Por Devanir Amâncio
ONG Educa SP
O Teatro Municipal também é muito conhecido por abrigar em suas escadarias dezenas de mendigos em dias normais. Nesta Virada Cultural transformou-se em Ilha da Fantasia, com dezenas de pessoas saudáveis deitadas na florestinha fictícia montada pela Prefeitura, algumas lendo. Bem que Mão de Onça e Mister M tentaram se enturmar. Foram abordados por agentes municipais com as seguintes palavras: “ Não levem a mal não, fiquem daquele lado ali.”Os dois moram próximo ao Km15 da Raposo, debaixo de uma passarela.
Com Ângelo Negão e seus quatro cachorros foi a mesma coisa.
Fabrício e Tonhão protestaram contra o barulho no Largo do Paissandú , na noite da Virada: “Os mendigos não dormiram de sábado para domingo, por causa do barulho, foi um inferno só. Chegamos da Sé agora, lá foi a mesma coisa. Todos os irmãozinhos reclamando. A cabeça tá zuuuuuuum.
Seu menino, não tem essa não, morador de rua, maloqueiro e mendigo, tão todos no mesmo barco, não tem diferença nenhuma. É claro que ninguém vai chegar aqui e dizer: ‘Oi mendigo’! As pessoas têm vergonha. Nóia e mendigo, aí sim tem diferença. O verdadeiro mendigo é humilde, come o que é dado, não achaca, não se mistura, não gosta de nóia. Essa gente queima o filme. Quase todo mundo gosta de mendigo. Tem um ricão que vira e mexe, passa aqui. Ele mesmo falou. O dia que não encontra um mendigo para dar esmola, fica até doente. Espera aí, na Sé o BO foi outro, ninguém explicou direito. A briga foi pelo dinheiro. É que os fiéis, os turistas estavam dando mais moeda pros mendigos do que pra igreja. Já imaginou o prejuízo?”