Por que não reverter esta situação?

 


Por Julio Tannus

 


Carta Aberta

 

Historicamente, a fundação de uma nação ocorre a partir da identidade de pelo menos alguns de seus elementos. Uma vez fundada, constituem-se representações dos mais diversos setores com interesses e demandas específicas, cujo objetivo é dar conta da multiplicidade e da diferença, típicas do ser humano.

 

Historicamente, temos no Brasil uma nação já fundada, apesar da luta permanente para constituição de representações que deem conta de nossa diversidade, que nos represente na nossa multiplicidade de raças, valores, origens, costumes, interesses, diferenças sociais, políticas, ideológicas, etc. Em nenhum momento de sua história, entretanto, assistimos à uma ruptura efetiva de suas representações, capaz de exigir a fundação de mais de uma nação.

 

Historicamente, temos visto cidadãos e cidadãs em luta permanente para que as nossas instituições deem conta de nossas diferenças, de nossa multiplicidade de interesses, e que ao mesmo tempo exprima nossa identidade, que seja capaz de nos representar e nos fortalecer junto aos vários setores do poder público.

 

Historicamente, temos visto também que apesar da abnegação de alguns, freqüentemente nos sentimos retroagindo na história, como se tivéssemos que começar tudo novamente. Nos vemos com irresistível capacidade de nos isolarmos e assim ficamos enfraquecidos, impossibilitados de enfrentar os desafios.

 

É o que nos ocorreu ao ler matéria do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 2012, sobre a Câmara Municipal de nossa cidade: “mais de 80% dos projetos são homenagens, batismos de ruas e mudanças no calendário”. E o pior, a maioria dos vereadores concorre à reeleição.

 

Por que não reverter essa situação?

 

Por que não nos valermos dessa ausência de representação ampla, dessa falta de participação, dessa carência de identidade, e tentarmos algo novo?

 

É o que pensamos. É o que almejamos.

 

Julio Tannus é Consultor em Estudos e Pesquisa Aplicada e co-autor do livro “Teoria e Prática da Pesquisa Aplicada” (Editora Elsevier). Às terças-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung

9 comentários sobre “Por que não reverter esta situação?

  1. E mesmo com tudo isso que o senhor descreveu

    [URL=http://www.bild.me/bild.php?file=4794524154501_284811638269299_1673844106_n.jpg] [IMG]http://s1.bild.me/bilder/160512/thumb_4794524154501_284811638269299_1673844106_n.jpg[/IMG][/URL]

  2. O politico é o representante do próprio povo que o elegeu. Nesses últimos dias os meios de comunicação não falaram outra coisa a não a derrota do Brsil nas Olimpíadas, deram várias sugestões sobre o assunto, comentaristas, pessoas de modo geral esculachou o técnico e por ai vai, mas os representantes do legislativo ou executivo cumpriram o que prometeu na ultima eleição e que foi pago pra isso? Alguém se habilita a responder?

    • Antonio Castro,

      Para isto que você pede, o eleitor tem uma boa arma: o voto. A eleição é um excelente momento para confirmarmos ou retificarmos a escolha feita quatro anos antes. Se o seu representante não atendeu suas expectativa ou se o prefeito da sua cidade não cumpriu as metas com as quais havia se comprometido, mude seu voto. E converse com as pessoas que vivem no seu entorno para que elas também mudem.

      Quanto a avaliação da prefeitura e da Câmara Municipal você poderá encontrar na série de reportagem publicadas nos meios de comunicação ou em blogs e sites que fazem o acompanhamento do Executivo e Legislativo. Se o tema par você é realmente importante, vá em busca destas informações para fazer uma escolha melhor.

  3. Foi pensando em ser protagonista desta transformação que você sugere que um grupo de cidadãos se uniu e criou a rede Adote um Vereador. Hoje, trabalhamos em parceria com o Movimento Voto Consciente que tem experiência e trabalho de longa data nesta área. Todos os interessados serão sempre bem-vindos.

  4. Recentemente um dos entrevistados do Milton Jung no Mundo Corporativo, chamou atenção pelo fato do Serviço Público brasileiro ficar com 2/3 do capital disponível para a mão de obra, enquanto sobrava 1/3 para a iniciativa privada. O desequilíbrio fica evidenciado quando se constata que os talentos não mais estão nas Forças Armadas, nem no Legislativo, nem no Judiciário e nem no Executivo.Os talentos estão nas corporações privadas.
    Outro aspecto que surge positivamente agora é mudar o sistema de debates. Não permitindo mais os ataques pessoais, através do expediente de elaborar uma relação de perguntas que sejam respondidas pelos candidatos. Evidentemente com a pertinência de questionar soluções sobre mobilidade, saúde, educação, etc.

  5. Hoje fiquei indignado ao encontrar a reunião da Comissão Extraordinária de Meio Ambiente transformada em reunião de trabalho. Isto porque somente o vereador Gilberto Natalini (Presidente da Comissão) estava presente.

    Comigo eram 9 pessoas no auditório, sendo que quatro deles eram da TV Câmara que registrava a reunião, um visitante e os demais eram assessores do vereador ou representante de algum outro.

    Na pauta o PL 620/2011 que Proíbe o desempenho, no Município de São Paulo, de atividades que envolvam a manutenção de rejeitos radioativos em depósito.

    Estiveram ausentes os vereadores:

    Ricardo Teixeira (PV)
    José Rolim (PSDB)
    Atílio Francisco (PRB)
    Marco Aurélio Cunha (PSD)
    Ushitaro Kamia (PSD)

    Mais tarde encontrei o vereador Atílio Francisco na Comissão de Finanças.

    Vejam que imagem desoladora: http://twitpic.com/ajt7lk

    Realmente precisamos reverter esta situação.

Deixar mensagem para milton.jung Cancelar resposta