Avalanche Tricolor: a catarse de um retorno e a certeza de que somos o Rio Grande do Sul!

Grêmio 4×0 The Strongest

Libertadores – Couto Pereira, Curitina/PR

Foto: Lucas Uebel/RS

Catarse, liberação de emoções ou tensões reprimidas. É o que está no dicionário. É como a psicologia explica. É o que justifica cada uma das muitas lágrimas que verti no rosto nesta noite em que o Grêmio retornou ao futebol, um mês após o início de uma tragédia jamais vista por todos nós, no Rio Grande do Sul. 

Espero que minha turma aqui de casa não leia essa Avalanche. Porque não sei como entenderia as sensações que vivenciei. Não era apenas a um jogo de futebol que assistia. Ou assistíamos, dado que milhares de outras pessoas como ‘nosotros’ presenciaram essa mesma experiência. E devem ter chorado a cada minuto de bola rolando.

Solucei no gol de Soteldo, ainda no primeiro tempo, que mostrou aos gaúchos que os que peleiam, recusam a falência da esperança. Choraminguei em seguida a bola de João Pedro encontrar as redes, em um chute de destino improvável. Lacrimejei na certificação da vitória que se fez graças a insistência de Galdino. Debulhei-me quando Gustavo Nunes roubou a bola no meio do campo, driblou todos que se atreveram a surgir no seu caminho e bateu para definir a goleada mais significativa da história do Grêmio. .

O guri que comemorou o feito com um sorriso no rosto e o abraço de seus colegas, há menos de um mês era um dos sobreviventes da maior enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. Deixou as dependências do Grêmio, ao lado de seus colegas, com água barrenta cobrindo a cintura. Seu companheiro de ataque, Diego Costa, despendeu energia e coragem para salvar pessoas ilhadas nas enchentes e abrigar em sua casa gente que acabara de ver a vida submergir. 

Assim como Gustavo e Diego, cada um daqueles jogadores que estiverem em campo ou fizeram parte do elenco, na noite desta quarta-feira, em Curitiba, tinha uma sofrência na memória: o amigo desabrigado, o conhecido desalojado, o vizinho que morreu, o colega de trabalho que quase tudo perdeu. 

Nas arquibancada, não menos sofrido, o torcedor gremista fez do Couto Pereira um Olímpico Monumental redivivo. Os trapos que adornaram o estádio, assim como as bandeiras do Grêmio, do Rio Grande e do Coritiba, que nos abrigou, acolheram não apenas o nosso time, mas cada gaúcho que sofre a dor da perda e do desespero nestes dias tão difíceis.

Envolto nesse sofrimento que acumulamos nos últimos 30 dias, ver o Grêmio jogar como jogou e ganhar como ganhou, me fez chorar. Não pelo Grêmio em si — o que, convenhamos, não seria pouca coisa. Foi um misto de felicidade e tristeza. 

Chorei por descobrir como podemos ser persistentes e resilientes, mesmo diante de todo o sofrimento que nos assola.

Chorei pelas famílias que sofrem sem entender que futuro terão; pelas pessoas que perderam pais e mães, filhos e filhas, tios e avós; pelos 169 mortos até agora confirmados e por tantos outros que se confirmarão.  

Chorei pelos registros de vida que subitamente se perderam na correnteza; pela angústia do irmão e da irmã, do sobrinho e da sobrinha, da cunhada e de todos demais da família. Chorei pela casa de minha infância que foi ameaçada. Pelo bairro em que morei. Pelas ruas que andei.

Chorei! E chorei porque, nesta noite, fui lembrado que o meu Rio sempre será Grande!

Guaíba é lago ou é rio? Tanto faz? Não é bem assim!

Foto: Evandro Leal/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo, CBN

No início da semana, segunda-feira, quando no Jornal da CBN já traduzíamos ao Brasil o tamanho da tragédia que se realizava no Rio Grande do Sul, o foco de atenção estava para o que aconteceria na capital gaúcha, Porto Alegre. 

A água do Guaíba subia com velocidade e o desastre não havia sido maior, até então, porque o sistema de diques, em especial o do Muro da Mauá, no cais do porto, reteve parte da água. 

Naquele momento, uma confusão muito comum se fez: o Guaíba é um rio ou um lago? Em alguns locais, falávamos rio, em outros, lago. 

Nascemos no Rio Grande do Sul, chamando-o de rio, como, aliás, até hoje é identificado pelo IBGE e a Marinha do Brasil. Questionamentos sobre as características deste corpo hídrico, levaram o Guaíba a ser considerado como lago. O Governo do Estado adotou a denominação em 1998. 

Especialistas explicam que o Guaíba é híbrido, porque nas suas bordas tem características de lago, porém há um corredor central em toda a sua extensão que é a continuidade do Rio Jacui. E, portanto, tem características de rio.

Esta pode ser uma discussão apenas conceitual, mas você vai perceber que não é bem assim. 

Considerando o que está escrito no Código Florestal, de 1999, as áreas de proteção ambiental, que devem ser preservadas e não ter construções no seu entorno, no caso de um rio, com a dimensão do Guaíba, se estendem por até 500 metros. Sendo um lago, e em região urbana, podem ser ocupadas as áreas, a partir de 30 metros. 

Portanto, veja que ao adotar a denominação lago, a cidade “ganhou” 470 metros a mais para construir no entorno do Guaíba. Este entorno que hoje está tomado pelas águas e se estende por mais alguns quilômetros para dentro da cidade, destruindo casas, alagando moradias, matando pessoas — são quatro mores até agora na capital — e apagando lembranças e registros de milhares de famílias.

Portanto, se um dia surgir esse debate aí na sua cidade, banhada por um rio, por uma lago, por um corpo hídrico, lembre o que está acontecendo com os porto-alegrenses.

Registro geral: mal na foto

 

 

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Há três anos fui surpreendido pela atendente que me recebeu em um dos postos do Poupatempo, em São Paulo, para renovar minha carteira de identidade. Soube por ela que em lugar de renovar, eu iria emitir nova carteira, o que significava ter um novo número de Registro Geral.

 

 

A carteira que portava comigo havia sido expedida em 1981, no Rio Grande do Sul. Aliás, aquele número já me acompanhava muito antes disso, pois o primeiro RG devo ter tirado ainda na adolescência. Todos os cadastros que fiz lá no Sul e aqui em São Paulo para entrar em prédios, abrir conta em banco, fazer compras em lojas, participar de concurso, inscrever-me em programas de todo tipo sempre contaram com o meu RG original.

 

 

Registre-se, um número que dava o que falar, pois era composto por dez dígitos e sempre causava espanto na pessoa que me atendia por aqui: “de onde você veio?”. Era a chance para encher a boca: “lá do Rio Grande do Sul”. Pintava sempre uma ponta de orgulho. E um início de conversa. O RG em São Paulo pelo que conto tem apenas nove dígitos.

 

 

Mais importante do que o bairrismo, porém, era o fato de mesmo sendo um RG extenso, dado o tempo de uso, eu já havia decorado dígito após dígito e os repetia de maneira sonora e ritmada. Além de CPF e todas as centenas de senhas para acessar contas e internet, ainda teria de memorizar os novos números? Haja memória.

 

 

No Poupatempo, brinquei com a atendente ao dizer que naquele momento estava tendo meu título de “gaúcho” cassado. E ela, meticulosamente, explicou-me que o “RG Gaúcho”” seria mantido; porém, a partir daquele momento, como estava fazendo um registro em São Paulo, teria o direito a um “RG Paulista”. Foi, então, que tive outra surpresa: ela me contou que qualquer cidadão brasileiro pode ter um RG em cada Estado e com validade em todo o território nacional. Ou seja, aquilo que burocratas batizaram de Registro Geral não é geral. É estadual.

 

 

Mente suja essa minha: logo imaginei aquele fraudador contumaz fazendo compras em São Paulo com RG do Rio Grande do Sul e depois viajando para Belo Horizonte onde faria compras com o RG do Rio de Janeiro e assim sucessivamente passando golpe Brasil a fora. Nem precisamos pesquisar muito na internet para ler notícias que descrevem a ação desses golpistas que se aproveitam do fato de não haver conexão entre os bancos de dados da maioria dos estados brasileiros.

 

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Na terça-feira passada, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que prevê a criação de um Documento de Identificação Nacional, que terá um chip e vai concentrar dados biométricos, RG, carteira de habilitação e título de eleitor. O documento será impresso pela Casa da Moeda e o CPF será usado como base para a identificação do cidadão, dispensando a apresentação dos demais documentos.

 

 

Confesso que após ler e reler notícias sobre o assunto não entendi se ficaríamos dispensados de emitir RGs e se a prática de ter um registro em cada Estado seria eliminada. Mas com certeza a medida seria bem-vinda e ficaríamos para todo e sempre com um único e original documento.

 

 

Por via das dúvidas, na última viagem a Porto Alegre agendei visita ao TudoFacil, o Poupatempo do Rio Grande do Sul, e renovei meu RG gaúcho. Após tantos anos longe do Estado, tendo construído casa, família e trabalho por aqui, não gostaria de ter mais este vínculo desfeito.

 

 

Apesar de estar com RG novo em São Paulo e renovado no Rio Grande do Sul, o que ninguém deu solução ainda foi para a qualidade da foto no documento: segue sendo um desastre. Bem, aí a culpa é minha!

No gravador de Enon, a essência do rádio

 

Por Christian Müller Jung
reproduzido do LinkedIn

 

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Formei-me publicitário. Mesmo sendo filho, irmão, sobrinho, primo de jornalistas, a veia criativa sempre esteve presente em minha vida. Muito disso por influência da mãe que era uma pessoa super inspirada.

 

Mas, enfim, o que me traz aqui hoje é curiosamente essa tarefa instigante de levar a informação para todos os cantos do planeta: o jornalismo.

 

Tive a oportunidade de conviver desde a infância com essa turma que carrega gravadores nas mãos para não perder uma palavra que tenha sido pronunciada ou alguma mensagem que seja de interesse da população.

 

Cresci dentro da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, em virtude do pai que por lá circulou mais de 50 anos, como locutor comercial e de notícias, narrador esportivo, comentarista e, claro, jornalista. Quando digo o pai, refiro-me a Milton Ferretti Jung.

 

Assistia ao trabalho dele e dos colegas nos campos de futebol e, por vezes, presenciei os repórteres chegando da rua prontos para editar as suas matérias.

 

Muitas vezes, apesar do Christian no nome, fui e sou chamado de “Miltinho”, seja porque o pai é Milton seja porque meu irmão também é Milton, o Júnior (e, também, jornalista). Nada que me afete porque afinal de contas tenho orgulho dessas referências; assim a troca de nome mais do que uma simples confusão, é uma deferência.

 

Apesar de ser publicitário, fui parar na tribuna do Palácio Piratini como Mestre de Cerimônia. Se a gente não herda uma coisa herda outra. Se não virei jornalista como o pai, fiquei com o padrão vocal do velho Milton e isso me ajudou na obtenção do registro de locutor e apresentador.

 

O Palácio e as atividades pelo Rio Grande como Mestre de Cerimônia me permitiram acompanhar de perto as coberturas jornalísticas, especialmente nas solenidades do Governo, e me aproximaram desse pessoal: os jornalistas de rádio.

 

Alguns são da velha guarda, são do gravador da National e da fita K-7 – um trambolho que exigia o uso das duas mãos, uma para apoiar e a outra para apertar o botão REC.

 

Junto a eles, tem a turma bem mais nova que se recicla a cada dia chegando com toda a tecnologia disponível para facilitar e arquivar a informação. Tanto de áudio como de vídeo.

 

Nessa atividade que exerço no governo gaúcho, desloco-me por várias cidades do interior e foi numa destas, mais precisamente em Tapes, no centro sul do Estado, que encontrei o radialista, o jornalista e o dono da Rádio Tapense, Enon Cardoso.

 

Na solenidade anterior em cidade bem próxima, Sentinela do Sul, já o tinha visto trabalhando, porém foi em Tapes, após escutar a minha apresentação, que ele quis saber como eu me chamava. Logicamente que pelo tipo de voz e o sobrenome, Jung, ele me perguntou o que eu seria do Milton Ferretti Jung. Disse que era o filho mais novo e de cara ele abriu um sorriso lembrando-se de um acontecimento que tinha marcado a vida dele, há muito tempo.

 

Em certa oportunidade, muito antes das grandes redes de rádio, Enon veio a Porto Alegre para saber se teria autorização para reproduzir na emissora dele o Correspondente Renner, que era lido pelo Milton, na Guaíba. Falou com o pai que era só o locutor no noticiário e não tinha esse poder de decisão. Depois, falou com Flávio Alcaraz Gomes, amigo dele e um dos jornalistas mais influentes da emissora. Precisou, porém, muita insistência para chegar à direção da Guaíba quando, então, recebeu o aval inédito para retransmitir o Renner. Havia apenas uma condição: ele não poderia dizer o nome da rádio dele durante a locução.

 

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Quando vejo um senhor como o Enon, de cabelos brancos, sentado em uma cadeira, próximo ao palco da cerimônia, em frente a caixa de som e com o gravador na mão, em pleno 2017, parece que voltei no tempo. A maneira improvisada de cobrir os assuntos como forma de superar a falta de dinheiro e condições de trabalho, me remete à época em que cada um tinha de fazer das tripas coração para emendar fios, montar um transmissor, levantar enormes e pesadas antenas e torcer para que o trabalho todo fosse ao ar.

 

A história de Eron por si só já é ótima, mas o que quero destacar mesmo, nisso tudo que relato até aqui, é a essência da coisa. É nela que se cria a verdadeira escola da informação. Muito mais que a tecnologia, está a vontade de retransmitir e compartilhar os fatos da forma mais imediata possível com a audiência.

 

Ainda que os telefones celulares e toda a tecnologia desenvolvida facilitem tanto a vida dos profissionais, quando faço essas solenidades percebo que a necessidade de levar a informação para o ar ainda exige algum tipo de improviso para não que se perca nenhuma sílaba do que foi dito.

 

Os gravadores mudaram de tamanho e de analógicos se transformaram em digitais, mas a turma ainda precisa correr, instalar antenas de wi-fi, conectar notebook, tablet ou qualquer outra traquitana nova. Sai de uma solenidade para a outra, tem pressa para chegar e para transmitir a mensagem ao seu público.

 

Se antigamente era preciso colar o gravador e o microfone no rosto de quem falava ou se tinha de se subir na tribuna para captar tudo, hoje basta se aproximar da caixa de som ou ligar o equipamento direto na mesa montada pelos técnicos.

 

Se antes o material coletado tinha de viajar de carro ou ônibus para chegar à emissora, hoje é editado na mesma hora, viaja pela nuvem ou é transmitido ao vivo e com sinal digital.

 

Mas nada disso muda a razão maior que move todos os jornalistas desde quando comecei a conviver nesse mundo da notícia. Velhos ou novos profissionais, todos buscam cumprir sua missão.

 

Bem lá atrás ou aqui na frente da linha do tempo, o que interessa no fim do dia é se a bendita da informação chegou ao público.

 

Naquele dia em Tapes, com seu gravador em punho, Enon mais uma vez cumpriu sua missão.

Deus que nos ouça, por que se depender dos homens … haja violência!

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Estatisticas

Gráficos e estatísticas publicados pelo jornal Zero Hora/RS

Não sei se estou ficando repetitivo nos meus textos,ainda mais naqueles em que trato do Rio Grande do Sul e de suas mazelas. Essas não são poucas,e ficam claras quando se acompanha as manchetes dos nossos jornais sobre o que rola nas editorias de polícia,coisa que me levou a comparar Porto Alegre com a antiga Chicago dos tempos em que a máfia era tipo (como a garotada costuma dizer) dona da casa. Acostumamo-nos, inclusive,a assistir à vasta filmografia sobre os “feitos”dos mafiosos.

 

Aqui,os comandantes do tráfico de entorpecentes mandam e desmandam. E como matam gente inocente de todas as idades, no afã de liquidar a tiros os seus rivais, com as famigeradas balas perdidas. Perdi o número de crianças que morreram atingidas por essas.

 

“Ladrões fazem arrastão em vagão do trensurb”

 

Os “artistas” que protagonizaram esse episódio,em sua maioria se deram mal,quem sabe,por serem apenas aprendizes. Os passageiros do vagão, invadido pelos bandidos,assustadíssimos,disseram que não sabiam o que fazer para escapar dos ladrões. Esses,porém,não souberam como fugir dos PMs que os perseguiram no centro de Porto Alegre. Menos mal que esse foi o primeiro arrastão no Trensurb. Entre os ladrões havia menores,tipos que são considerados “coitadinhos” por uma política do meu Estado.

 

Em Dois Irmãos,suspeitos de cometer o assalto no qual foi morto o primeiro sargento da Brigada, Arílson Silveira dos Santos,eram egressos da prisão em que se encontravam ,”só que a Susepe não soube explicar como os detentos escaparam”. Coisas do tipo são comuns no Rio Grande do Sul.

 

Essa,que também rendeu manchete, foi a do médico assaltado no posto de saúde em que trabalhava, situado na Vila Cruzeiro,reduto de ladrões de toda espécie e que chegou a ser desativado faz algum tempo,eis que não era local seguro para os seus funcionários. Foi a segunda fez em que um médico desistiu de prestar serviço no que ficou conhecido como Postão da Vila Cruzeiro,com carradas de razão.

 

Com o que acabei de relatar, creio que as pessoas de Estados mais bem servidos de policiamento do que o nosso Rio Grande do Sul,entenderão por que tenho produzido textos nos quais despejo o meu HORROR diante do que se vê,sem vislumbrar solução de continuidade. Muitos que saem para as nossas ruas, já foram assaltados por “especialistas”em todas as espécies de crimes,desde os mais comuns até os mais perigosos,e correram risco de perder a vida,além dos seus bens.

 

Sexta-feira passada, futuros policiais militares,civis e bombeiros,que aguardam,sem sucesso,a sua convocação,fizeram manifestação, na frente do Palácio do Governo e da Assembleia Legislativa,com a esperança de que as autoridades maiores do Rio Grande do Sul encontrem uma solução que permita a todos nós não precisarmos estampar, na praça da Matriz,frases como:”Economizar em Segurança custa vidas;”Chega de Terrorismo” e “Queremos mais Segurança”.

 

Deus que nos ouça – eis como concluo o texto de hoje. Isso por que, a cada dia que passa, acreditamos menos nos homens. Especialmente nos políticos!!!

 

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista, mora em Porto Alegre e é meu pai. Escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Aposentadoria especial de deputados é imoral

 

Por Milton Ferretti Jung

 

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Confessei na semana passada ter ficado apavorado com a notícia do jornal ZH a propósito da impossibilidade de o Governo do nosso Rio Grande do Sul aproveitar Policiais Militares em condições de entrar em serviço imediatamente,eis que já aprovados e, portanto, em condições de trabalhar.

 

Lembro que a informação foi a de que os novatos custariam R$ 9 milhões por mês à BM. Com isso, a corporação está com o seu menor efetivo em 33 anos e tem uma carência de 15,6 PMs. As aposentadorias,por sua vez,dilapidaram ainda mais o contingente.

 

O remédio seria a utilização dos guardas-municipais para suprir a falta de brigadianos. Não sei se “este remédio” já foi posto em prática. Os guardas-municipais, se é que vão ser utilizados, somente poderão atuar em Porto Alegre.

 

Enquanto isso não ocorre, os PMs e a Polícia Civil, assoberbados de serviços, por mais que se esforcem,não conseguem preencher as lacunas que afetam a segurança nas cidades interioranas que não contam com mais de dois PMs,um escalado para trabalhar pela manhã e o outro durante a noite. Os assaltos se repetem,transeuntes são transformados em reféns e precisam de muita sorte para que escapem ilesos.

 

Apesar de tudo que está ocorrendo em matéria de falta de segurança para a população do nosso Estado, pasmem, os nossos “ilustres” deputados pretendem obter aposentadoria especial para a categoria.

 

Vão enfrentar, porém, um inimigo que considera esta aposentadoria IMORAL.

 

Quem acompanha os nossos jornais, sabe que Rodrigo Janot, simplesmente Procurador-Geral da República, concluiu que a aposentadoria especial para os deputados é “anti-isonômica”, que tem como propósito privilegiar poucos indivíduos,locupletando-os à custa do Estado, com regras especiais, sem razão consistente. Janot entende que, ao final do mandato, os ex-deputados devem ser tratados como os demais cidadãos.

 

Eu gostaria de poder dizer ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot: ”Muitíssimo obrigado,Doutor”.

 

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Falta de dinheiro dos Estados é só desculpa para excesso de violência

 

Por Milton Ferretti Jung

 

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Não posso dizer que, ao ler a manchete estampada na capa do jornal Zero Hora dessa quinta-feira (14/01),tenha me surpreendido. Surpreso ficaria se a taxa de homicídios no Rio Grande do Sul houvesse diminuído. Estamos,isso sim,ao lado de Pernambuco, estado em que o número de assassinatos,longe de diminuir,subiu, lamentavelmente,para níveis capazes de deixar quem mora nesses dois com medo de sair às ruas,tamanha a periculosidade que temos de enfrentar.

 

As autoridades de ambos, como se isso fosse aceitável, escondem-se atrás de dificuldades financeiras,uma desculpa irrisória. Li,também em Zero Hora,que novos policiais militares custariam R$ 9 milhões por mês à BM. Nossa Brigada Militar poderia pôr em serviço 2,5 mil policiais,aprovados que foram em concurso. Ah,tal número aumentaria a folha de pagamento em 7,9%,informa o Governo gaúcho.

 

Enquanto isso,os assaltos cresceram 26,3% no Rio Grande, que até aqui fazemos de conta que poder continuar a ter o apelido de “Amado”. Há problemas que poderiam ser,pelo menos,minimizados. Digamos que os facínoras que empestam o Estado e teriam de cumprir anos de prisão, não fossem liberados por falta de prisões capazes de os manter detidos enquanto pagam penas às quais foram condenados.

 

Livres,bandidos são bandidos,quem não sabe,seguem cometendo crimes de todas as espécies e pondo em perigo iminente os cidadãos decentes. Soltos,passam a matar e,nos últimos tempos,não somente a roubar,mas a matar os que assaltam,porque se algo não lhes falta para esse fim, são armas de todos os calibes,muitas que não estão à disposição dos agentes das leis. Podem negociá-las com os atravessadores de fronteiras,sempre dispostos a vendê-las.

 

Carros são roubados e ainda falta regulamentar os desmanches de veículos. Essas,peça por peça retiradas dos veículos roubados,são “comercializadas” . A “nova lei dos desmanches”,com promessa de ser, brevemente,colocada em ação,tende a diminuir a irregularidade que vinha ajudando os safados a praticar a roubalheira de peças automotivas.

 

Aqui em Porto Alegre,falou-se em transformar os guardas municipais em auxiliares armados e com poderes de prender como os policiais e o pessoal da BM. Estou muito enganado ou muito esperançoso com o reforço que o novo pessoal daria aos brigadianos. Estou falando de Porto Alegre e a minha preocupação com a falta de BMs. Os que vivem no Interior,porém,correm,além do risco sofrido pelos que moram na Capital,o pior: a falta de PMs. Há cidadezinhas que contam com um brigadiano pela manhã e outro à noite. Com isso,ficam a mercê dos assaltantes de bancos. Além de virarem reféns,com risco de morte,são obrigados a ver os caixas explodirem e os ladrões saírem livres e de posse do que roubaram.

 

Pela pobreza franciscana que vivem as autoridades gaúchas,duvido que consigam as verbas suficientes a fim de que possamos viver com um pouco mais de segurança.

 

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Um olhar sequer sobre os flagelados no RS e muitas pedaladas por aí

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Nada do que a Presidente Dilma faz ou deixa de fazer me surpreende. Li, por exemplo, que ela visitou mais uma vez Porto Alegre, onde sua família mora,mas não pôs os olhos, do alto de um helicóptero ou avião, nos desgraçados da sorte: os que viram suas casas ruirem e perderam todos os seus parcos pertences com as enchentes.

 

Os gaúchos flagelados, que vêm sofrendo com a subida das águas, que exigiram a colocação de sacos e sacos de areia nas comportas do porto para evitar que o Rio Jacuí despejasse as suas águas no Guaíba, e outras pessoas menos prejudicadas pelo mau tempo, mas que também sofrem com a falta de energia elétrica em suas residências, pelo jeito, não mereceram um rápido olhar,mesmo que não sejam conterrâneos da Presidente.

 

Creio que a nossa gente não tem razão alguma para gostar de uma autoridade que, nesta altura,não deve ter adeptos por essas bandas.

 

Não bastasse o descaso presidencial com as pessoas que estão enfrentando todas as espécies de sofrimentos no Rio Grande do Sul, levei um susto ao ler a manchete postada por Zero Hora em suas páginas 6 e 7: ”PEDALADAS EM OBRAS FEDERAIS”.Trabalhos que estavam em andamento pararam ou tiveram o ritmo reduzido em razão da falta de recursos. Prazos de entrega estão sujeitos a estourar, por exemplo,como o da segunda ponte do Guaíba. Já estávamos acostumados com esses problemas. Existe, porém, outro mais doloroso: o desemprego em massa.

 

A matéria de Zero Hora refere-se à situação caótica que foi criada pelas “pedaladas” presidenciais. Dona Dilma está mais preocupada com a aprovação da CPMF, imposto que, no entendimento da Presidente, vai “salvar a pátria”. Pedala, Dilma, pedala. Não vou citar quantas mais ela dará,além das que já deu.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

A violência na nossa “Chicago” do Sul

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Zero Hora adora fazer manchetes parrudas. A de hoje fala sobre a nossa Porto Alegre e a maldição que caiu sobre ela. Ei-la:

 

“TAXA DE HOMICÍDIOS DISPARA NA CAPITAL”

 

O levantamento do jornal gaúcho dá conta de que o número de assassinatos por 100 mil habitantes,em Porto Alegre,cresceu 23,2% entre 2013 e 2014.O índice saltou de 33 para 40,6 assassinatos. Assim, a “Chicago”,apelido que resolvi dar para Porto Alegre em razão da semelhança existente quando essa cidade americana precisou lidar com a máfia, registrou o terceiro maior crescimento entre as capitais,cuja média ficou estagnada no período.

 

Porto Alegre está entre as capitais mais violentas do Brasil,vergonha das vergonhas

 

Os dados são do ano passado e podem ficar piores,pois neste ano, tivemos paralisações de funcionários públicos estaduais,acompanhadas pela Brigada Militar. Teoricamente,os PMs deveriam trabalhar. Isso deu chance maior aos bandidos, que se sentiram livres para matar e roubar à vontade.

 

Além disso,quem tem um carro, corre o risco de ser assaltado em um semáforo,ao se distrair e permanecer no veículo ou deixá-lo estacionado em algum lugar no qual ninguém imagina que será furtado ou roubado e levado para um dos múltiplos desmanches que existem nesta cidade.Somos recordistas neste tipo de roubo.

 

Penso que os bancos,se é que não são recordistas em ter os caixas eletrônicos explodidos ou arrombados de outras maneiras,estão pertos disso. Ainda nessa madrugada, O GATE – Grupo de Ações Táticas da Brigada Militar teve de ser acionado para retirardinamite da agência do Banrisul, em São Sebastião do Caí. Roubos semelhantes ocorrem com frequência em cidades do interior do Rio Grande do Sul,onde o policiamento é feito por pouquíssimos brigadianos.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung

Aumento de ICMS no RS, lei mais branda para armas no BR e nós é que pagamos por isso

 

Por Milton Ferretti Jung

 

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Tivemos um dia movimentadíssimo, nessa terça-feira, em Porto Alegre. Já de manhã, o trânsito virou um caos, motoristas de ônibus e gaúchos que moram nas vizinhanças da Capital precisaram de muita paciência para chegar ao centro. A chuva intensa que vinha caindo e os funcionários públicos do Estado,dispostos a impedir que os deputados votassem o aumento do ICMS,a pedido do governador Ivo Sartori, se transformaram em barreiras quase intransponíveis para quem estava de carro ou no transporte público.

 

Convém lembrar a quem não é daqui que os funcionários vêm recebendo os seus salários com atraso e, ainda por cima, se sentem preocupados com aumentos de impostos,algo que ninguém aceita de bom grado. A simples ameaça de que a vida deles tende a piorar nos próximos meses,levou um bom número de manifestantes para a frente da Assembléia Legislativa,tentando impedir que o ICMS fosse votado.

 

Inicialmente os manifestantes foram obrigados a ficar atrás de grades que os impediam de se aproximar demasiadamente das portas da casa. De repente, a Brigada Militar foi surpreendida com os gradis sendo virados e se engalfinharam com a turba,procurando impedir que entrasse na Assembléia. A pancadaria foi exagerada. Armados com cassetetes e gás lacrimogêneo,os PMs – que aqui chamamos de brigadianos -, é claro,saíram ganhando. Três pessoas acabaram detidas e algumas,devido à furia dos soldados,ficaram feridas.

 

O tarifaço tem prazo de validade: será limitado até 2018. O IPVA para o bom motorista vai ser menor. Para que o desconto seja válido tem de ser pago,ao invés do mês de julho,já em abril.A vitória de Sartori foi pífia:28 a 27 votos. Seria interessante que nós,os eleitores desses políticos,ficássemos sabendo os nomes dos 28 que aprovaram o projeto que eleva a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

 

Veja aqui como cada deputado gaúcho votou o aumento do ICMS

 

Aqui no Rio Grande do Sul estamos obrigados a enfrentar o ICMS e os seus efeitos detestáveis,como são todos os impostos. Não são,entretanto,piores do que certas ideias, que pareciam mortinhas da silva e, subitamente, ressuscitam. É o que está acontecendo, segundo fiquei sabendo ao ler a Zero Hora do dia 21 de setembro. O jornal disparou esta manchete: ”Lei mais branda sobre armas em debate”. Os defensores do direito de se armar,dizem que, se os brasileiros pudessem contar com armas,menos pessoas teriam sido mortas em uma década. E acrescentam que os facínoras possuem arsenais mediante contrabando. A culpa disso não seria da venda em lojas,mas das falhas da fiscalização nas fronteiras.

 

Laudívio Carvalho, deputado do PMDB/MG,assegura que não faz apologia do armamentarismo, mas defende o direito de defesa do cidadão, uma vez que o Estado não tem competência para garantir a segurança.Nesta quinta-feira, deverá ser votado em Comissão Especial na Câmara, a redução de idade de 25 para 21 anos de quem deseja se armar. O assunto é muito delicado e gera controvérsia entre os que defendem o uso de armas e os que não o aceitam. Se aprovada na Comissão Especial, a proposta de abrandar o estatuto irá ao plenário, em votação única. Confesso que não consigo imaginar o que seria mais seguro para o cidadão brasileiro.

 

Veja aqui como conversar com seu deputado sobre a lei que muda regras para uso e porte de armas no Brasil

 


Milton Ferretti Jung é jornalista,radialista e meu pai. Escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)