saber que a gente não está só, apesar de parecer, às vezes, que toda a população do planeta pegou outro rumo e esqueceu de te avisar.
De qq modo, também é preciso refletir sobre a aversão à dor. A gente se acostumou a acreditar que, para as coisas estarem bem, tudo deve ser macio, acolhedor e indolor, nas cores que nos agradam, e assim por diante.
Há que ensinar na escola! A dor é vizinha da euforia e seguidas vezes se dão as mãos e caminham um trecho do caminho juntas.
A euforia é o ápice da loucura enquanto a dor é o despontar do caminho para o equilíbrio.
boa semana,
mls