A chuva é natural, a tragédia é humana

 

Texto de abertura do CBN São Paulo desta terça-feira, dia 11.01, mais um dia de verão na capital paulista obrigada a encarar a ironia de comemorar sua fundação no mês de janeiro, quando costuma enfrentar seus dias mais difíceis:

… em que mais uma vez São Paulo sofre pela falta de planejamento e dinheiro desperdiçado; em que o paulistano fica parado em enormes congestionamentos e em meio a uma enchente que sequer é novidade; em que a imprensa soma números de mortos nas manchetes, são 9 apenas nesta madrugada, em uma matemática sem graça resultado do desrespeito com o ambiente urbano – entupido de obras, prédios, cimento, falta de cidadania e incompetência administrativa.

Somos todos responsáveis pelo que assistimos nesta terça-feira. Seja porque não cuidamos do nosso entorno; seja porque não cobramos de quem tem nas mãos dinheiro – o dinheiro dos nossos impostos – e equipamentos, também.

O rodízio de carros foi suspenso; mas o lixo que entope os bueiros, impede o escoamento da água, este continua circulando por toda a cidade, jogado indevidamente e esquecido pela prefeitura que se não tem capacidade para recolher é porque também não teve para educar.
As pessoas seguem despencando dos morros, embaixo de suas casas, construídas indevidamente, mas permitidas pela falta de opção oferecida pela prefeitura – a mesma prefeitura que entrega todo o ano a conta do IPTU para estes moradores.

Aqui no CBN São Paulo, os repórteres estarão na rua – como sempre – atualizando as informações, sobrevoando a cidade e monitorando os pontos de alagamento, porque a chuva de verão não tem como evitar, é da natureza. O que não é natural é a maneira como ainda aceitamos esta tragédia urbana sempre que o verão chega.

Quando a chuva vier

 

Céu em São Paulo

Lembre-se desta imagem sempre que a chuva vier neste verão. Por mais estragos que sejam cometidos pela quantidade de água e descaso do homem, a vida sempre está pronta para recomeçar. A foto é do nosso colaborador e ouvinte-internauta Luis Fernando Gallo.

Foto-ouvinte: Quando a chuva se vai

 

A chuva se foi

O céu de São Paulo ganhou colorido especial no fim da tarde dessa segunda-feira (29.11) de primavera logo após o temporal que assustou muita gente na cidade. Luis Fernado Gallo, ouvintes-internauta e colaborador do Blog, teve paciência de esperar este visual antes de reclamar da chuva forte. Ele sempre tem esperança de que algo melhor está para vir. E venho.

Chove chuva, chove promessa, chove desculpa, chove…


Por Carlos Magno Gibrail

Enchente em São Paulo

E enche. As enchentes que abalam grande parte das metrópoles brasileiras são resultado de um longo processo de modificação e desestabilização da natureza por forças humanas. As várzeas foram ocupadas e impermeabilizadas, as árvores escassearam e o progresso que foi instalado não trouxe a compensação natural.

A adequação das dimensões de todo o sistema de escoamento das águas não foi realizada e os piscinões que poderiam equilibrar parte do processo não foram executados em quantidade desejável.

Ou seja, a atualização das medidas necessárias para bocas de lobo, bueiros e canalização de águas pluviais não foram planejadas nem efetivadas. Isto significa que estes equipamentos não atendem ao volume de águas atuais. Como sabemos as chuvas de hoje são maiores daquelas de antes pelo desmatamento, inclusive da Amazônia, e pelo aquecimento global. E a população aumentada não cuida e entope estes escoadouros com lixo e detritos orgânicos.

Contamos ainda com três milhões de pessoas que vivem em áreas de risco.

É por isto que com duas chuvas em véspera de verão a cidade de São Paulo já teve mortes por enchente.

As ações preventivas não foram completadas. Ficaram nas promessas. Menos mal que há uma semana tivemos a aprovação unânime no Senado da Medida Provisória 494 que trata da liberação de recursos da União para atender casos de calamidade pública, sem exigir trâmites burocráticos convencionais. Esta medida que será apresentada ao presidente da república para sanção, cria o SINTEC Sistema Nacional de Defesa Civil, que deverá receber todo o mapeamento nacional das áreas de risco.

Nesta linha de levantamento, a Prefeitura de São Paulo está concluindo um sistema que irá permitir avisar os três milhões de moradores que estão em área de risco. Através de quatro a cinco mil líderes comunitário informará com antecedência a chegada de chuvas pelo SMS dos celulares. O problema ainda assim não estará resolvido porque a imprecisão é comum no verão. Nesta ;ultima chuva às 20h previu-se chuva forte no sul e o vento mudou para o centro e o norte da cidade de São Paulo, onde às 22h começou a chover.

É a resolução do problema começando pelo efeito e não pela causa. Nas próximas eleições será melhor tratar de temas pertinentes às grandes necessidades coletivas e públicas e deixar religião e preconceitos individuais para as igrejas e demais comunidades. Antes disso deveremos refletir sobre dados como os mais de 50% de financiadores desta última campanha terem sido as empresas envolvidas na construção civil. Não se sabe, entretanto para quem e de quem foi o dinheiro doado.

É chover no molhado? Espero que não.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve, às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

Canto da Cátia: Enchente no Bom Retiro, sem saída

 

Enchente no Bom Retiro

O verão ainda não começou, mas as enchentes, sim. O bairro do Bom Retiro acordou com algumas ruas alagadas, nesta quarta-feira, conforme registrou a Cátia Toffoletto em reportagem no CBN SP. Nenhuma novidade, apesar de os moradores do prédio darem a impressão de que estão surpresos com a situação que encontraram na hora de deixar os apartamentos. Parecem procurar uma resposta para a encrenca que enfrentam há muitos anos. E a respota está logo ali, bem na esquina, na placa de sinalização de trânsito.

Ouça aqui a reportagem da Cátia Toffoletto que foi ao ar no CBN SP

Com mortes, São Paulo vive prévia das chuvas de verão

 

Corrego Zavuvus, Americanopolis

Fatalidade. Assim o subprefeito de Cidade Ademar José Rubens Domingues Fo. descreveu a morte de um casal que estava no carro arrastado pelas águas do córrego Zavuvus, na noite de segunda-feira.

Descaso da prefeitura. É o que dizem integrantes do Fórum Social da Cidade Ademar e Pedreira cansados de esperar uma atitude do poder público na região onde milhares de pessoas vivem em situação de risco.

Desrespeito. É o que se enxerga nas imagens feitas pela repórter Cátia Toffoletto e nas entrevistas em que os moradores dizem estar esperando há seis meses pela conclusão do processo de remoção prometido pela prefeitura.


Ouça a reportagem da Cátia Toffoletto

Na entrevista ao CBN SP, o subprefeito Domingues disse que a retirada de 30 famílias ocorrerá em breve, medida que se soma a ações que estariam sendo realizadas, em caráter emergencial – conforme ressaltou -, para desassoreamento dos dois principais córregos que passam pelos distritos de Cidade Ademar e Pedreira.

Carro ficou alagado no Corrego Zavuvus, Americanopolis

O córredo Zavuvus, que engoliu mais dois corpos na noite de segunda, e o do Cordeiro representam risco permanente para a população, lembra Airton Goes, do Fórum, em mensagem enviada ao CBN São Paulo. E os problemas não se resumem a falta de saneamento:

Parte dos moradores da Pedreira – que fica na divisa com Diadema – tem que recorrer ao município vizinho para receber atendimento médico, o que é uma vergonha para a cidade mais rica do país. Isto porque faltam até equipamentos públicos de saúde. Há anos a população reivindica duas unidades de saúde: uma no Jardim Novo Pantanal e outra no Jardim Miriam.

A Cátia ouviu moradores que descreveram os problemas que se acentuam com a chegada das chuvas de verão. Não parecem confiar tanto assim nas medidas adotadas pela prefeitura.

De qualquer maneira, perguntei ao subprefeito qual a esperança de que a situação de perigo estaria contornada a partir de dezembro, no período de temporais:

Ouça a entrevista com Ademar José Rubens Domingues Fo.

Água que cai do céu não está sobrando

 

Afonso Capelas Jr mantém o blog Sustentável na Prática, dentro do portal Planeta Sustentável, e ofereceu um dos textos sobre a água para que publicássemos neste Blog Action Day:

Enchente em São Paulo

Entre o final de 2009 e o começo deste ano tivemos mais de 40 dias de dilúvio em vários lugares do Brasil. Em São Paulo, por exemplo, foram exatos 47 dias seguidos de chuvas – e chuvas fortíssimas – causando aqueles estragos todos que já sabemos. Diante desse cenário de aparente fartura de água muita gente se anima com a ideia de que já não há mais motivos para economizar. Ao contrário, acreditam que, como está sobrando água nas represas, temos mesmo é que gastá-la sem critérios.

Não é bem assim. De fato, em janeiro quatro das 11 principais represas que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo estavam com sua capacidade quase acima do chamado “nível de segurança para armazenamento”, que é o limite máximo de operação que um reservatório pode suportar. O sistema Cantareira, por exemplo – responsável pelo abastecimento de quase 9 milhões de pessoas – tinha mais de 96% de suas represas cheias d´água. Foi preciso descarregar o excedente nos rios para evitar o transbordamento.

O assessor de Meio Ambiente da Sabesp, Marcelo Morgado, explica: “As chuvas intensas e enchentes causam a falsa ilusão de abundância de água e até induzem à menor preocupação com o desperdício”. Na verdade, o que a gente nunca se dá conta é que depois das águas de março passamos por um longo período de estiagem durante o final do outono e boa parte do inverno, especialmente aqui no Sudeste do país.

Morgado lembra que localmente, dependemos muito desse estoque de águas das chuvas nas represas durante o verão, para suportar a estiagem do inverno. “Por outro lado, globalmente, é preciso levar em consideração que as mudanças climáticas não são uma tendência puramente linear, mas vêm acompanhadas de distúrbios no tempo, alguns dos quais já estamos vivenciando e que provocam alterações no regime de chuvas. Ou seja, chuvas torrenciais podem ser sucedidas por períodos de estiagem severa e prolongada”.

Antes mesmo de colocar a culpa nas questões climáticas, acredito que é preciso adotar uma nova postura: a da utilização racional da água e, de resto, de todos os outros recursos naturais deste planeta. É um hábito que pode fazer parte do nosso comportamento diário sem alterar em nada a nossa qualidade de vida e de bem estar. Ao contrário, vai até prolongá-los. Assim como também podemos procurar agir de modo inovador, reconsiderando formas de aproveitamento de tanta água limpa que cai do céu, mas não é inesgotável.

Vamos pensar juntos nessas possibilidades?

Pauta do #cbnsp 07.04.2010

 

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Um guindaste usado na obra da linha amarela do Metrô tombou durante a madrugada, na estação Morumbi, na avenida Francisco Morato, zona oeste de São Paulo. Ninguém ficou ferido, mas a cena chamou atenção de quem passou pelo local pela imagem inusitada de um caminhão “em pé”, como é possível ver na imagem enviada pelo ouvinte-internauta Beto Catarino. Ouça a reportagem.

Saúde e cidade – A Organização Mundial da Saúde alerta para os riscos às populações que vivem no meio urbano, devido o crescimento desordenado. Este é o tema do Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quarta-feira. A médica sanitarista da Organização Panamericana de Saúde Agnes Soares explicou ao CBN SP como é possível tornar o ambiente urbano mais saudável.

Chuva e perigo – A cidade de Santos, no litoral paulista, está em estado de alerta devido as chuvas desta semana. Na terça-feira, houve 36 deslizamentos em morros da região, mas nenhuma pessoa ficou ferida. De acordo com o chefe da Defesa Civil de Santos Emerson Marçal existem cerca de 1 mil famílias que vivem em áreas de risco. Ao CBN SP, ele falou sobre medidas que estão sendo adotadas para impedir mortes e prejuízos.

Época SP na CBN – Pianista cubano é destaque em apresentação na Sala São Paulo ao lado da Banda Mantiqueira e do Projeto Guri. Nas dicas de hoje tem também endereço de boteco japonês, na capital.

Esquina do Esporte – As apostas do Marcelo Gomes na última rodada da fase de classificação do Campeonato Paulista: Santos e Santo André, classificados, disputam as finais com São Paulo e Corinthians. Vai bailar o Grêmio Prudente, diz o narrador esportivo da CBN no bate-papo de hoje, no qual também falamos do Messi.

Enxurrada de perguntas sem respostas na CPI das Enchentes

 

CPI das Enchentes

As quatro horas de sessão da CPI das Enchentes não foram suficientes para o secretário municipal da Coordenação das Subprefeituras Ronaldo Camargo responder metade das 84 perguntas que os vereadores tinham em mãos. Ele contou com o ‘apoio moral’ de uma dezena de assessores e se revelou otimista em relação as medidas adotadas pela prefeitura para combater os alagamentos na capital, o que levou alguns parlamentares a questionarem se eles falavam da mesma cidade.

Camargo disse que o dinheiro investido pela prefeitura no combate as enchentes tem evoluído e a criação do Centro de Controle de Operações Integradas agilizou as medidas de emergência.

De acordo com informações publicadas no Blog da CPI das Enchentes,o secretário não esclareceu se foi rompido o contrato com empresas que não estariam realizando serviço eficiente na limpeza dos piscinões – como chegou anunciar o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Conforme dados do site da Câmara Municipal estiveram na CPI os vereadores Adilson Amadeu (PTB), presidente; Abou Anni (PV), relator; Aurélio Miguel ( PR); Alfredinho ( PT); Quito Formiga (PR); Milton Leite; José Américo (PT); Alfredinho (PT); José Police Neto (PSDB); e Wadih Mutran (PP).