As consequências do calor de Porto Alegre

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Porto Alegre,neste verão,está rivalizando com as cidades mais quentes do mundo. Equipara-se,no mínimo,com algumas da Austrália,Namíbia e outras caniculares. Não lembro de ser obrigado a enfrentar aqui os dias – e as noites,como não – sequer parecidas com a deste mês de janeiro. E olhem que moro em POA faz 78 anos,isto é,a vida inteira,tirante apenas a primeira semana depois do meu nascimento, que ocorreu em Caxias do Sul. Quem tem condições, não deixa de ligar o ar-condicionado,mesmo que o aparelho nem sempre vença a exagerada temperatura que precisa combater.

 

Na última terça-feira, não consegui digitar o texto postado pelo Mílton neste blog.A CEEE,sei lá se por ter acontecido excesso de condicionadores e outros que tais, ligados ao mesmo tempo, na capital gaúcha,deixou a rua na qual moro com meia fase de energia por longo período. E o computador,sem contar com o wi-fi,não serve para nada. O meu filho,então,que me desculpe pelo atraso na entrega do texto que marca o meu retorno das férias, que gozei enquanto ele viajava para os Estados Unidos. A propósito,não deixem de ler as histórias contadas pelo “âncora”do blog. Apreciei-as todinhas. E não se trata de corujice.

 

Está ficando difícil de se entender o que provoca os exageros climático que estão acontecendo no mundo. Normalmente,Porto Alegre é uma cidade quente no verão,mas,repito,acho que nunca com temperaturas tão altas como agora. Enquanto isso,nos Estados Unidos,o frio e tempestades de neve açoitam várias regiões. Três mil voos,repetindo o que já havia se verificado, não puderam decolar na quarta-feira. Aliás,o avião que levaria meu filho e sua família a Vermont,uma estação de esqui,esteve entre os que não decolaram,há duas semanas, por força do péssimo tempo. Compreendo a frustração deles. É bom lembrar,porém,que mais tem Deus para dar do que o diabo para tirar.

 

Em fevereiro,entro em férias na Guaíba e vou com Maria Helena para Tramandaí, litoral gaúcho. Espero que o vento, que costuma soprar no próximo mês,não nos maltrate à beira do mar. Outro problema, que afeta os veranistas das nossas praias, é música,geralmente em altíssimo volume,tanto a rodada por automóveis estacionados nas ruas próximas do oceano quanto a que parte de vizinhos importunos. E não adianta apelar para a Brigada Militar. Ao mesmo tempo,as operadoras de telefonia,entra veraneio,sai veraneio,e a conexão 3G,no litoral,fica cada vez pior.Também não dá para entender por que a ANATEL não as obriga a investir nos principais balneários gaúchos.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

2 comentários sobre “As consequências do calor de Porto Alegre

  1. Realmente as condições climáticas não só em Porto Alegre e no Brasil, mas no mundo como um todo estão muito estranhas. Calor demais no hemisfério sul, nevascas tremendas no hemisfério norte. Alguma coisa está acontecendo, seja uma mudança climática ou atividade solar. Por mais que a temperatura média do planeta não tenha subido muito, 0.6°C como dizem alguns cientistas, as temperaturas medidas em escalas menores deram um salto bem maior. O que me deixou pasmo na data de hoje, 27/01/2014 foi a Patrícia Madeira no boletim da manhã, dizer que essa semana (entre os dias 27/01 e 31/01) será uma “semana tranquila”….tranquila pra quem? Uma temperatura que no próprio site da Climatempo sinaliza que é a maior já medida no mês de Janeiro desde 1943, com temperaturas médias de 31.5°C, numa semana quente e seca é tranquilo? Pedir para as pessoas racionarem água porque um dos meses mais chuvosos da estação está extremamente seco e com baixa precipitação é normal? Pode ser que seja tranquilo para ela que está acostumada com temperaturas em torno dos 40°C do RJ…mas para os paulistanos isso não é nada normal. Está absurdamente quente em SP, e com a quantidade de prédios, pavimentação e veículos em circulação, a sensação térmica piora ainda mais, ela como meteorologista deve saber disso. Não vejo tranquilidade em nada disso! Ela deve estar na onda da “Complacência Habitual” mencionada pelo Dr. Mario Sergio Cortella.

    • Dave,

      Ë de chamar atenção os extremos climáticos que temos registrado neste verão no hemisfério sul tanto quanto no inverno do hemisfério norte. A Patrícia quando costuma falar que será uma semana tranquila, se refere, especificamente, à previsão do tempo. Quer dizer que eles, meteorologista, não devem ser surpreendidos com mudanças na temperatura ou no tempo. Previsão do tempo tranquia não significa dias tranquilos para os que, como nós, temos de respirar o ar das grandes cidades.

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