
O conceito de gerações, amplamente utilizado para categorizar comportamentos, consumo e comunicação, pode estar com os dias contados. Essa é a provocação trazida pelo comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, com base em um estudo realizado pela TroianoBranding em parceria com a consultoria Dezon. O levantamento questiona a relevância de dividir as pessoas em “caixinhas geracionais” em uma sociedade cada vez mais fluida e inclusiva.
Cecília Russo destacou que o uso das gerações se tornou uma “muleta” para justificar quase tudo, desde campanhas publicitárias até memes nas redes sociais. Porém, a pesquisa mostrou que, mais do que diferenças, o que une as gerações são os temas estruturantes da vida humana, como identidade, laços afetivos, comunidade, crescimento e bem-estar. “O que muda é a forma como cada tema é traduzido, a depender do contexto social ou da idade de cada pessoa”, explicou Cecília.
Os cinco elementos estruturantes da pesquisa
- Identidade
Refere-se à forma como as pessoas se percebem e se definem em relação ao mundo ao seu redor. Abrange aspectos como personalidade, valores e autocompreensão, que guiam suas escolhas e ações, independentemente da geração. - Laços Afetivos
Trata-se das conexões emocionais que as pessoas constroem ao longo da vida. Inclui relações familiares, amizades e vínculos afetivos que dão sentido à existência e influenciam comportamentos de consumo e interações sociais. - Comunidade
Diz respeito ao senso de pertencimento e à busca por coletivos que compartilhem valores e objetivos. Essa necessidade de se sentir parte de algo maior transcende gerações, ainda que os meios para formar essas conexões possam variar. - Crescimento
Representa o desejo humano de evolução, aprendizado e autodesenvolvimento. Pessoas de todas as idades compartilham essa busca, seja em aspectos profissionais, pessoais ou espirituais, mas o modo como perseguem o crescimento pode diferir. - Bem-Estar
Focado no equilíbrio físico, mental e emocional. Embora a forma de buscar o bem-estar varie, como práticas esportivas ou consumo de conteúdos relacionados à saúde, o objetivo de alcançar qualidade de vida é comum a todos.
Conteúdo universal e comunicação transversal
Jaime Troiano reforçou essa ideia ao falar do impacto para as marcas: “Existem mais similaridades do que diferenças entre as gerações, seja de mentalidade, seja no consumo de marcas.” Ele citou exemplos de marcas como O Boticário, Nike e Samsung, que conseguem se comunicar de forma transversal com diferentes públicos, usando os temas estruturantes como base. Para Jaime, a capacidade de criar conteúdos universais, adaptados para diferentes canais, é o que torna essas marcas relevantes para todas as faixas etárias.
O estudo também propõe que abandonar os rótulos geracionais é uma forma de inclusão, pois permite às marcas explorar temas humanos profundos sem a limitação de padrões tradicionais. Cecília Russo destacou que essa abordagem permite prever comportamentos de forma mais rica e abrangente, deixando de lado classificações que já não refletem a realidade atual.
A marca do Sua Marca
A principal mensagem do comentário é clara: ultrapassar a superfície das classificações geracionais é essencial para compreender as pessoas em sua profundidade. “É o fim das gerações, ou as gerações sem fim?”, questionou Jaime Troiano, ao concluir que os marcos geracionais podem, muitas vezes, aprisionar nossa visão. A verdadeira lição é pensar “fora da caixinha” e adotar uma abordagem mais inclusiva e universal, tanto na vida quanto nos negócios.
Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso
O quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.