Desde ontem recebo enorme quantidade de mensagens via e-mail, blog ou Twitter a propósito da participação no Desafio Intermodal 2010. A maioria me incentivando a seguir no pedal. Prometo que vou insistir. Mas quero dividir com você o comentário publicado neste Blog pelo André Pasqualini, do Instituto CicloBR para que possamos entender melhor o espírito do Desafio Intermodal 2010. Ao André e equipe que organizaram mais este evento, meus parabéns. Ainda quero registrar a importância de se ter ao lado um guia com a experiência, paciência e desejo de ensinar como foi meu caso que em todo o trajeto teve a orientação do Mig. Que possamos compartilhar novas pedaladas.
Vamos ao texto do André:
O Desafio Intermodal não é uma competição, embora muitas pessoas e, às vezes, até alguns participantes encarem dessa forma.
Realizamos o Desafio há cinco anos. Desde o começo a ideia é comparar os modais ano a ano e o trajeto é o mesmo até para facilitar essa comparação. Mas por mais que a organização se esforce, infelizmente, parte da mídia encara o Desafio como uma corrida maluca.
O Desafio serve para inúmeras coisas. Primeiro mostrar às pessoas que o carro não é a única opção para deslocamento nessa cidade, até a ciclista Cycle Chic, que pedala com roupas casuais e num ritmo tranquilo para não transpirar muito, chegou antes do carro. Até skate e patins chegaram antes do carro.
Infelizmente, a modalidade transporte público, apesar de uma melhora, está longe de ser cativante. Infelizmente, a maioria da população quer mesmo é diminuir seu tempo de deslocamento e não está muito preocupada se sua opção faz mal a cidade. Infelizmente, ainda teremos muitos carros nas ruas, pois quem optou por transporte público ficou refém do trânsito causado por carros, sendo que a maioria deles tinha uma pessoa dentro.
Finalizando, o Desafio Intermodal serve para mostrar a sociedade que, além de haver outras alternativas ao carro, tem que, de forma urgente, cobrar para que essa injustiça com o transporte público pare de ocorrer. Mesmo se para isso ela tiver que sacrificar o espaço que hoje é dado para quem está de carro.
Os dados estão aí, agora cabe a população fazer sua parte.
E Milton, lindo seu relato, muito mais que uma corrida, um dos objetivos do Desafio é mostrar que as cidades possam ser mais humanas desde que os meios de locomoção que aproximam as pessoas da cidade sejam valorizados.
Sei que a bicicleta não vai resolver todos os problemas de deslocamento em São Paulo, mas ela pode servir para criar cidadãos mais conscientes, reforçando esse elo de amor com a cidade que é tão diferente vista de fora dos carros. Sim, nossa cidade é linda e precisa urgentemente de nós.
Abraços e muito obrigado pelo apoio, em meu nome e com certeza, em nome de todos do Instituto CicloBR.
Para mais informações sobre o Desafio Intermodal 2010 visite o site do Instituto CicloBR
Perfeitamente descrito! E como sempre, Milton, obrigado pela divulgacao e o seu relato.
Olá Milton
Que bom que você foi pedalando esse ano, porque há o mito que uma pessoa iniciante não pode pedalar 13 km pelas vias. Sua participação deu grande visibilidade à questão.
Os críticos dizem que a bicicleta não faz sentido em São Paulo, não entendem que quando ela for aceita e reconhecida como modal, será um símbolo, porque é claro que não é o meio de transporte que serve para todos.
Mas para adequar uma cidade para que 15 ou 20% se desloquem nas suas pequenas distâncias de bicicleta, significará mudar radicalmente a cidade, exigirá das autoridades prestar atenção à vida humana, colocando-a em primeiro lugar. Isso teria um efeito sistêmico fantástico, com priorização do transporte público e proteção da vida humana que anda a pé ou pedala.
A cidade adequada para ciclistas se humaniza, recupera o espaço público como frequencia e não como mera passagem.
São Paulo pode ser um cidade agradável, é só perceber que conviver olho no olho aproxima as pessoas. Máquinas não tem alma.
abraço
Márcio Campos
Sou adepto do pedal a muito tempo, mas ainda não consegui me organizar para ir ao trabalho de bike, mas eh a minha grande intenção. Precisamos, todos que usamos a bike, estimular esta adesão em termos de consciência ecológica.
Concordo com o André sobre a imprensa tratar o Deafio Intermodal como uma corrida maluca. Porém, também entendo que as pessoas se interessem em saber qual foi o transporte mais rápido, e em quais circunstâncias.
Tbm acho que seria interessante a medição a partir da largada de outros pontos da cidade, com distância similar. Ou só a Zona Sul que enfrenta trânsito? Pq não fazer saídas da ZN, ZL e ZO também?