Por Carlos Magno Gibrail

João Dória, no momento em que as pesquisas conferem a ele aprovação singular de 43%, anuncia o fechamento de 19 mil cargos de cobrador, nas empresas de ônibus que têm a concessão do transporte público na cidade de São Paulo, até o final do mandato. Ficará somente a função de motorista, que hoje comporta 33 mil profissionais.
É um exemplo de administração que deveria ser estendido tanto ao setor público quanto ao privado.
Peter Drucker, mestre da Administração Moderna, enfatizava que as funções que não cumprem o objetivo do negócio devem ser tratadas como acessórias. Se a função precípua do ônibus é transportar passageiros, que seja cumprida pelo motorista.
A existência de cobradores de ônibus é tão atemporal quanto se constata que apenas 6% dos pagamentos são realizados em dinheiro.
Essa disfunção não é exclusiva do setor público, pois, por exemplo, o varejo tradicional ainda mantém a função de caixa como operação exclusiva. E todos sabem que o objetivo principal das lojas é vender. Da mesma forma como nos ônibus, nas lojas os recebimentos em espécie, em dinheiro, correspondem a aproximadamente 6%.
O agravante nas lojas é que a função de caixa departamentalizada origina filas num momento em que o comércio tem que lutar pela experiência de compra prazerosa para poder concorrer com a internet e obter seu diferencial de sobrevivência.
É louvável a agilidade de Dória antes que os motoristas robôs possam ser avanços reais para eliminação de todo o sistema atual.
Às lojas a ameaça está mais perto, é a velocidade de progressão da internet.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.






