Avalanche Tricolor: Alucinações em campo

 

Atlético PR 1 x 1 Grêmio
Brasileiro – Curitiba (PR)

Ancheta e Vilson

Vou cometer um heresia. Responsabilizem meu saudosismo, meu desejo de rever ídolos, minha vontade de reencontrar atletas que tornaram o Grêmio grande e vestiram com orgulho a camisa do Imortal Tricolor. Sei o quanto soara absurdo para você gremista o que direi no parágrafo seguinte, mas dadas as circunstâncias e o sofrimento que nos impingem estes jogadores que aí estão, tenho mesmo tido alguns delírios ao assistir aos jogos do nosso time.

Desde a primeira vez que vi este zagueiro Vilson em campo – e isto foi na partida contra o Santos – me vem a memória a imagem de Ancheta, zagueiro que deu elegância à camisa 3, nos anos de 1970. Mesmo com poucos títulos, numa era difícil para o tricolor, foi escolhido o melhor zagueiro em atividade no Brasil, em 1973, e conquistou o campeonato que marcou minha vida como torcedor apaixonado, o Gaúcho de 1977, que interromperia a série seguida de vitórias do adversário.

Capitão da Celeste, comandou o time Uruguaio na Copa de 1970, Ancheta marcava os atacantes com precisão, sem botinadas – o que lhe rendeu muito nariz torcido da própria torcida. Com sua história ganhou o respeito e a admiração dos torcedores, muitos do quais o incluem na lista do melhor Grêmio de todos os tempos.

Com tantos atributos e importância, por que lembro de Ancheta desde que Vilson assumiu a posição de titular no Grêmio ? Talvez o cabelo grande e ondulado; talvez o nariz longo e empinado – de quem olha mais a frente -; talvez o jeito de pisar no gramado. Tudo isso mais o acaso de vestir a camisa 3, provavelmente mexam com a memória deste gremista em busca de uma esperança.

Hoje, quando Vilson foi para a área adversária e subiu muito mais alto do que todos podiam imaginar, cabeceou a bola com a intenção de jogá-la lá onde ela parou, e fez o gol de empate, achei graça da minha comparação. E gostei de pensar que ali estava Ancheta de volta ao time, disposto a dar um rumo para um time sem prumo e a nos colocar no lugar que a nossa história merece.

Claro, era apenas uma brincadeira oriunda na alucinação que me ronda nestes últimos meses. Que Ancheta me desculpe, mas a lembrança dele me ajuda a encarar a fase de provação pela qual passamos.

2 comentários sobre “Avalanche Tricolor: Alucinações em campo

  1. Milton, o Grêmio tem time para estar mais lá prá cima. Não para o G4, mas vai fazer melhor campanha. Se as alucinações tomarem conta de sua vida, nós o acolheremos em nosso coração, claro, corintiano.
    Veja o caso do Atlético mineiro. Também não é prá estar onde está. Coisas sombrias estão acontecendo……

  2. Talvez,Mílton,estejamos sendo vítimas da mesma alucinação ao buscar semelhança entre o glorioso Ancheta e Vílson. Mas que ela existe,ah,existe. Perguntei,hoje,a minha mulher se ela não achava parecidos os dois. Concordou comigo. E esta corcordância não tinha traço algum de ser fruto de alucinação. Que o Vílson,que entrou no time do Grêmio com jeito de “sheriff”,tenha um futuro igual ao do nosso antigo ídolo.

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