Por Maria Lucia Solla
Hoje falávamos de testamento. Não em tom fúnebre, mas analisávamos a ideia do temido documento, administrativamente. Bem interessante. E nos demos conta, mais uma vez, de que nadamos num mar de tabus. Eu, tu, ele, ela, nós vós, eles e elas também.
É estranha a vida! Surpreendente, inexplicável, intraduzível e imprevisível. Quando, depois de nos equilibrarmos na crista da onda até cansar, levamos um caldo de um ondão que nos faz perder o rumo e nos leva a nocaute, de cara na areia, passamos por períodos mais longos e frequentes de afastamento das costumeiras relações e da atividade rotineira, procurando um rumo que ainda nem se delineou. Fazemos isso não porque não queremos dividir as dores, mas porque não faz bem viver e reviver tantas vezes a fio acontecimentos difíceis e suas consequências reais e prováveis. Queremos evitar que um monstro se apodere de nós e que nos corroa ossinho por ossinho, até o final. Assim, reportamos os eventos catastróficos o mínimo possível e colecionamos descobertas.
Agora, depois do caldo é preciso retomar o fôlego e vomitar os retalhos de emoção que insistem em penetrar, uma a uma, cada unidade que compõe os nossos corpos. Se não respeitarmos a quarentena até que a respiração volte, e que os batimentos cardíacos reencontrem seu ritmo, sucumbimos. É preciso tirar a areia dos olhos que embaça tudo. É preciso respeitar o ritmo da vida, mesmo que ele mude com uma rapidez de nos deixar tontos.
A vida é indizível como Deus, porque ela é Deus. Nós somos Deus. Nós todos, de filósofo a iletrado, de durão a apaixonado, falamos, falamos, escrevemos, fazemos poesia, cantamos e dançamos, choramos e nos fechamos, sorrimos e nos enamoramos, mas ninguém chega perto de aprisioná-la nas masmorras da definição.
A vida não é para ser definida, explicada, dissecada. A vida se entrega para que nos entreguemos a ela. É para ser vivida, usufruída nos seus humores variados. E nós, só o que temos de fazer é embarcar e aproveitar a viagem. Simples assim.
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.
Maria Lucia Solla é professora, realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung
Pois é Mike Lima
“Tem dias que “de noite” não é mole não”
Deixe a vida me levar, avida leva eu……………..
Para completar uma boa chuvinha caindo para dar uma aliviada na poluição que faz arder nossos narizes, olhos, garganta, etc
Pena que é bem no feriado
E sem cavok!
Bjus e um excelente feriado
Esperamos que o chec c da sua aeronave da vida termine logo e volte aos vôos “pela ai”
Cara Maria Lucia.
Boa noite.
Quanto mais obstáculos a vida n-os tivermos,mais forças teremos para sobrepujá-las.
Abraços
Farininha
Alpha India,
é isso! E sabe que já começo a voar? Voos curtos e cuidadosos, mas já sinto os motores roncando, com fome e sede de levar a aeronave para curtir ventos mais fortes, emoções mais explícitas.
Obrigada pelo carinho de sempre,
Sim, Farina,
a gente já passou por muitos deles, continua encontrando um ou outro pelo caminho, mas sabe o quê? Me dá ainda maior vontade de viver tudo que eu ainda tenho para viver, fazer tudo que ainda tenho pra fazer (feito a panqueca americana que vou fazer de café da manhã), aprender tudo o que couber em mim, e hoje que eu não só sei o que é que eu não quero, mas que sei o que quero também, a garra é ainda maior!
beijo na Vivi e ótimo finzão de semana,
Pois é querida “os caldos” e “as quarentenas”, com certeza acabam nos reciclando, e saímos transformados, bjs Maryur.
Maryur,
…metamorfoses ambulantes…
beijo e memórias dos caldos que pude dividr com você, quando tinha pouca gente por perto.
Viva a vida…
Viva a vida…
Viva a vida que Deus me deu!
É preciso ter consciência,
que sem Ele eu não sou eu!
Beijos cheios de Vida!
Pi
Que bom, meu filho! Que bonito e verdadeiro!
Amo você, meu “pequeno”!
Para quem tem um relacionamento saudável com o espírito não existe diferença entre um atestado de óbito e uma certidão de nascimento , creio eu .
Nesta nossa viagem temos muitos tropeços pelo caminho e seres desconectados da Luz que nos afastam um pouco a Paz e a Harmonia .
Mas , mesmo depois de um nocaute ao receber moléculas de ar restauradoras e confortantes a pergunta é : ” Aonde não está o Divino ? ” .
Adoro seus textos e lhe pergunto porque você não coloca micro contos no Twitter ?
Abraços de admiração.
Rosângela, é verdade… certo, errado, bom, ruim, pode ser tudo tão diferente pra você e pra mim, em momentos diferentes de cada um. Lindo jogo de montar. Arregaçar as mangas e viver!
e eu faço coro com você. Onde não está, se até aquilo que não é, é Ele?
Obrigada pelo teu carinho e pela sugestão. Micro contos? Hum… vou guardar a ideia em mim. Vamos ver no que dá
Beijo e aproveita o feriado de sol!