Iminências

 

Por Julio Tannus

 

Na iminência do lançamento da telefonia celular no Brasil, nos anos 80, fui convidado pela então Telesp para testar a nova tecnologia. Na época, recebi um “tijolo” de telefone celular. Ao atender uma chamada em local público – na rua, no shopping – as pessoas me dirigiam olhares curiosos e indagativos: “ele está falando sozinho!?”, “será que enlouqueceu!?”.

 

Hoje, dirijo olhar curioso para as pessoas nos locais públicos – na rua, no shopping, no elevador, no cinema, na praia, e em lugares inimagináveis para mim: “por que não desgrudam do iphone, ipad!?”, “o que as leva a ficar tanto tempo focadas nesses aparelhinhos!?”

 

E chega a meu conhecimento uma nova forma de buscar as “iminências”:

 

Trend Hunter = Caçador de Tendências

 

É um profissional em geral jovem, de 20 a 35 anos, com fôlego para circular pelas ruas, cinemas, shows e exposições da cidade registrando tudo, até a roupa que você está usando. Com olhos atentos, máquinas fotográficas e notebooks, ele capta comportamentos, estilos, novos talentos, ídolos emergentes e desejos de consumo. Informações preciosas para as indústrias de moda, tecnologia e design.

 

Marcas líderes e seus concorrentes utilizam um relatório de tendências anual para entender as tendências do consumidor, identificar oportunidades e acompanhar a inovação do concorrente. Marcas como Kelloggs e Nestlé dependem de caçadores de tendência para desencadear uma inovação.

 

A TrendHunter, empresa especializada neste tipo de abordagem, emprega cerca de 100.000 caçadores de tendência espalhados por 191 países.

 

Julio Tannus é consultor em Estudos e Pesquisa Aplicada e co-autor do livro “Teoria e Prática da Pesquisa Aplicada” (Editora Elsevier). Escreve às terças-feiras, no Blog do Mílton Jung

Um comentário sobre “Iminências

  1. Acredito que este tipo de pesquisa é necessária a todas as empresas que não disponham de gênios como a Apple com Steve Jobs.
    Segundo seus biógrafos, Jobs tomava conhecimento apenas do seu “feeling” e pedia a seus colaboradores considerar que estavam desenvolvendo produtos para idiotas, ou seja, tinham que estar aptos para serem usados por pessoas sem muita inteligência.

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