Por Maria Lucia Solla
Lexigramei a data do nosso acidente na Marginal Pinheiros para ver o que tinha para dizer. Fiquei privada de movimento, não de cabeção e coração. Esses continuam a milhão. Assim, vou dividir com você algumas palavras que encontrei na primeira olhada no que brotava de “quatro de junho”. Umas me chamaram mais do que outras, como sempre acontece com o Lexigrama e com tudo e todos na vida. A gente vê o que está pronto para ver, a cada momento da leitura do momento. Simples assim.
Então vamos lá: tenho dor quarto ato arte
Fiquei algum tempo no quarto, semi-imobilizada, o que quer dizer imobilizada pelo colar cervical e pelos traumatismos músculo-esqueléticos que me davam dores musculares tão fortes que meu filho precisava fazer alavanca para eu poder deitar e sentar, depois do quê eu ficava esperando a respiração voltar. Não encontrei dramática em quatro de junho, mas a gente pode acrescentar no rodapé
Como sempre fui fascinada pelo teatro, associo ato, de pronto, à arte cênica, e como boa arteira criei duas almofadas lindas – aqui a modéstia foi tirar um cochilo – e, no que comecei a mexer os braços, mãos à obra! Hoje termino a segunda.
ré dano dentar doutor doutora da tarde hora hoje doeu duro dor nua onda ano duro
A batida foi atrás, nos jogou contra o carro da frente, e o carro ficou todo amassado.
Ainda quero, mais uma vez, agradecer ao Dr. Cristovão Colombo e à Dra. Naira, dizer até breve aos doutores Amaury, Padula e Pires de Camargo, e mandar um super beijo aos que têm facilitado a nossa vida.
O acidente aconteceu por volta de quinze para as cinco da tarde.
Nada como a dor para nos desnudar.
Você já levou um caldo quando uma onda doida te pega de surpresa?
Este ano não tem sido mole para a maioria de nós.
Encontrei também euro. O carro do meu filho, ou o que restou dele, é francês. E não faltou tunda. Quem é gaúcho ou entende gauchês sabe que levar uma tunda quer dizer levar uma surra. Aliás tunda vem de tundere, que em latim quer dizer dar ou levar uma surra. É como estamos nos sentindo.
Também dei de cara com Tejo, que é um rio da terra da minha bisavó e da minha avó, do lado do meu pai. Ah, e Juno. Ora, Juno e todos os outros deuses de todas as sociedades, de todos os tempos passados, presentes e futuros, de todas as raças, estão conosco sempre, e nos protegem.
Tem ainda:
hoje não noutra junto juro! deu não deu doente dona dono doar dojô dourou horta jade janto jota Judá junta norte onde ouro outro quando quanto quer quero rato roeu renda Reno reta roda ronda rota rua rude tão tendão terna terno teu tua trono tudo Tudor turno una urna
É isso. Experimente lexigramar, ou não, e até a semana que vem.
Maria Lucia Solla é professora, realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung
Querida amiga artista e arteira, lexigramar me parece bem difícil, mas ler teus textos sempre é um encanto e, sobretudo uma aula de vida, bjs Maryur
Amiga Maria Lucia,
Bom dia.
A fibra dos lusos sempre foi uma marca de um povo,obstinado,trabalhador e de grandes financistas.Alguém duvida de que os portugueses são sublimes no trato de suas finanças,não nos esqueçamos da força histórica de que o escudo tinha quando comparado com outras moedas.
Abraço
Farininha.
.
Sei como e a perda em um acidente de transito…
…nada como um dia após o outro !!!
No mais, tenhão um ótimo dia e uma excelente semana !!!
.
ass: Douglas The Flash
.
k636#x5dc2sessanm0624Jundom121700p..025
.
http://pizzasvilamedeiros.wordpress.com/
.
Maryur e Farina, obrigada pela passada por aqui e pelo carinho de sempre.
Douglas The Flash, faz tempo que não te vejo por aqui. Obrigada pela força. Bom te “ouvir”.
beijo e boa semana para todos,
Malú,
tá dificil, não consigo te seguir. Anagramar não será nunca o meu forte.
O importante é saber que estas melhor.
beijos
Maria Cenppele,
Perdoe-me a intromissão neste diálogo da Malú com seus leitores, mas quando nossa autora dominical “anagra” não temos de entendê-la, temos de senti-la. E isto você mostra em seu comentário que alcançou.
Cicci, belissima e carissima mia,
Sim, estou melhorando. Me aguarde!
Teu português é como o Rio: continua lindo! Esta semana vou postar o teu conto no nosso blog.
Agora vamos lá: tem anagrama e tem lexigrama. O que eu faço é o lexigrama. Quando Roma deixar e você vier até aqui passar uns dias comigo, a gente faz o lexigrama do teu nome. Você vai gostar.
Ti voglio bene,
Mílton,
aproveitando a tua passada aqui pela sala, quero que você saiba que é uma honra ter você aqui. Venha sempre.
beijo,