Você fala no rádio e influencia pessoas. Seja pela informação que pode ser transformadora seja pelo que ela aprende ao ouvi-lo: vocabulário rico, palavras pronunciadas corretamente, respeito as regras gramaticais. De onde se percebe que nosso trabalho diário à frente do microfone é pedagógico. E exige enorme cuidado. Precisão. Atenção no que dizemos.
Pensei sobre o assunto ao ouvir o youtuber Gavin Roy, americano nativo, apaixonado pela língua portuguesa. Ele mantém o canal Small Advantages no You Tube e tem mais de 980 mil inscritos, onde ensina brasileiros a falar inglês. Dá dicas de pronúncia, sugere livros e conta curiosidades dos Estados Unidos.
O que ele tem a ver com a linguagem que usamos no rádio?
No trecho da entrevista destacado neste post, que foi ao ar no canal AskJack, também no You Tube, ele conta que ouvia a rádio CBN antes de saber falar português: “queria saber como era o som do português em comparação com o espanhol”, diz com todo sotaque americano que lhe é de direito.
Pensar sobre a responsabilidade que temos na formação da língua e na educação das pessoas é fundamental em um momento no qual muita gente confunde informalidade com ignorância. Acredita que falar errado, abrir mão de regras gramaticais, viciar-se em jargões e gírias aproxima você do cidadão. Fazer isso é um desserviço à sociedade.
O importante é que se fale de maneira que as pessoa entendam o recado e respeitando a língua portuguesa, que aceita muito bem a forma coloquial, como nosso colega professor Pasquale Ciro Neto sempre reforça em seus comentários no “Nossa língua de todo dia”, no Estúdio CBN.
Eu sempre me esforcei em tratar a língua portuguesa com carinho, mesmo que, às vezes, pelo improviso que a fala no rádio nos exige, ocorram tropeços. Identificados, corrigi-se. O ouvinte merece.
Saber falar a própria língua corretamente é muito importante, é muito triste vê-la desrespeitada…parabéns pelo esforço em não abandona-la à entropia.