Por Carlos Magno Gibrail
Sou contra o Tiririca na política, na televisão e no mensalão.
Sou contra o Timão ter estádio aprovado sem projeto, o Ricardão ser imperador numa democracia, o Orlando Silva não ser cantor e ser um enganador, a Odebrecht ser entidade beneficente não transparente enquanto a Santa Casa tão carente passa a ser inadimplente.
Sou contra a democracia que pela liberdade obriga o voto, o candidato que pela lei pode negar o nome do patrocinador, o senador que pela ordem da casa pode criar ato secreto, o deputado que no final de mandato pode gastar o dinheiro do povo para arrecadar voto, o vereador que não sabe ler, falar, escrever, mas vota pela educação e pela alimentação das crianças das cidades.
Sou contra a ficha limpa que não é obrigatória, numa sociedade de notória impunidade.
Sou contra todas as entidades do futebol, que praticam a autocracia e a oligarquia na direção, na organização, na arbitragem, mas acima de tudo são monárquicas no comando único e quase perene dos dirigentes máximos.
Sou contra a democracia que permite que através do Congresso sejam aprovadas leis para legalizar desmatamentos objetivando beneficiar grupos econômicos.
Sou contra o mata-mata quando se pode fazer campeonato de pontos corridos, de gol valer mais em virtude de mando de jogo, de árbitros amadores, mas deuses porque tem poderes absolutos para salvar, para matar e para roubar, como nos velhos tempos dos gladiadores.
Sou contra os advogados que se metem nas outras profissões desregulamentando-as, ou que tratam de conservar o corporativismo, ou que pretendem tratar dos próprios benefícios no poder judiciário promovendo aumentos salariais e mantendo férias e outros direitos restritos aos seus pares, ou exigindo quotas para negros em desfiles de moda, mas não se preocupam em dar o exemplo e fazer primeiro nos organismos jurídicos.
Sou contra a democracia que permite a censura à imprensa, principalmente pedida por famílias notórias de coronéis da oligarquia dos primórdios da nação, mas de atuação efetiva nos tempos modernos do Brasil oitava potência econômica mundial.
Sou contra a democracia que permite gasto livre nas eleições e acima de tudo sem identificar doador e candidato.
Sou contra a democracia que permite que as entidades criadas para controlar as prestadoras de serviços básicos como saúde, energia, comunicações etc. passem a ter diretores vindos dos próprios setores, ou seja, raposas no galinheiro.
Sou contra o poder externo interferir no bom andamento da política, dos esportes, da imprensa; empresas privadas agindo em lobbies, TVs interferindo em esportes, governantes se intrometendo na imprensa afastando jornalistas por críticas feitas.
Sou contra a democracia que não é democrática, apenas e tão somente autocrática e coercitiva, e a sociedade comportamentalista não cognitivista.
Sou contra finalmente, mas momentaneamente porque a lista não tem final, apenas fim, o Carlos Heitor Cony se ele me processar pelo plágio da sua forma aqui apresentada e furtada de seu artigo recente na Folha De São Paulo.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas no Blog do Mílton Jung

Olá Carlos
O caos é tamanho, quem sabe um dia chegará a um ponto em que o proprio caos possa contribuir para colocar o trem nos trlihos novamente.
Como dizia Getulio Vargas
“Para o rei tudo, para o povo a lei!”
Abraços
Armadno Italo
Prezado Doutor Carlos Magno,
Se não saiu na mídia não aconteceu! A comunicação é a melhor distância entre dois pontos, no caso: eu e o senhor. Jânio Quadros, dizia: – “Para uma boa horta ou um belo jardim há necessidade de um bom esterco.”
No imaginário popular, o que importa é como a mídia descreve, interpreta, fotografa e divulga o mundo. A mídia pauta o mundo e forma ou deforma mentalidades. Se não saiu na mídia não aconteceu.
No mundo midiático, digital, instantâneo, a informação é cada vez mais estilizada, pasteurizada, e os fatos recortados da realidade sem nexo, sem contexto, sem passado, sem história, sem memória, numa destruição clara da temporalidade, como se o mundo fosse um eterno videoclipe. Dessa forma, mais confunde do que esclarece e mais deforma do que forma.
Com o uso da internet, o volume de informação dificulta a compreensão num mundo caleidoscópico, que se apresenta em forma de mosaico sem nexo, que vive transfigurando e refigurando o espetáculo da vida como se o confundisse com um reality show. Se deixarmos de ser “zumbis” culturais e aprendermos a ler o mundo, enquanto linguagem, aprenderemos a pesquisar, aprenderemos a aprender o essencial no mundo moderno.
Na leitura crítica da mídia, a linguagem, constituída a partir de um “mundo” editado, passa por inúmeros “filtros” – pela observação dos fatos e pelo relato da declaração do outro – na construção da notícia. É preciso ficar atento à ideologia presente em cada fala, porque todo discurso é ideológico e reflete a realidade que a retrata.
Estes são alguns dos elementos responsáveis pelo fascínio exercido pela rede mundial de computadores – a Internet. Entretanto ela não está isolada, mas faz parte de um conjunto de outras mídias já consolidadas como o rádio, a TV, o cinema e todas as formas impressas, que continuam a exercer o seu papel como fontes importantes de informações, que devem ser consideradas. Obviamente, grandes benefícios são trazidos à humanidade pela facilidade de acesso à informação.
As mudanças impulsionadas pelas novas tecnologias digitais colocaram na tela da TV e na Internet a informação massificada, onde está tudo disponível, de fácil acesso, condensado, daí a dúvida: será o fim do livro ? As pessoas vão deixar de ler ? A resposta é não. A leitura, com o tempo e a prática vira êxtase, é semelhante a um transe. Ler é participar de uma das mais extraordinárias invenções e revoluções tecnológicas de todos os tempos, que são os sistemas de escrita. Nós não teríamos a Internet hoje, sem os códigos da escrita.
Há menos de duas décadas, as crianças e jovens tinham um acesso limitado às informações e os pais podiam, de algum modo, selecionar aquelas que possuíam um conteúdo condizente com cada idade e capacidade de compreensão, direcionando os interesses para boas fontes como livros clássicos da literatura infantil, bons filmes,etc.
As tecnologias atuais, em particular a Internet, mudaram toda essa perspectiva. O acesso a Internet dissemina-se aceleradamente e hoje a maioria das crianças e jovens, mesmo aquelas de classe menos favorecidas, conseguem ter contato com ela. Se não possui um computador em casa, a escola disponibiliza ou um amigo tem. E quando a telinha do computador se abre, o portal do mundo está aberto.Entretanto, permeando tais informações, há uma grande quantidade de “lixo informacional” invadindo nossos lares todos os dias. O cerne da questão está no fato de que o volume de informação não garante a qualidade.
A memória é um mecanismo que permite não somente conservar, mas também filtrar. Caso contrário, seríamos com Funes, el Memorioso, a personagem de Borges que se lembrava de todas as folhas que havia visto durante 30 anos atrás e ficou louco.
Abraços,
Nelson Valente
Prezado Doutor Carlos Magno,
A lebre e a tartaruga!
Há histórias que são emblemáticas, com toda a sua coorte de personagens, fatos e mensagens. Bruxas, fadas e duendes frequentam o imaginário infantil e a sua exploração deve ser feita de modo adequado pelos especialistas que têm a responsabilidade de “fazer educação”.
Veja-se o caso de “a lebre e a tartaruga”. Hoje, nas escolas municipais de educação infantil e particular (em todo território nacional), no uso da técnica do diálogo/questionamento, muitas crianças afirmam que a tartaruga chegou primeiro, na famosa corrida, porque a “lebre ficou dormindo”, quando na verdade ela foi sacrificada pelo desejo de ser “esperta”, numa aplicação à fábula da nefasta “lei de Gerson”.
Questionamentos e confrontos de pontos de vista, como são hoje sugeridos pelos escritores brasileiros, contribuem para a superação do natural egocentrismo das crianças, possibilitando a conquista gradual da autonomia de pensamento. Assim nascem os indivíduos socialmente críticos, por intermédio da viabilização da sua autoconstrução.
O emprego, nessas questões, da literatura infantil representa um grande conforto, pois ideias, confrontos e interesses transbordam de um contexto extremamente prazeroso para as crianças. Daí nasce a motivação – e os resultados naturalmente constituem uma consequência desse processo. Quando a criança é egocêntrica ela não se coloca no ponto de vista do outro; o tipo de contato social com as crianças da mesma idade limita-se somente a “estar junto”. Paulatinamente é que ela conquista o prazer de “fazer alguma coisa junta”. É a isso que chamamos de processo de socialização, em que a escola exerce papel decisivo.
Por todos esses fatos, mais relevantes ainda quando se trata do período pré-operatório (em geral dos dois aos sete anos de idade), é essencial que a escolha do material didático com que se irá trabalhar se faça de modo adequado. E que os professores estejam devidamente preparados para o uso desses preciosos instrumentos da cultura.
Abraços,
Nelson Valente
Oi Milton,
Conheça meu blog.
O política midiática que descute as relações entre política e mídia com entrevistas filmadas. Já participaram Márcia Tiburi, Soninha Francine e Heródoto Barbeiro.
http://politicamidiatica.blogspot.com
Abraço
Armando Italo, giramos em torno de poder .Acredito que por isso é necessário que se esteja atento em todas as relações humanas.
Prof.Nelson Valente,comentário 2
O conhecimento adquirido através das fontes originais, grandes obras, grandes descobertas sociais e tecnológicas, evidentemente é a base para que se possa discernir.
Sabemos que o juízo de valor existe em tudo , e nem os mais independentes textos estão livres da opinião e da cogniçaõ do autor.
Endosso suas louvas ao livro e sua continuidade.A informação correta é o único caminho para para não virmos a crer na mentira .
Prof.Nelson Valente,comentário 4
As informações que tenho indicam que o índice de leitura dos adolescentes e crianças, dos 5 aos 13 , 14 anos é bem maior proporcionalmente do que os adultos.
Além diasso tenho filho de 7 anos e constato que nesta faixa de idade a consciência sobre ecologia e honestidade também é maior que dos adultos.
Podemos prever um futuro melhor.
Gabriel Leão, comentário 4
Parabéns pelo trabalho.
Carlos,
Sua declaração consagra com elegância todos os palavrões que ouvimos nas esquinas, das pessoas de bem.
Cognitivista: aprendi mais uma. Não conhecia!
Parabéns, vc é um excelente colunista que vale a pena ler.
Beto, a linha cognitivista da psicologia se contrapõem aos comportamentalistas que fazem a defesa do estímulo , financeiro ou simbologista.
Os cognitivistas atuam no conhecimento e no estímulo pela razão. Sem coerção e sem iscas.
Evidente que atuar na cognição é mais dificil, exige mais conhecimento e principalmente respeito ao ser humano.
Uma boa definição para cognição e considerar como o conhecimento internalizado.