Por Carlos Magno Gibrail

“Não há mal que nunca se acabe e nem bem que sempre dure” –Provérbio popular
O pesadelo Trump está passando, principalmente na esfera de Sustentabilidade. O planeta agradece. Será substituído por gente que acredita, tem crédito e conhecimento para cuidar do meio ambiente e das relações sociais. John Biden ao nomear John Kerry como enviado especial para o meio ambiente sinaliza a importância que atribuirá à Sustentabilidade.
As metas da ONU para 2030, consubstanciadas nas 169 Metas dos ODS — Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que estavam com poucas perspectivas de serem alcançadas, tomam novas esperanças.
Oportunamente, a reportagem do jornalista Renato Krausz, diretor da Loures Consultoria, publicada na revista Exame, é explícita para entender a mudança de cenário que o mundo civilizado espera vivenciar.
Há um ano, o PGNU — Pacto Global das Nações Unidas realizou pesquisa em 99 países com 1.000 CEOs e extraiu que 92% deles consideravam a Sustentabilidade importante para os seus negócios, mas apenas 48% afirmaram que ela estava sendo implantada em suas empresas. Desses, apenas 21% sentem que a empresa tem papel fundamental para alcançar os ODS — Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Krausz lembra que o papel das empresas para o alcance dos ODS é fundamental, e por isso o início da década de 2020 já sinalizava que o mundo não estava caminhando na rota certa, e que em dez anos as metas não seriam alcançadas.
Por isso, ao constatar a epidemia da Covid-19, que evidenciava a necessidade de ações diretas, foi lançado pelo PGNU o “Leadership for the Decade of Action” — Liderança para a Década de Ação. Um documento para acertar a rota das organizações através da ação de seus CEOs.
O PGNU fez um extenso e profundo estudo para mapear os atributos, a origem e a tipologia dos líderes das corporações que estavam aplicando com sucesso as práticas ambientais, sociais e de governança para transformar a realidade de seus negócios.
Foram buscar em todos os continentes, e elencaram 55 CEOs e membros de Conselhos, considerados pioneiros na ação com o meio ambiente, com as práticas sociais e de governança — ESG Environment Social Governance.
A pesquisa detectou 4 atributos destes CEOs:
– Pensamento multinível
Inclusão de stakeholders nas decisões
Ativação de longo prazo
Inovação disruptiva
O estudo encontrou as origens destes CEOs
Born believers — desde a infância com paixão por aspectos ambientais e sociais
Convinced — desenvolveram durante a carreira o interesse pela sustentabilidade
Awoken — passaram a ter interesse na sustentabilidade devido a algum fato marcante, ou experiência significativa
E quanto são esses CEOs?
Born believers 45%
Convinced” 43%
Awoken 12%
Evidentemente para nós brasileiros essa nova perspectiva é uma esperança na mudança de atitude com relação à Sustentabilidade que a política atual do país tomou. Precisamos retomar a valorização daquilo acima definido como ESG Environment, Social, Governance, e voltar a liderar as posições que nos cabe como reserva ecológica do planeta.
Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.