Foto-ouvinte: Alugam-se árvores em São Paulo

 

Vende-se árvore

 

Desde que recebi a imagem acima estou tentando entender o que isto pode significar além de uma tremenda ilegalidade e desrespeito com a cidade e o cidadão. De acordo com a jornalista Silvana Silva, que flagrou o fato, a placa está na Praça Alfredo Paulino, entre a Frederico Abranches e Sebastião Pereira: “aparentemente a imobiliária não é responsável pela manutenção do local, mas é ‘dona da árvore’. Seria um novo negócio a ser explorado ?” – ironiza.

A praça e a evolução da espécie

 

Por Carlos Magno Gibrail 

Vinícius de Morais não deve andar nada satisfeito com o que estão fazendo na sua praça. Ronie Von também, pois  de alguma maneira sempre cantou e louvou genericamente a permanência: “o mesmo banco, a mesma praça”…

Nem mesmo Toquinho, pois especificamente a reinaugurou há sete anos, após agressiva ação promocional de recuperação feita pelo então BankBoston, investindo aproximadamente meio milhão de reais em valores da época.

A verdade é que estamos presenciando mais uma vez a repetição do agressor solto e o agredido preso. Ou, o raptado beneficiando o raptor.

Para defender os usuários da Praça Vinícius de Morais, situada em invejável paisagem no bairro do Morumbi, de frente ao jardim do Palácio dos Bandeirantes, a subprefeitura do Butantã está reformando o piso da Avenida Giovanni Gronchi mudando sua inclinação para permitir uma velocidade hoje ultrapassada pelos autos. Além disso, está também colocando “guardrail” de pista de corrida, objetivando proteger os pedestres que utilizam a praça, do perigo dos veículos que ali trafegam.

É o crescente princípio dos pedestres sem calçadas em favor dos automóveis, dos muros altos cobrindo as fachadas de casas e prédios, de isolados condomínios exclusivos, de ruas sendo fechadas impedindo  seus moradores do contato externo e mesmo interno, eliminando de vez a figura do vizinho.

Em suma, os carros livres, os bandidos soltos e os civilizados cidadãos presos em suas casas e praças.

Não podemos deixar de reagir nesta fase da síndrome de Estocolmo, quando cidadãos esclarecidos defendem o benefício dos agressores, pois a fase seguinte é um Darwinismo surpreendente. Os seres mais resistentes, entenda-se mais acomodados, se habituam às condições desfavoráveis, e surgem os novos seres. Adaptados às adversas condições de sobrevivência, submissos ao novo ambiente dominado pelos automóveis e poluição ambiental crescente.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Mílton Jung às quartas-feiras.

Carros levam a melhor, prefeitura faz muro em praça

 

Leio que na CET estudam a criação de pistas coloridas para chamar atenção do motorista de que naquele espaço a prioridade é do pedestre. Uma adaptação a sistema implantado há muitos anos em cidades européias e batizado “Traffic Calming”. O mais próximo que temos por aqui é na rua Avanhandava, onde elevações na pista servem como aviso de que na via a velocidade tem de ser baixa e a atenção redobrada.

Entre o que estudam e o que fazem a diferença é enorme.

Muro na Vinicius de Morais

Veja esta obra que se iniciou em janeiro: um muro de baixa estatura sobre a calçada da praça Vinícius de Morais, na avenida Giovanni Gronchi, vizinha do Palácio dos Bandeirantes – onde fica o Governo paulista. A justificativa da Subprefeitura do Butantã para a construção é o risco que os veículos acarretam às centenas de pessoas que passeiam naquela área de lazer.

Estão construindo um guardrail de concreto que em lugar de defender as pessoas sinalizará aos motoristas a liberdade para acelerar.

Em vez de impedir que os carros andem em velocidade imprópria, decidiram isolar os pedestres e criar uma excrescência do ponto de vista urbanístico. O muro, mesmo com a prometida cobertura vegetal, polui visualmente o local e estraga uma das mais belas praças que se tem na cidade que foi recuperada há cerca de oito anos graças a investimento da iniciativa privada.

Se a intenção é dar segurança às pessoas que reduzam a velocidade máxima e coloquem lombadas eletrônicas para os carros.

O autor da foto acima é o ouvinte-internauta José Rodolfo e em sua mensagem ao CBN SP usou expressões como “absurdo”, “insanidade” e “estupidez”. Sou obrigado a concordar com ele.

A defesa da construção do muro na praça é pautada pela mesma ideia que leva a criação de corredores de ônibus sem ponto de ultrapassagem para não atrapalhar os carros; a investimento de bilhões de reais em novas pistas para automóvel; e ao incentivo fiscal para a indústria automobilística sem nenhuma política para a retirada da frota antiga.

A reportagem sobre as pistas coloridas está no Estadão (leia aqui)

MP pede explicação à Subprefeitura
(publicado às 14:52)

O promotor de Justiça da área de habitação e urbanismo da Capital Maurício Antonio Ribeiro Lopes quer explicações da Subprefeitura do Butantã sobre a obra na praça Vinícius de Morais. Após ouvir a notícia no CBN SP intimou o subprefeito da região a comparecer na promotoria dia dois de março, às quatro da tarde.

O promotor Maurício Lopes está à frente de inquérito civil que trata da conservação das praças públicas na cidade e informa que recebe denúncias sobre a situação dessas áreas pelos e-mails marl@mp.sp.gov.br e pjhurb@mp.sp.gov.br ou pelo telefone 3119-9119.

Foto-ouvinte: Cafezal da 9 de Julho

      
                                   

 

Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP

Estátua Colhedor de Café

São Paulo está longe da “cidade ideal”, mas  a escultura “Colhedor  de Café “, obra de Lecy Beltran  na Avenida Nove de Julho, Jardim Europa, para homenagear os plantadores de café de São Paulo, é um exemplo  de monumento bem cuidado entre os muitos semidestruídos da região central. A escultura tem um pé de café de cada lado, carregado de flores e frutos. Pedestres  de diferentes classes sociais param, admiram e  degustam  ali mesmo grãos maduros e impuros. Não importa se  são impróprios  para o consumo humano.

Moradores da Rua Turquia garantem que o café do Jardim Europa é uma delícia, as crianças adoram. No domingo,16 de janeiro, o eletricista  Evandro José de Andrade, enquanto colhia alguns grãos acompanhado da filha Beatriz,  recordou  seu tempo de infância em Fernandópolis, interior de São Paulo – onde nasceu, cresceu e trabalhou numa fazenda de café. Evandro  ainda lembrou   do maior bem da  família: um rádio. Todas as tardes ouvia ‘Flor do Cafezal’  de  Cascatinha e Inhana.
 

Meu cafezal em flor quanta flor meu cafezal…  
Passa-se o tempo vem o sol ardente e bruto
Morre o amor e nasci o fruto no lugar de cada flor
Passa-se o tempo em que a vida e todo encanto morre o amor e nasce o pranto
Fruto amargo de uma dor
Meu cafezal em flor quanta flor meu cafezal
Ai menina meu amor minha flor do cafezal
 

Heródoto e o banco na praça

 

Banco de Taiaçupeba

Um banco na praça não é para qualquer um. Um banco reservado na praça de Taiaçupeba, só mesmo o Heródoto Barbeiro. Como mostram as fotografias enviadas pelo ouvinte-internauta Hamilton Tavares Salustiano, nosso mestre tem lugar privilegiado em um dos pontos mais movimentados no principal distrito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

Informante deste blog diz que o espaço foi garantido após inúmeras intervenções do caro jornalista nas instâncias superiores.

Primeiro, queria convencer as autoridades locais que sua presença na praça era uma espécie de “cartão postal” de Taiaçupeba. Muitos visitantes se dirigiriam ao local, domingos pela manhã, a espera do desfile de ilustre personalidade ao lado de toda a família. Depois, com exames médicos em mãos, tentou comprovar a necessidade de ter local apropriado para descansar após a caminhada matinal.

O poder público estava irredutível e não pretendia ceder espaço nobre na praça ao nosso colega, até que ação popular conseguiu provar que Heródoto Barbeiro, pelo tempo em que vive no distrito, era considerado patrimônio histórico de Taiaçupeba. O nome no banco foi gravado ainda com o processo de tombamento em curso.

Depois desta, o mesmo informante me garante que já se iniciaram manifestações para que lhe seja concedido o título de Conde de Taiaçupeba.

Lago morto, peixe posto na panela

 

Peixe morto na República

Por Devanir Amâncio
ONG Educa SP

Nesta quarta-feira, 24, a Prefeitura deu  início à remoção dos peixes e tartarugas do lago que está secando na Praça da República. À tarde, moradores de rua disputaram entre si, com unhas e dentes, cerca de 50 carpas, retiradas sem vida da água esverdeada e malcheirosa, segundo testemunhas. Os peixes foram encontrados dentro de dois sacos na praça, ao lado de um banheiro abadonado.

Também foi retirado muito lixo do lago: pneu, carcaça  de geladeira, guarda – chuvas e dezenas de camisinhas / preservativos.

Promessa descumprida II: Nada de praça

 

Praça da Câmara sem reforma

Lixo espalhado, iluminação ausente, quadra esportiva e pista de skate sem manutenção. Foi assim que o ouvinte-internauta Marcos Paulo Dias encontrou a praça ao lado da sede da Câmara Municipal de São Paulo. É a segunda vez que a prefeitura não cumpre o prazo estabelecido para realizar a reforma que custaria cerca de R$ 800 mil. Em setembro do ano passado, quando a obra já teria de estar concluída, o gerente de obras da Emurb Norberto Duran disse que o atraso se devia ao fato de a prefeitura ter sido surpreendida com a necessidade de remover árvores frutíferas. Prometeu em entrevista ao CBN SP que em dezembro estaria tudo pronto (ouça aqui). Faltando apenas uma semana para se encerrar o ano, voltamos a cobrar da Empresa Municipal de Urbanização e ouvimos da assessoria de comunicação que até o dia 31 de dezembro a reforma seria entregue. Como você pode ver nas fotos feitas pelo Marcos, neste fim de semana, a situação não mudou em nada: “e tudo isso acontece diante dos olhos dos vereadores, será que eles não olham pela janela” – pergunta.