Uma gaúcha centenária que tem estilo, se atualiza, cresce e dá lucro

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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A Lojas Renner, mantendo o crescimento e a lucratividade do início do ano, apresentou no último trimestre faturamento de R$ 1,25 bilhão, maior em 20% ao da mesma época de 2014. O lucro líquido ficou 30% a mais. No período de nove meses a venda cresceu 21%. Um fenômeno.

 

Desde a gestão de seu fundador, Antonio Jacob Renner, iniciada em 1912, até hoje, com José Galló, é fácil detectar que a adaptação às mudanças foi realizada com estilo próprio e priorizando as pessoas como o item principal do marketing mix. Não descuidou dos demais componentes: ponto, produto, praça, processo, preço, propaganda e promoção, mas a Renner se destacou na atenção às pessoas, quer como consumidores ou funcionários.

 

Do antigo slogan: “Renner, a boa roupa, ponto a ponto” ao “Você tem estilo, a Renner tem todos”, vale repassar alguns episódios.

 

Em 1998, a J.C.Penney adquiriu o controle acionário, facilitando o acesso a fornecedores internacionais de produtos, processos e serviços.

 

Em 2002, a Whitaker International foi contratada para implantar nova abordagem de criação, baseada menos nas amarras das grandes tendências de moda, e mais no comportamento das consumidoras reais. Refletindo na criação, exposição e comunicação dos produtos.

 

Com a loja organizada por seis estilos de vida e atenção na redução do tempo de processo para estar com produtos atualizados aos desejos do consumidor, a imagem de inovação creditou um frescor importante como negócio de moda.

 

A saída da J.C.Penney e a entrada na Bolsa de Valores SP em 2005 deram um novo impulso. A atenção às pessoas foi redobrada e no ano de 2008 foi criada a OSCIP organização da sociedade civil de interesse público, que busca a inserção da mulher no mercado de trabalho.

 

A consultoria Aon Hewitt, em 2011, considerou a Renner a segunda melhor empresa em gestão de pessoas, atrás apenas da AmBev. Na pesquisa atual, os 87% de engajamento dos funcionários lhe deram o primeiro lugar, ficando 25 pontos acima da média global.

 

Mais do que estes fatos marcantes, o diferencial é o atendimento. Enquanto os concorrentes lidam com o auto-atendimento, a Renner oferece o encantamento, que boa parte dos brasileiros gosta.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

Obs. Os números foram extraídos da Istoé DINHEIRO 939.

Em hotel de luxo, portas abertas à mordomia

 

Por Ricardo Ojeda Marins

 

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Um mordomo à sua disposição. Talvez a frase remeta leitores aqui do Blog para tempos passados. Seculares quem sabe. A verdade é que os serviços de mordomia, em hotéis de luxo, prevalecem, e claro, acompanham a evolução do comportamento e das exigências de viajantes de alto poder aquisitivo

 

A rede de hotéis St. Regis, marca de luxo da Starwood Hotels, é a prova disso. O serviço de mordomo em seus hotéis é marca registrada preciosa da experiência desde os primeiros hóspedes, recebidos em 1904, ano em que foi inaugurado The St. Regis New York, unidade da rede na Rua 55, a alguns passos do Central Park, em Manhattan, e onde a presidente Dilma Rousseff se hospeda quando está na cidade. Sua visão era oferecer um serviço excepcional e esse compromisso com a excelência foi incorporado pelos mordomos St. Regis, que desde aquela época até os dias de hoje mantém como regra o encantamento de seus clientes.

 

Afinal, o que faz um mordomo? Um mordomo poderá ajudá-lo em tarefas como fazer e desfazer malas (uma das tarefas mais odiadas pelos seres mortais, segundo pesquisas de opinião), chegar após o seu despertar para abrir as cortinas, entregar o café ou chá, bem como o jornal do dia e a previsão do tempo. Ele ainda poderá providenciar que suas roupas sejam passadas e fiquem alinhadas. No caso da rede St. Regis, o cliente conta ainda com o e-butler, atendimento por e-mail, no qual o mordomo recebe sua solicitação online, o que é perfeito para os hóspedes mais “digitais”.

 

Supérfluo para alguns, necessidade para outros. Em uma viagem de lazer ou a trabalho, economizar o tempo de desfazer uma mala ou se preocupar com uma peça de roupa para ser passada pode representar algo bem valioso. Afinal, hoje, para o consumidor contemporâneo, tempo livre é o seu bem mais raro e para muitos é um sonho de consumo.

 

Ricardo Ojeda Marins é Professional & Self Coach, Administrador de Empresas pela FMU-SP e possui MBA em “arketing pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão do Luxo na FAAP, é autor do Blog Infinite Luxury e escreve às sextas-feiras no Blog do Mílton Jung.

O que empresas de massa têm a aprender com a Gestão de Luxo

 

Por Ricardo Ojeda Marins

 

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No mercado do luxo, sabemos que a excelência na qualidade dos produtos e serviços é imprescindível, tanto quanto no atendimento, o que proporcionará a sensação mais importante nesta relação com o cliente: o encantamento. A busca dessa qualificação é necessária também em empresas que não atuam no segmento de luxo. Mas, por estarem em um mercado de massa, os produtos e serviços oferecidos por essas empresas poucas vezes atingirão o mesmo nível. Independentemente disso, com o mundo globalizado e o mercado competitivo, todos precisam estar antenados na arte de encantar – lição aprendida em livro assinado por Guy Kawasaki.

 

Recentemente, observei essa preocupação em um caso envolvendo um casal de idosos e a companhia aérea TAM. Os dois passageiros receberam atendimento de altíssima qualidade nos aeroportos de Guarulhos e de Miami. Um deles, prestes a embarcar em São Paulo, com bilhete em classe econômica, emitido a partir do programa de milhagem, com saúde frágil, sentiu-e mal ao chegar ao aeroporto internacional. No momento do check-in, foi pedido à TAM uma cadeira de rodas para que ele pudesse se locomover. Em menos de 5 minutos, a companhia forneceu não apenas a cadeira, como deixou um funcionário à disposição do passageiro, tendo-o guiado por todo o percurso, desde a passagem pela casa de câmbio, Sala VIP, portão de embarque até entrar na aeronave. Em Miami, no desembarque, o atendimento se repetiu, com o passageiro sendo transportado até a loja de aluguel de carro. O retorno para o Brasil, desde Miami, foi acompanhado da mesma atenção.

 

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As companhias aéreas são geralmente alvo de reclamação no Brasil e têm razão os que as criticam, pois pecam muito em seus serviços, principalmente em terra, por diversos motivos. Nesse caso, porém, é justo elogiar a excelência do atendimento prestado que encantou o passageiro mesmo ele não sendo um cliente da primeira classe ou executiva.

 

A experiência vivenciada pelo cliente é hoje algo percebido não apenas por consumidores de alto poder aquisitivo. Clientes de empresas que não são de luxo nem atuam no mercado premium também têm – e merecem – seu nível de exigência e a expectativa de um bom atendimento. Muitas companhias, de diversos setores, deveriam atentar-se a contribuição que o conhecimento de Gestão do Luxo oferece aos seus negócios, produtos, serviços e marcas, mesmo que atuando em setores mais populares, e aprender como encantar seu cliente, favorecendo a fidelização.

 


Ricardo Ojeda Marins é Professional & Self Coach, Administrador de Empresas pela FMU-SP e possui MBA em Marketing pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão do Luxo na FAAP, é autor do Blog Infinite Luxury e escreve às sextas-feiras no Blog do Mílton Jung.