Inter 3×2 Grêmio
Gaúcho – Beira Rio, Porto Alegre/RS

O caro e cada vez mais raro leitor desta Avalanche já leu textos em que descrevi cenários que encontramos nos jogos do campeonato gaúcho. Arquibancadas precárias e torcedores amontoados na laje de casas vizinhas para assistir aos jogos. Vestiários em que mal cabem o elenco completo durante a preleção dos treinadores. E gramados esburacados e impróprios para futebol.
Hoje, acrescentamos mais um elemento nesta várzea: um clássico da dimensão do Gre-nal sem o recurso do VAR. Responsabilidade daqueles que no início da competição aceitaram essa regra esdrúxula e ultrapassada. Aos desavisados, a explicação: os clubes que disputaram a competição decidiram que não haveria o recurso eletrônico em nenhum jogo da primeira fase por uma questão financeira.
Soube-se que no meio da semana, os dirigentes da dupla Gre-nal teriam aceitado pagar a empresa responsável pelo VAR, chegaram a depositar o dinheiro na conta, mas enquanto os funcionários se deslocavam para Porto Alegre foram informados que o recurso não teria sido autorizado. Até agora não entendi se isso se deu porque não houve unanimidade entre as demais equipes, o que era uma exigência do regulamento.
O fato é que em um estádio de Copa do Mundo, com a presença das duas maiores torcidas do Rio Grande do Sul, a do Grêmio e a do Inter (necessariamente nesta ordem), com equipes que fazem investimentos milionários e capacitadas a oferecer um futebol de qualidade, fomos obrigados a assistir a um jogo em que não cabia revisão às decisões de campo do árbitro que, como se sabe cada vez mais, é limitado na sua atuação – e aqui não estou sequer entrando no mérito da qualificação deste que apitou a partida, pois é considerado um dos melhores que temos no país. Uma várzea!
A despeito disso, ao Grêmio cabe entender o que motivou a derrota deste início de noite, em Porto Alegre, e, principalmente, coloca-lá na devida dimensão. Primeiro, identificar seus pontos positivos e enaltecer a impetuosidade de Gustavo Nunes que, não podemos esquecer, tem apenas 18 anos e joga como gente grande. Depois, ajustar a marcação em uma faixa do gramado em que saíram os dois gols e o pênalti fatídico. E, finalmente, conscientizar-se de que esse resultado significa praticamente nada na missão maior que é ser heptacampeão desta várzea!