De livros e desafios

 

Por do Sol por Solla

Maria Lucia Solla lançou De Bem Com a Vida Mesmo Que Doa (Ed. Libratrês) em 2002. O texto estava pronto bem antes, mas o deixou adormecido ou amadurecendo até a decisão de transformá-lo em livro de capa e papel. Sete anos depois resolve encarar uma tarefa das mais complicadas: se intrometer nos próprios pensamentos e se debater com as certezas que tinha uma década atrás. Não que ela seja mulher de fugir de suas responsabilidades, mas para enfrentar este desafio quer contar com a sua cumplicidade.

A partir deste domingo, e sempre aos domingos, você terá aqui no Blog a construção de um novo livro ou do mesmo, dependendo o resultado final. Seus comentários serão fundamentais para traçar os caminhos que Maria Lucia irá percorrer. Lembre-se, cada vez que você publicar uma ideia, um conceito ou uma frase por mais simples que seja a respeito do que está escrito aqui, poderá mudar o destino de uma história ou confirmar um pensamento.

Seja bem-vindo !

Mílton Jung

Reescrevendo de Bem Com a Vida Mesmo Que Doa

Por Maria Lucia Solla

Agradecimentos

Na minha jornada, nesta vida, a consciência começou a despertar cedo, em mim. Fui uma menina de olhar profundamente triste, solitária e fechada, mas transbordava de curiosidade, expectativa, ansiedade e de mais e mais curiosidade.

Meu ser assim me levou a buscar nos livros, nos idiomas, no estudo e no comportamento das pessoas à minha volta, o que minhas pernas ainda não podiam alcançar. Meu caminho de busca deixou, muito cedo, de ser singular e eu aceitei, como ainda aceito de braços abertos, a sua pluralidade.

Assim construo minha história pessoal.

Há muita gente envolvida no processo. Gente que entra na minha vida através de livro, aula, música, sorriso, embate, encontro e desencontro. Mesmo aqueles que nunca encontrei contribuem com o despertar da minha consciência. Cada um acende ao menos uma luz no caminho da minha vida, que é uma rota de eterna surpresa.

A todas essas pessoas, ofereço minha mais sincera gratidão.

Há quem chegue tocando a campainha e há quem meta o pé na porta. Tanto uns quanto outros instalam-se por algum tempo, interagem comigo e me modificam. Para sempre.
Imprimem-se em mim.
Amigo, parente, professor, aluno, conhecido, colega de trabalho; amor.

Todos mestres

Todos importantes na construção do que sou e do que ainda serei. Durante a convivência, provocam em mim todo tipo de emoção; mas acima de tudo, me ajudam a ver.

Entre os que entraram na minha vida, há dois que têm cadeira cativa no meu coração. Meus filhos. Chegaram através do meu próprio corpo e têm sido os que mais me ensinam. A eles, sempre quis dar o melhor de mim. A eles, sempre quis oferecer o que tenho de mais bonito e de mais leve; o que tenho de mais perfumado e gentil, de mais claro e brilhante. E tudo isso vai no pacote do meu pedido de perdão pelas vezes em que não fui capaz de dar nada além de tristeza, lágrima, insegurança e dor.

Proposta

Nada é por acaso.

Um livro não chega às nossas mãos, por acaso. Ele tem uma missão a cumprir, e nós temos missões a cumprir, através de suas mensagens. Todo livro tem uma missão a cumprir; a de guardar uma das missões de quem o escreveu.

Comecei a escrever De bem com a vida mesmo que doa, num impulso incontrolável. Comecei a escrevê-lo porque o que tinha a dizer, transbordou. Usei um notebook, meu intelecto, corpo, memórias e experiências. No entanto o mais importante no processo foi o coração, que tem sido, sempre, meu aliado.

Para você que recebe agora o resultado do meu trabalho, vou fazer uma proposta. Mas antes dela, vou mencionar uma das Leis do Universo que você seguramente conhece. Ela diz que quando você recebe algo – uma idéia ou uma informação, por exemplo -, isso vai ser processado em você. Você filtra o que recebe e mistura com todas as outras idéias, informações e crenças que já existem em você, e que fazem de você o que você é. Então processa tudo, faz um coquetel, e é vital que devolva o resultado desse processo, ao Universo.

Abrindo espaço para o novo

Agindo assim, você abre espaço para que o novo entre na sua vida, mas se continua a armazenar e colecionar idéias e crenças, corre o risco de sufocar e até, eventualmente, implodir. Idéias acumuladas vão envelhecendo, perdendo a validade, e você se transformando num depósito de quinquilharias. Vai ficando endurecido, engessado; um poço de artrite física, mental e emocional. O novo procura, procura e não encontra brecha para entrar na sua vida. E assim, acaba não entrando.

Você perde oportunidades de evoluir, e breca o movimento natural, que é sinônimo de vida. Impede o processo de renovação e de evolução que é responsável pela manutenção da juventude, e que mantêm você vivo, sentindo que vale a pena viver.

Um ciclo perfeito de renovação

Um ciclo perfeito de renovação, crescimento e evolução, acontece mais ou menos assim:

➛ você se vê frente a frente com uma ideia nova
➛ ela desperta o teu interesse
➛ ele abre as portas e permite que ela percorra o seu caminho em você.
➛ depois de cumprir sua missão, ela precisa sair
➛ entra por uma porta, sai pela outra, e você se prepara para ainda uma outra.

Se reconhecer a oportunidade, você a recebe, permite o seu percurso, filtra o que quer manter e devolve o resultado ao Universo, de onde ela veio.

Como?
Faz isso através da tua voz, das tuas palavras, pensamentos, gestos, olhares, atitudes, conversas, e-mails, na arte da cozinha, no escritório, no palco. Enfim, em toda e qualquer comunicação que você venha a produzir.

E você, que ideias têm despertado o teu interesse?
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

Ouça “Reescrevendo” na voz da autora

Maria Lucia Solla é terapeuta e professora de língua estrangeira e está ansiosa pela sua participação para se reescrever sem punir seu passado.

19 comentários sobre “De livros e desafios

  1. Sérgio,

    Minhas emoções, disposição, gratidão e lacrimejação (neologismo atrevido!) estão de plantão.
    A um acionar dos amigos/leitores/leitores/amigos, se assanham todas.
    Haja água, meu Pai, minha Mãe e meu Irmão, para aplacar a fervura do meu coração.
    Beijo,
    ml

  2. Prezada Maria Lucia,

    Acabei de entender aquela velha história do sábio com seu aprendiz em que o sábio diz que adquirir conhecimento é como encher um copo até o ponto em que temos de esvaziar o copo para adquirirmos mais conhecimento.

    Eu sempre pensava que nossa capacidade adquirir e acumular conhecimento era ilimitada e eu não precisava esvaziar o copo. Não era exatamente isso, né?

    Assim sendo, essa é a ideia que estou processando no momento.

    Um abraço.

  3. Marcelo

    Vejo dualidade em tudo, e vejo tudo através dela.
    Entendo que o conhecimento pode gerar sabedoria, mas pode gerar presunção também.

    Acredito, como você, na nossa capacidade ilimitada de adquirir conhecimento, mas armazenar… não.

    Quando o conhecimento se instala em você – e ele só se instala se você permite e até onde você permite – você pode dar o disco de instalação para outra pessoa, ou livrar-se dele como quiser.
    E precisa baixar atualizações.
    É mais ou menos como comprar a laranja, cortar ao meio, fazer um suco, tomá-lo e descartar as cascas.
    O não saudável é ficar cheio de cascas e bagaços, sem ter aprendido o que tinha lá dentro, sem ter tomado o suco.

    Quando a gente realmente sabe, se coloca vazio.

    Lembra do ditado que diz que saber não ocupa espaço?

    Obrigada por sua visita, e venha sempre.
    Beijo,
    ml

  4. Ola minha querida colega “inscrivinhadora” do blog do “patrao Mike Juliet
    Me descuple please pela demora para passar no seu canto mas somente agora estou conseguindo postar porque o meu pc hoje, desde as seis e meia da manhã sismou de dar pau nos pentes de memoria e o mArdito, travava e entrava na mortal tela azul da morte rs rs rs
    Esse erra o erro que apresentou nos paus.
    IRQL_NOT_LESS_OR_EQUAL
    O conhecimento é o maior patrimonio que uma pessoa possa possuir neste planetinha maravilhoso.
    Pois então vc comprovadamente poe se considerar riquissima.
    Sou do seguinte lema:
    “Tudo que o dinheiro possa comprar é barato”
    Pois é:
    A dualidade “das coisas”
    As cores.
    O positivo e o negativo.
    Bjus e uma exlente semana a todos ai
    Cambio final
    Alfa india november
    PS:
    Se alguem ai precisar de um tÉnico de informática estou as órdens rs rs

  5. Oi Mike Lima
    Vc se assustou um pouco lá no “meu espaço”
    Aproveito o”seu espaço” para postar um pouco sobre a dualidade e a realidade.
    Também faz parte do conhecimento.
    Dói
    Mas é real esta dualidade mostrada nas fotos, clicando nos links abaixo.
    Praça de alimentação de um grande shopping de São Paulo considerado com um dos mais belos “templos de consumo”
    http://img220.yfrog.com/i/160809181654.jpg/
    Agora em algum lugfar da periferia.
    http://img196.yfrog.com/i/vozdaperiferia51.jpg/
    PS:
    A primeira foto é de minha autoria, hoje no final da tarde.
    Bjus
    Armando Italo

  6. Cara amiga Maria Lucia,
    Boa noite.
    Minha sugestão para um novo livro seria voce contar sua vida,que sei foi e é,muito bonita,com muitas variáveis,difícil,meiga,no qual voce conseguiu suplantar todas as adversidades até regionais.
    Abraço do amigo de sempre
    Farininha.

  7. Olá malu,

    Nunca nos vimos nem conversamos, muito menos nos amamos(risos). Porém de minha parte, sinto por vc a empatia do momento: “Empatia Internauta” . Para mim e acredito que para muitos, seu textos são aqueles beliscões do bem. Beliscões de alerta para que não esqueçamos que acima de corneteiros políticos e sociais, somos seres humanos e temos alma.

    Muito bom que seus artigos sejam no primeiro dia da semana.

    Começamos a semana com uma Flor

    Flor Malu

    Um cheiro!

  8. Farina, meu amigo de sempre

    Na realidade, mesmo sem detalhes, tudo o que faço aqui é falar da minha vida. Muito da vida de hoje. Quem sabe remexo o baú?
    É uma ideia…
    With a little help from my friends, pode ser que saia.
    Beijo e boa semana, e um beijão na Vivi

  9. beto,

    Não importa como o contato seja feito. A gente entrelaça os fios da vida da gente com os fios da vida do outro e a textura fica ali, desenhada.
    Você já se desenhou na minha, com certeza.
    Foi isso que o Pequeno Príncipe do Saint Exupéry quis dizer quando falou da responsabilidade que passamos a ter, uns pelos outros, quando nos “cativamos”. Pena que a cultura vigente é a cultura do descartável – para tudo! E amor, carinho, amizade, harmonia não dá ipobe e passou a ser considerado babaca.
    Quem sabe a gente ajuda a mudar isso.
    Um cheiro pra você também.
    Beijo e boa semana

  10. Mama,

    Só posso desejar muitas cores, flores e Sol no teu caminho… Os pés, ensinaste a mim, que temos desde o nascimento… e é quase tudo que necessitamos para uma boa caminhada, além da mente e dos olhos muito bem abertos…

    Que colhas tudo de bom e aprendas a observar sem mistura as coisas que só precisamos saber que existem.

    Nesta jornada… que o “Eu” possa prevalecer, para que seja possível o santo ato de tudo compartilhar…

    Deus ilumine os nossos aprendizados!

    Paulinho

  11. Querida mestra!

    Desculpe-me a falta no artigo de ontem, pois estava bem atrapalhado por aqui com dentaduras sorrindo por todos os lados.

    Prometo ler com a atenção devida que seus textos merecem e só assim colocarei minha impressão digital!

    Beijos e até breve!

    Cláudio

  12. cláudio,

    considere-se na minha lista daqueles que já estão desculpados por princícpio
    Fico feliz que as dentaduras tenham sorrido pra você. Sinal que você as trata com carinho (!)
    Seu cuidado me envaidece (com o meu trabalho, não com as dentaduras)

    Beijo, e fico aguardando a tua colaboração,
    ml

  13. Olá querida!
    Seguirei atentamente a construção desta “reescritura” que nos fará deliciar, como sempre, com tuas doces e sábias palavras. Arrase!
    Beijos e saudade!
    Sandra Tenório

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