O rio não é lata do lixo

Luciah Rodriguez
Ouvinte-internauta

Rio Tietê

Lixo lançado fora do local adequado é inadequado: pode seguir para os rios, mares, lagoas. Poluindo esses mananciais de água, poderemos viver o caos num futuro próximo.

Sabe-se que 97% da terra é constituída por água de mares, oceanos, geleiras e rios, mas apenas 0,3% dessas águas são aproveitadas para sobrevivência humana e animal. Se fosse possível recorrer a dessalinização das águas salgadas dos oceanos e mares, gastaríamos uma quantidade incalculável de recursos financeiros, que certamente não viabilizaria tal procedimento.

Pensando nessa problemática que tal levar o lixo mais a sério? Ele é problema de todos, mas, a solução pode passar por uma profunda mudança de atitude. Que tal começar antes que os rios sequem, que o mar fique poluído e que a natureza não se rebele ainda mais? Já percebeu como anda clima?

O lixo jogado a céu aberto é considerado um dos maiores problemas a ser vencido pelo poder público. Educar as pessoas a cuidar melhor do meio-ambiente não é tarefa fácil! Já observou o lixo em sua casa? E nas empresas?

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Foto-ouvinte: Arte no rio morto

 

Arte no Rio Tietê

Por Marcos Paulo Dias

Passando pela Marginal Tietê, no bairro da Penha, zona leste da capital, me chamou atenção este grafite às margens do rio. A primeira vez foi há cerca de um mês, e o trabalho ainda não estava pronto. Não conseguia, porém, parar no local para fotografar devido ao trânsito. A espera foi rentável, a arte foi ganhando forma, contorno, cor e dimensão, contribuindo para a revitalização do local onde o rio “corre morto”, sem oxigênio e com mal cheiro. Não posso dizer o nome do artista nem do personagem, pois das diversas vezes que passei por lá não tive a sorte de encontrá-lo. Mas aqui fica o registro, para compartilhar com vocês a coragem e determinação dele (ou deles), que no meu ponto de vista acredita em uma cidade melhor.

Quem souber o autor deste trabalho, não deixe de nos informar.

Conte Sua História de SP: O rio Tietê é lindo!

 

Ana Helena Puccetti nasceu em 1962 na cidade de São Paulo. Ela é psicóloga e por muito tempo dedicou-se também ao remo. Ela contou ao Museu da Pessoa, em novembro de 2009, a emoção de deslizar pelo rio Tietê, um paraíso dos remadores de épocas passadas. Seu relato foi escrito “em homenagem ao senhor Arlindo Donato, que durante toda a sua vida preservou a memória do remo e do rio Tietê”. O texto de Ana foi ao ar no Conte Sua História de São Paulo:



Meu nome é Ana Helena Puccetti. Sou remadora desde 1984. Aprendi a remar com o Sr. 
Arlindo Donato. Ele foi técnico do Clube Esperia e tinha, ao lado do “barco-escola” no clube, um galpão que era um verdadeiro museu da história do remo em São Paulo. Além de guardar as últimas “catraias”, que antigamente circulavam pra lá e pra cá nos passeios de domingo pelo rio, guardava fotos da época em que a piscina do clube era um cercada das águas do Tietê. Ele fazia questão de mostrar para seus alunos o arquivo pessoal que guardava, para que a história do remo e do rio não fossem parar no lixo, de onde tirou muitas das fotos preciosas que preservou e estão hoje no Arquivo Histórico do Clube Esperia.



Em 1999, eu era diretora de remo do Esperia e, para celebrar o centenário do clube, resolvemos realizar uma regata no rio Tietê. Remar no rio Tietê, bem embaixo da Ponte das Bandeiras. Fazia quase trinta anos que os remadores haviam abandonado o Tietê. Rio que fez nascer os mais importantes clubes da cidade às suas margens.

Foi uma ousadia remar no rio Tietê. Foi necessário construir um pontão de 
embarque e desembarque embaixo da Ponte das Bandeiras. O DAEE limpou as margens, a Sabesp levou um caminhão pipa para que tivéssemos água para dar um banho emergencial em alguém e nos barcos, a CET teve que interromper o trânsito na pista da esquerda da via expressa da marginal para que os barcos pudessem chegar às margens do rio. A prefeitura interrompeu o trânsito numa pista da Ponte das Bandeiras para que ninguém do público que assistia à regata fosse atropelado. Os bombeiros, vestidos com roupas especiais, acompanharam todas as provas dentro de um barco inflável, uma draga foi colocada atravessada no leito do rio para evitar que grandes quantidades de lixo que viessem boiando e atingissem algum barco. E tudo isso para colocar seis barcos a remo na água.

Até os anos 70 as regatas eram disputadas nesse mesmo lugar, o rio vivia cheio de gente e barcos, o Tietê não estava isolado…

Graças a Deus deu tudo certo! Fizemos uma regata festiva. A maioria dos participantes eram ex-remadores do rio Tietê, senhores de 70 a 80 anos que tinham treinado e competido naquelas águas e depois de 30, 40 anos estavam de volta ao rio. A ponte ficou cheia de parentes, muitos netinhos que olhavam e aplaudiam aqueles senhores, vovôs, dentro das águas do Tietê fazendo o tempo voltar por algumas horas.



Quando chegou minha vez de remar, eu sentei no barco tipo canoe e saí remando e sorrindo. Olhei para as barrancas e para os aguapés que passavam boiando por mim e 
pensei no Rio e em suas histórias. Era um sonho de remadora se realizando e me senti feliz!

Eu me imagino remando no Tietê sempre que passo pela Marginal e atualmente também quando abro a janela do meu quarto. Hoje moro na casa que era da minha avó Helena em Santana de Parnaíba e, da janela do meu quarto, vejo o Rio Tietê e suas 
espumas.

Cada dia ele passa de um jeito, porque a Usina Hidrelétrica muda a vazão das águas de acordo com as necessidades das cidades que o margeiam. 

Tenho o privilégio de morar ao lado do Tietê. Tirando a sujeira que é toda nossa, não dele, o rio Tietê é lindo!

Você também pode participar do Conte Sua História de São Paulo, enviando seu texto ou gravando seu depoimento no Museu da Pessoa. Agende uma entrevista pelo telefone 2144-7150

Conte Sua História: A boiada na Vila Olímpia

 

Conte Sua Historia William EbenauPreso no congestionamento da Vila Olímpia em meio a enorme quantidade de prédios, jamais você imaginaria que por ali passava boi, passava uma boiada. Nem sequer deve ter se dado conta que sob as rodas de seu carro um córrego corre em direção ao rio Pinheiros. Mesmo paulistanos que viveram aquela época, nem tão distante assim, muitas vezes esquecem desta transformação pela passou São Paulo.

No depoimento do ouvinte-internauta Wilson Guilherme Ebenau, você terá a oportunidade de enxergar estas cenas da nossa cidade. Ele começa sua trajetória na zona Norte, andando no trem da Cantareira e mirando o rio Tamanduateí até chegar ao Itaim, onde nadou em piscina artificial ao lado do Pinheiros e teve de se equilibrar para atravessar pinguelas que uniam os dois lados do bairro.

Ouça o depomento de Wilson Guilherme Ebenau ao Conte Sua História de São Paulo, sonorizado por Cláudio Antônio

A história contada por Wilson Guilherme Ebenau marca o início da série de depoimentos gravados na sede do Museu da Pessoa, no bairro da Vila Madalena, em conversa com os entrevistadores da instituição que atua como parceira da rádio CBN neste projeto. Até o sábado anterior, foram reproduzidas – e você pode conferir aqui mesmo no Blog – histórias relatadas por ouvintes-internautas que estiveram no Pátio do Colégio, na festa de aniversário da cidade, dia 25 de janeiro deste ano, promovida pelo CBN SP.

Para conhecer melhor o projeto do Conte Sua História de São Paulo com o Museu da Pessoa, acompanhe a entrevista com o coordenador de comunicação e mobilização de recursos da instituição Erick Krulikowski. Aproveite e agende a sua entrevista pelo telefone 2144-7150 ou no site do Museu da Pessoa.

Rio “verde” é resultado da poluição na Guarapiranga

 

Rio Pinheiros verde

O rio Pinheiros mais verde que a Pétria Chaves encontrou lá do alto do helicóptero da CBN não chega a ser motivo de orgulho. O que temos dentro da água é algo que foi batizado como “macrófitas”, mas também atende pelo nome de aguapé. Semana passada, publicamos no Blog e tratamos no CBN SP da ocupação da superfície da Represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, por esta planta aquática e soubemos que sua proliferação está ligada ao esgoto despejado no reservatório. De acordo com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) a vegetação apareceu no Pinheiros devido as descargas do reservatório Guarapiranga para controle de nível: “Como essa vegetação estava nas proximidades das comportas, o fluxo de água gerado pela descarga arrasta essa vegetação flutuante para o rio, de onde é possível fazer a retirada” – explico a empresa, em nota.

Lugares de São Paulo: Marginal Tietê

 

Marginal Tietê por Sérgio Mendes

É a mais famosa via de São Paulo, superando em destaque a avenida Paulista que gostamos tanto. Por lá, cruza boa parte dos caminhões que rodam o Brasil. Aterrisam milhares de estrangeiros que visitam o País. É onde desembarcam também imigrantes que chegam no terminal de ônibus. E foi ela, a Marginal Tietê, que o ouvinte-internauta Sérgio Silva fotografou para a série em homenagem aos 456 anos da cidade. Homenagem e ironia, sem dúvida. Pois, Sérgio fez a foto no dia da última grande enchente e aproveitou para fazê-la do alto do Complexo Viário Anhaguera que custou R$ 156 milhões para a cidade. Um presente e tanto.

“Gosto muito de São Paulo e costumo fotografá-la constantemente, sempre, as coisas boas. Mas agora acabei sendo diferente com tamanha indignação que estou por causa de uma cidade desse tamanho, ter que parar por causa de “uma chuva”, escreveu.

Nesta segiunda-feira, você acompanhará um slideshow com os lugares de São Paulo sugeridos e fotografados pelos ouvintes-internautas do CBN SP.

Conte Sua História de São Paulo: Carta dos Fernandes

 

No Conte Sua Historia de São Paulo, o texto escrito em carta por Rogélio Fernandez enviado de Fortaleza, onde mora atualmente, para a sobrinha Luciana Fernandez, ouvinte-internauta do CBN SP:

Ouça o texto “Carta dos Fernandes” sonorizado por Cláudio Antônio

Os Fernandes moravam a cem metros do Rio Pinheiros – falo do natural, de margens serpeantes de águas claras, muito peixe e ingazeiros nas duas margens.

A casa era de alvenaria, com uma cozinha de zinco e um enorme fogão de lenha que a molecada, nos dias de chuva, se empoleirava para se esquentar do frio e comer bolinhos de chuva que a dona Letícia se cansava de fazer e não vencia a voracidade de cinco meninos e duas meninas. Era situada na Rua Visconde de Taunay, nº 39, no bairro de Santo Amaro.

O patriarca Rogério foi pai de doze rebentos, três dos quais morreram nos primeiros anos de vida e de dos quais pouco se falaram, até porque, a cada dois anos nascia de parto normal, com a ajuda da avó paterna, sete robustos pimpolhos. Dita casa não tinha forma geométrica definida, seria algo como octaedra ou poliédrica. Fato é que, à medida que a família aumentava, e isso ocorria de maneira geométrica, construía-se mais um cômodo. O narrador pertence a esta ninhada e é exatamente o quinto, de cima para baixo e de baixo para cima.

O terreno era enorme (se não me engano tinha 20 de frente por 45 metros de fundo), que meu avô materno Tizziano-Giovani, nascido em Legnano, Norte da Itália, cultivava com muito carinho frutas e hortaliças.

A vizinhança era parca mas a natureza era pródiga ao redor. Além da chácara dos Matarazzo, com ruas de jabuticabeiras, ruas de caquis, quadras de uvas, quadras de abacaxis que faziam fundo com nosso terreno, havia por todos os lados que se olhasse mata com goiabeiras, gabirobeiras, araçazeiros. A molecada se fartava de comer fruta da natureza ou as cultivadas que, quando não dadas, eram velozmente surrupiadas por debaixo da cerca de arame farpado.

Os vizinhos, contava-se nos dedos de uma mão: seu Henrique, caseiro da chácara dos Matarazzo; em frente dele, seu Fernando, dono da vacaria, também num terreno enorme do milionário número de um São Paulo que, àquela época que vendia leite em litros; mais abaixo, próximo ao rio, o Giardello, oriundo da Calábria, conhecido com tripeiro, que, além de vender tripas que matadouro dava de graça, promovia barulhentas tarantelas com sua sanfona de oito baixos; depois do rio, seu Roque balseiro, que atravessava as pessoas de barco ou, quando os raros veículos que naquele tempo por ali navegavam, fazia-o com a balsa, manejando os cabos de aço que atravessavam o rio; mais abaixo do rio ainda, na chácara de flores dos Dierberger, morava seu Arthur Schenor, marido de dona Nena, que freqüentávamos todos os finais de semana para andar de carroça e comer centenas de morangos que lá se cultivava às pampas.

Nem tudo era bonança, porém. Nossa casa era de telha vã e nas muitas noites de chuva a garotada tinha que cobrir o rosto com a colcha para não ficar respingada. De qualquer sorte, aquele pedaço da Vila de Santo Amaro, naquele tempo, era um paraíso: lagoas de chuva, lagoas perenes (como a do fundão), várzeas enormes e matas para se catar lenha que abastecia o fogão.

Mesmo com as dificuldades próprias de família pobre, do essencial nada nos faltava. Meu pai comprava tudo de saco de 60 quilos: farinha de trigo para fazer pão em casa, batatinha, feijão, arroz, açúcar, manta de carne seca e até bacalhau inteiro que se pendurava na porta do armazém. Afinal era tempo de segunda guerra mundial e todos os gêneros alimentícios eram racionados. Além disso, minha mãe criava galinha, pato, cabra e vaca de leite para reforçar a merenda dos muitos marmanjos, parentes e aderentes, que aportavam diariamente em casa para comer.

Fortaleza, 09 de Abril de 2008.

O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar logo após às 10 e meia da manhã, no CBN SP. E agora está em nova fase (leia o post)

Moradoras usam máscara contra mau cheiro

 

Moradoras tampam rosto contra mau cheiro do Pinheiros

Os vizinhos do rio Pinheiros já sabem que quando o verão chega o mau cheiro aumenta. E, por isso, tentam reduzir o impacto provocado pela poluição se protegendo com máscaras. O alerta foi feito por uma ouvinte-internauta Maria Helena Tessitori que mora na Vila Lisboa, zona sul da capital. A Cátia Toffoletto foi até lá para ver como ela e as demais donas de casa se viram com esta situação:

Ouça a repórter da Cátia Toffoletto que conversou com as moradores da região