Por José Antonio Braz Sola
Ouvinte da CBN
Início da década de 1960. Morávamos em Pinheiros, perto do Largo. Eu tinha uns 7 anos e minha irmã, 4. Nos domingos em que meu pai — um simples comerciário — tinha folga, ele nos levava para passear, de ônibus ou de bonde, enquanto a mamãe ficava em casa cuidando do almoço mais caprichado da semana.
Íamos com frequência ao Parque da Água Branca, onde podíamos ver e tocar os bichinhos que tanto nos encantavam — especialmente bois, vacas e cavalos. Lembro-me de que ficava particularmente feliz quando o ônibus passava em frente ao Estádio Palestra Itália, sede do clube pelo qual já era apaixonado, o Palmeiras.
Fazíamos passeios também no centro, onde ficávamos maravilhados com as vitrines das lojas mais conceituadas da cidade, localizadas nas Ruas Barão de Itapetininga, 24 de Maio, do Arouche e na Praça da República. Era uma época pré-shopping centers.
Seguíamos, também, até a Praça do Patriarca, para admirar a vitrine da Kopenhagen, que estava sempre ornamentada maravilhosamente, sobretudo em datas especiais como Páscoa e Natal. Em dezembro, claro, era obrigatório ver e falar com o Papai Noel no Mappin, além de ir apreciar o maravilhoso presépio mecanizado, montado na Galeria Prestes Maia.
O dinheiro do papai era curto, mas ele dava um jeitinho de nos oferecer um lanche, sempre acompanhado do insubstituível Guaraná Caçula Antárctica. Sinto muitas saudades daqueles tempos, de todas aquelas coisas e especialmente daquela São Paulo.
José Antonio Braz Sola é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Conte você também mais um capítulo da nossa cidade: escreva para contesuahistoria@cbn.com.br.
Parabéns José Antônio!
O centro paulistano é mágico.
Iêda,obrigado pelas palavras gentis.
Aqueles tempos não voltam mai. O Centro de SP é mágico mesmo !.
Feliz Páscoa!
José Antonio Braz Sola
José Antonio, sou dessa geração também e lembro muito bem de tudo que citou.
O meu refrigerante preferido na época era Gini, acho que nunca mais tomei algo tão gostoso quanto, até lançaram novamente, mas não tinha exatamente o mesmo sabor.
Boas lembranças!
Oi, Dalva !
Você confirma que tudo o que relatei é verdadeiro.
Obrigado pelas palavras gentis.
Feliz Páscoa !
José Antonio Braz Sola
Eu que agradeço, José A, as mesmas gerações guardam memórias parecidas dos lugares em cada tempo vivido, um conforto! Abraço!
“Saudade não tem idade,
Idade não é sofrimento;
Sofrimento é não sentir saudade,
Vítima do precoce esquecimento.”
Quanta saudade!
Obrigado, caro José Antonio,
Poeta Alceu S. Costa.
Sou eu quem lhe agradece pelas palavras gentis, Poeta Alceu S.Costa.
Cabe-nos, sempre que possível, mostrar para a geração atual como foi o passado de nossa Cidade, que já foi mais humana e sensível.
É possível voltar a ser assim.
Um abraço.
José Antonio Braz Sola