O prefeito como CEO

 


Por Carlos Magno Gibrail

 

Avenida Paulista

 

Que as empresas privadas inseridas em mercado competitivo são mais eficientes que as públicas é fato incontestável. Por que então nas cidades, a mais importante célula do organismo estatal, a direção das mesmas não segue os trâmites do mundo corporativo?

 

Esta questão a fiz, ao ler neste blog o artigo do Claudio Vieira do “Adote um vereador”. A perfeita descrição da função de Prefeito, idêntica às usadas nas organizações particulares, poderia sugerir igualdade de desempenho.

 

A missão da Prefeitura é a mesma, ou seja, atender às necessidades e desejos do consumidor alvo, e manter relações de ganho mútuo com funcionários, fornecedores e acionistas.

 

Prefeituras e empresas também comungam com Planejamentos orçamentários, operacionais e administrativo-financeiros. Assim como projetos de novos produtos e mercados. Que por sua vez, são apresentados às câmaras municipais e tribunais de contas ou a conselhos de administração e de acionistas.

 

Os candidatos a prefeito são recrutados pelos partidos políticos e a seleção é feita pelos eleitores. Os CEOs são recrutados por empresas especializadas e a seleção é feita pela qualificação e experiência anterior. Eis aí a diferença. Candidatos sem qualificação adequada, recrutados por partidos sem atributos técnicos e objetivos muitas vezes camuflados, apresentados ao voto obrigatório de eleitores. Nestas condições a probabilidade do recrutamento de perfis distantes do ideal é grande. Assim também a vitória dos mesmos. Como tem demonstrado o histórico das eleições, até com candidatos analfabetos, com fichas reprovadas, etc.

 

No mundo corporativo, a admissão de um CEO exige uma clara descrição de funções e as qualificações necessárias para o desempenho do cargo. No ambiente político durante as campanhas eleitorais, não são cotejadas as qualificações e as funções. Nem pelos partidos, nem pelos candidatos e muitas vezes nem pelos eleitores.

 

Para CEO de uma empresa de 40 bilhões de reais anuais, aproximadamente o orçamento anual da cidade de São Paulo, a qualificação necessária exigirá no mínimo formação acadêmica compatível, e experiência na área com comprovado sucesso. E, um perfil de liderança acentuada. Honestidade é condição essencial. Para ser admitido o candidato terá que convencer hábeis avaliadores.

 

Para Prefeito de São Paulo, uma ligeira análise mostrará que poucos se inserem nas condições mínimas. Os que conferem a premissa básica deveriam demonstrar a capacitação pela experiência, pelo conhecimento da cidade e por soluções técnicas aos principais problemas. Não é o que estamos vendo. É hora de chamar os “universitários”, ou melhor, os jornalistas preparados.

 


Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos, e escreve às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

14 comentários sobre “O prefeito como CEO

  1. A resposta para a sua primeira pergunta me parece muito simples Carlos. Assim como as empresas privadas estão sujeitas aos cartéis e os trustes, infelizes práticas do mundo corporativo, os políticos e partidos tem ao meu ver, culpa por práticas semelhante como semelhante também é o alvo de todos eles, nós.
    Gostei do lembrete que todos os possíveis administradores deveriam buscar soluções técnicas e também ao meu ver, nas universidades, com os universitários e bem menos junto a empresas privadas. Afinal a USP ainda é nossa e foi assim que aconteceu no resto do mundo inteiro. Não temos porque inventar justo nisso.

    abraço.

  2. Boa Tarde Milton e aos colegas do blog.

    Meu caro Carlos o seu comentario esta perfeito. Ter um prefeito etico, honesto e responsavel, cumprindo com as suas obrigações ou seja trabalhando em prol da população, seria os melhores dos mundos.
    Mas essa raça, quando eleitos, com rarissimas excessões, tem um surto de amineseia. Eles esquecem tudo o que prometeu, não dão a minima para os seus eleitores.
    A unica coisa que eles fazem é montar sua patota para meterem as mãos e pés na nossa grana, fazem os seus conxavos politicos para fatiarem o bolo e dão uma banana para população.
    Veja o caso do kassab. Quantas promessas ele fez e não foram cumpridas!
    E de novo vem o jose serra pousando de salvador da patria. Ele não vira o disco, a sua propagando é a mesma de 20 anos atraz. Ele diz ser o homem dos genericos, melhor ministro da saude que o país já teve, o homem mãe paulistana, o homem fura fila, o homem educação e o homem outras coisas que eu acho que nem ele sabe o que.
    Ainda bem que os eleitores paulista estão ficando mais espertos. Não é atoa que ele tem a maior rejeição e se DEUS quiser, vai perder esse pleito.
    Então meu caro Carlos a nossa situação no tocante aos prefeitos, esta mais feia do puleiro de pombo.

    Abr,

    JS.

  3. Uma idéia que me ocorreu… Mesmo para um emprego na iniciativa privada, um candidato pode “mentir” sobre seu currículo, ou mesmo aumentar seus feitos!
    Se o empregador cair nessa (e às vezes mesmo grande multinacionais caem), problema de quem o contratou.
    Infelizmente no Brasil ainda acreditamos muito no que NOS FALAM. Não corremos atrás da checagem de informações que nos são apresentadas pelos candidatos…
    É difícil e triste ter que admitir que todos os candidatos são suspeitos até comprovação em contrário!

  4. Carlos

    Principalmente na cidade de São Paulo, politicos visam somente em usar esta caotica cidade como trampolim para governo do estado presidencia, senado, camara de deputados federais, apoiar somente o lobby formado pelas incorporadoras, construtoras e a expeculação imbiliárias, galinha dos ovos de ouro da maioria dos politicos

    Vide Senhor Serrote que nuca cumpriu na íntegra seu mandato.

    Agora temos o atual prefeito, graças aos céus, seu péssimo e pavoroso mandato esta por terminar.

    Nada contra militares, com todo meu respeito e considerações pelos seus esforços em manter a integridade da população, ai faço uma pergunta:

    O que tem a ver coroneis como sub prefeitos?

    Não seria mais coerente por parte do prefeito nomear angenheiros civis, arquitetos?

    Cada macaco no seu galho como diziam os antigos.

  5. É isso ai Senador!

    Não somente vereadores não devem recebver salarios e sim todos politicos, pois devem ter em mente que "seu trabalho" dever ser voluntario.

    A grande maioria de politicos já são trilionários e não rpecisam recebar salarios as custas do povo, para não fazerem absolutamente nada, a não ser sometne quando lhes interessam.

    http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/favoravel-ao-fim-do-salario-de-vereador-em-4-900-municipios-senador-diz-que-nao-tem-medo-de-protestos/

  6. Chi Quo, comentário 3
    Como o recrutamento não irá mudar neste momento, o cuidado terá que ser na seleção, isto é, na votação.
    Vamos depender muito na obtenção das informações dos candidatos dos jornalistas que estarão entrevistando.
    Veja que a ausência também é importante informação, como no caso do José Serra que não compareceu à CBN para ser entrevistado.

  7. Armando Italo,comentário 4
    A questão é que os erros do Prefeito são mais sentidos do que o de outras esferas mais amplas, como Estado e País.
    Em São Paulo o trânsito por exemplo está insuportável. É acidente grave diariamente, e quando tomba caminhão no Viaduto do Chá ficamos 5 horas com parte da cidade ilhada.

  8. Uma noticia que li ontem, sobre a proibição da aplicação da lei da Outorga Onerosa em algumas regiões de SP
    Parece que o Morumbi é um dos bairros inclusos
    E assim acaba esse negocio, este descaso de permitir que construtoras construam seus predios cada vez mais altos em terrenos pequenos, ruas estreitas com menos de dez metros de largura, quarteirões pequenos
    Com esta medida muitos bairros ja saturados e caóticos sofrerão menos com super adensamento populacional, mais transito de veiculos entupindo as ruas como ja acontece em Moema, Itaim Bibi, Baixos da vila Olipia onde os conjestionaentos começam nas garagens dos predios.
    Agora fica outra pergunta:
    E os predios que foram construidos no eixo e proximo as pistas der Congonhas “irregularmente”
    Não duvido um dia alguma aeronave sofrer uma pane durante a descida da rampa do IILS e glide slope e colidir com um destes predios.
    mas como aqui é SP e vale tudo, vai acabar ficando por isso mesmo e assim mais uma vez Congonhas que esta la desde 1932 é o culpado de tudo
    Rios, corregos, ricachos, varzeas são literalmente tampados com asfalto e concreto e á agua não tendo por onde sair que deveria ir para a varzea quando os rios enchem e depois voltam para seus leitos como manda a natureza, ainda sem as matas ciliares nas margens dos rios para somar o caos nas cidades.
    Mas não é isso o que acntece
    Acontece o refluxo das águas e estas acabam subindo pelas bocas de lobo, e invadem e inundam a cidade.
    Mas os nossos grandes engenheiros, vereadores, criadores dos planos diretores “parece” que ainda não sabem destes aspectos, ou fazem que não sabem

  9. Armando Italo,comentário 5
    Neste caso o melhor seria um sistema relativo. Em cidades pequenas com pouca verba e pouca administração e legislação, não haveria necessidade de muitas horas de trabalho.
    Em São Paulo, por exemplo, poderiam ganhar bem, mas com muito menos vereadores.
    O absolutismo não é bom em nenhuma circunstância. Vamos proporcionalizar.

  10. Armando Italo, comentário 12
    O CEO de qualidade busca o lucro através do atendimento dos desejos e necessidades do consumidor.
    O bom Prefeito deve buscar não apenas o aumento da arrecadação para propiciar a reeleição ou para beneficiar financiadores para a próxima eleição.
    Na empresa privada se o mercado não for satisfeito não haverá nem faturamento e muito menos lucro.

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