Por Carlos Magno Gibrail

Mílton Jung, ontem no jornal da CBN iniciou a sua conversa com Viviane e Cony informando que o livro digital passava a ser usado por 23% dos americanos, subindo 7% em relação aos 16% do ano anterior. O livro impresso caía de 72% para 67%. Enquanto Viviane explicitava o uso pessoal de ambos em ocasiões pertinentes, em função do ambiente ou da velocidade a ser executada, Cony também externava a sua crença nas duas hipóteses, mesmo não sendo usuário do digital, e ainda lembrou o abandono aos papiros e pergaminhos quando surgiu a imprensa.
A pauta é das mais atuais e relevantes, pois no momento em que assistimos ao sucesso das mudanças nas grandes livrarias, ao atrair o público para o lazer em suas lojas, terão agora que competir com as novidades do mundo digital.
Será uma briga entre os grandes. Já está clara a concentração de títulos no ambiente das lojas, quando se nota a repetição de exposição dos livros mais promovidos. Em detrimento de lançamentos menos robustos. Segundo a FOLHA de segunda, as livrarias justificam a locação de espaço de exposição para melhorar as condições de negociação com as editoras. Entretanto, a variedade ficou reduzida e abre espaço para o mundo digital, justamente quando a Amazon e a Livraria Cultura disputam os leitores com os e-books.
Interessante notar que a batalha ora iniciada tem objetivos diferentes entre os contendores. A Amazon não ganha no Kindle ou nos livros vendidos para o iPad ou nos tablets Android, mas nos demais produtos de sua extensa linha. A Apple está neste mercado para vender iPad e seu interesse é apresentar uma completa biblioteca que alavanque o seu produto. A Livraria Cultura, com o Kobo, visa provavelmente uma posição preventiva e de atendimento a um novo hábito de leitura.
E as editoras? Bem, estão sendo forçadas a baixar preços, enquanto há torcida para que sejam pressionadas em virtude da democratização do meio eletrônico. Ao mesmo tempo, os best sellers deverão ficar com elas, pois seu investimento é alto.
Então, para onde vão os livros?
Considerando os papiros e pergaminhos do Cony, a menina que lê um livro por dia no iPhone, e mesmo amando os meus 2.000 livros, concordo com William Uricchio do IMT que diz sobre o livro:
Não precisa de luz, não precisa de internet, não fica sem baterias, é reciclável, e o mais importante: o compramos só uma vez.
Entretanto, ao imaginar o mundo sem esta geração e dentro da inovação que certamente ocorrerá, fico com o paradigma dos papiros e pergaminhos. O livro deixará de existir. Ao menos com a função atual.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras
Carlos
Feliz 2013!
Ontem ouvi numa radio, matéria abordando o tema “futuro dos livros impressos”
E ao que tudo indica, os iPads, tablets, Net Books, Smath Fones a tendência sera praticamente desaparecer, assim como jornais, revistas
Na aviação, muitos pilotos não mais utilizam cartas aéreas.
Tablets já fazem parte do dia a dia nas modernas aeronaves e na vida de jovens pilotos
Me acostumei ler no tablete pela praticidade, mobilidade
Mas vale dizer que nainda prefiro ler livros, revistas, jornais a moda antiga, ou seja, impresso
E fim, temos que acompanhar a evolução e o desenvolvimento tecnologico
Armando Italo, bem vindo aos comentários.
A evolução das espécies e dos produtos tem seguido a teoria de Darwin. Os que se adaptarem sobreviverão. É o caso do rádio, do cinema, e de exceções como o do teatro que conseguiu uma sobre vida.
Neste aspecto o livro deverá ter o destino do pergaminho.Por enquanto ainda há público, depois servirá nas mesas, como decoração ou como material de coleção.
Particularmente uso preferencialmente o livro impresso. Jornais, leio no eletrônico, assim como algumas revistas.
Fico exatamente como você Carlos,
creio que eventualmente os impressos como conhecemos serão cada vez mais caros, ainda que a leitura no papel seja muito mais cômoda para os que nos acostumamos com ele. Gosto dos meus livros mas entendo também que o mercado para escritores iniciantes é bem mais complicado na versão em papel do que o seu concorrente digital. Acho que temos sorte de estarmos na transição de um para o outro. Num futuro não tão distante, este mesmo debate do Liberdade de Expressão poderá ser reeditado num tom pouco mais saudosista, lembrando das versões em papel, dos então comuns livros eletrônicos.
Abraço
Sérgio, uma das vantagens será a possibilidade do armazenamento de todos os livros existentes, e até mesmo disponibilizá-los para venda. É a questão da CAUDA LONGA , ou seja, o custo baixo permitirá atender a demandas cada vez menores, o que significa não haver necessidade de retirar da oferta de venda.
Dificilmente alguém que,como eu,se criou lendo os livros que meu pai guardava chaveados em uma cristaleira no quarto dos meus avós paternos,imaginando que não ficassem ao meu alcance,por entender que não eram para ser lidos por uma criança,vai agora,aos 77 anos,acostumar-se a lê-los em IPads e Tablets. Não troco os que engulo com os olhos,na hora do almoço,da janta e do lanchinho da meia-noite,por compêndios eletrônicos.
Milton pai, é pelo hábito que o futuro do livro impresso deverá ser mudado. Mais ou menos como as velas. De instrumento de iluminação passaram a elementos de decoração.
Embora usuário full time dos meios eletrônicos, os livros impressos são insubstituíveis em muitas ocasiões.