Avalanche Tricolor: vivi para ver Suárez marcar no Gre-nal!

Grêmio 3×1 Internacional

Brasileiro – Arena Grêmio, Porto Alegre/RS

Suárez comemoara gol no clássico em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Toda vez que o  Grêmio entra no gramado minha incredulidade é posta à prova. Ver a passagem de jogador por jogador pela câmera da TV e encontrar Luis Suárez perfilado e vestindo a camisa tricolor era inimaginável até pouco tempo. A despeito das ilusões que me dei o direito de ter com meu time, nunca fui dos torcedores que se entusiasmaram com as notícias de bastidor sobre a contratação de um craque mundial. Muitas vezes passamos por isso e na maioria delas era apenas um manjar de cartolas para adocicar a boca da “gente do Grêmio” entristecida por resultados mal alcançados.

Quando o nome dele foi confirmado evidentemente que comemorei e sonhei com seus gols e jogadas. Era o quinto maior goleador do mundo chegando à Arena. Vínhamos de uma temporada difícil apesar do título gaúcho e da ascensão à primeira divisão, em 2022. Merecíamos a alegria de uma jogada audaciosa por parte da diretoria e seus apoiadores. Ter Suárez no elenco era muito mais do que poderia querer naquelas circunstâncias.

Na primeira partida marcou três gols — o adversário não era de se levar a sério, disseram alguns, apesar de o jogo valer troféu. Seguiu fazendo dos seus, mas era Campeonato Gaúcho comentavam os despeitados. Vencemos o primeiro clássico gaúcho que ele disputou, porém nosso atacante não marcou e logo correram para lembrar a promessa que havia feito assim que chegou ao clube. Na oportunidade, com o sorriso largo e marcado pelos dentes que lhe são peculiares, Suárez lembrou ao torcedor que sempre deixou sua marca nos clássicos que disputou pelo mundo da bola. E não foram poucos.

Vieram as competições nacionais. Um jogo sem gol de Suárez abria a estatística da “seca” que o uruguaio iniciava, mesmo que seguisse sendo ele o goleador do tricolor. Mais do que isso: mesmo sendo ele o jogador que abria caminho para os companheiros marcarem, que chamava atenção dos zagueiros liberando a chegada do nosso meio de campo e que buscava tabelas improváveis — às vezes não completadas porque alguns de seus colegas de time, assim como eu, parecem incrédulos frente a possibilidade de tê-lo como parceiro.

Diante da escassez de talento e da baixa performance da equipe nas últimas partidas, Suárez seguia seu esforço em mostrar ao torcedor os motivos que o levam a ser um dos maiores jogadores do mundo. No meio da semana, foi dele o gol (de trivela) que nos manteve vivo na disputa por uma vaga às quartas de final da Copa do Brasil, quando muitos não viam alternativas para o empate. Hoje, foi dele o gol que deu início a história do Gre-nal 439 — o clássico que será lembrado para todo e sempre como o Gre-nal de Suárez.

O gol aos seis minutos foi lindo. Começou com a bravura de Kannemann que, na linha do meio do campo, antecipou-se, venceu a disputa da bola e a entregou para Suárez. Havia três marcadores no entorno dele. Colocou todos no bolso, os fez correrem atrás de uma bola imaginária ao ameaçar um passe de calcanhar, seguiu livre para o outro lado e de fora da área meteu no ângulo. Um golaço! Um golaço de Suárez!

No segundo tempo, quando já estávamos com um a menos em campo —- Kannemann foi expulso aos oito minutos —, escapamos em um contra-ataque puxado pelo próprio atacante que depois de tabelar com Galdino lançou no pé de Bitello, que completou no ângulo. Àquela altura, aos 19 do segundo tempo, o clássico já tinha um nome para chamar de seu: Luis Suárez!

Nosso atacante completou 23 partidas pelo Grêmio, marcou 14 gols e deu sua quinta assistência. Fez até aqui um gol a cada 137 minutos jogados (obrigado pelos dados Marcos Bertoncello). E um desses gols foi o golaço no clássico gaúcho neste fim de domingo – é o décimo clássico mundial no qual ele deixa sua marca.

Acho que já dá para começar a acreditar que vivi para ver Luis Suárez com a camisa do Grêmio! Obrigado pela graça alcançada!

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