Fui presidente por dois dias

 



Carolina Marcelino

Repórter da CBN

Aos 18 anos, tirei meu título de eleitor com a plena certeza de que contribuiria para as mudanças da minha cidade e do meu país. Mas minha participação foi mais além, três anos se passaram e agora, em 2010, fui convocada pela primeira vez a ser Presidente de Mesa Receptora de uma das salas da Emeb Prof. Kazue Fuzinaka, no Rude Ramos, em São Bernardo do Campo.

No primeiro turno, a falta de experiência fez com que minha sala atrasasse a abertura em oito minutos. Ontem, a história foi diferente. Às 7h30, a urna já estava ligada a espera do primeiro eleitor.

Logo no início da manhã, duas notícias me chocaram. A primeira foi que a segunda secretária da seção não havia sido convocada para o segundo turno.
A coitada não foi avisada e acordou cedo no domingo para ir trabalhar nas eleições. Assim que soube do engano do Cartório, que simplesmente esqueceu de comunicá-la desse pequeno detalhe, votou e foi embora.

O outro choque foi quando soube que a Presidente da Seção ao lado havia sido condenada a pagar uma cesta básica por mês durante um ano à Justiça, pois no primeiro turno um dos seus mesários entregou o comprovante de votação de uma pessoa para outra. Sim, ela respondeu pelo erro de um outra pessoa. Nesse momento, implorei pela atenção redobrada dos meus novos amigos, que provavelmente verei com certa frequência nas próximas eleições.

De 231 eleitores, apenas 200 apareceram para votar na seção. A votação em meio a um feriado prolongado pode ter sido um fator determinante para a ausência de algumas pessoas. Não foi o caso da aposentada Maria de Lourdes, de 63 anos. Ela foi votar bem cedo e em seguida pegou a estrada rumo ao litoral. “Temos que exercer nosso papel antes de aproveitarmos o feriado”, disse Maria. 


A dúvida em quem votar ainda estava no ar. A “minha” urna registrou 21 votos nulos e dois brancos.

3 comentários sobre “Fui presidente por dois dias

  1. 10% dos que poderiam votar ou mais de 10% dos que votaram, foram os VOTOS NULOS e BRANCOS, pouco divulgado tal direito do cidadão, inclusive no tal do Código Eleitoral, que no meu pequeno saber é criminoso [os que este redigiram, e os que depois poderiam e podem fazer da forma correta, íntegra, honesta e ética, porém não o fazem]!!!

    Devemos avaliar, pois mesmo entre pessoas com cursos superiores [o que não faz dessas pessoas nem melhor e nem pior do que as pessoas que não tem tal diploma], tais não sabem e infelizmente muitas divulgam e afirmam erradamente a idéia dos votos brancos e nulos vão para quem esta na frente!!!

    E pior ainda, são até meios de comunicação, como o a TVO no transporte público [no caso referido, um onibus, quem nem sempre pode ser considerado um transporte de cidadãos, mas sim de gados] que afirma que o VOTO NULO não anula a eleição, pois que ira decidir serão os ministros…

    …porém a premissa é “DO POVO, PARA O POVO E PELO POVO”, ou seja, nós – o povo – a maioria é que decedimos e não eles – meia dúzia [ou até msm mais que uma dúzia, rsrs].

    ass:Douglas S.DaCosta

    eujafuiprejudicadoporservicospublicos.wordpress.com

  2. Milton, me ajude a divulgar esse problema.

    Gostaria de registrar uma reclamação, que não sei a quem devo enviar.(TRE? Ministério Público?)
    Há anos uma senhora minha conhecida se queixa do local onde se realizam as eleições
    Colégio Jesus Maria José, localizado à Av Adolfo Pinheiro 893, Santo Amaro.
    Essa senhora e muitos outros idosos de seu relacionamento se queixam que, diferente das condições especiais para deficientes físicos, os idosos são obrigados a subir 3 a 4 andares de escadas até chegarem às suas sessões.
    De duas uma: ou não se faz mais eleições em escolas sem acessos facilitados a idosos, ou que se organizem sessões por idade, deixando para estes as salas mais próximas ao pavimento térreo.
    Botar um idoso prá subir 4 lances de escadas não é dificultar o desempenho de seu papel de cidadão?

  3. Milton. bom dia.

    Quantas desavenças em tão poucas linhas.

    O foco aqui também poderia ser outro.

    Somos convocados prá trabalhar na eleição, contra nossa vontade na maioria das vezes.

    Respondemos por atitudes alheias, no caso da pessoa que foi condenada a pagar as tais cestas básicas.

    Não recebemos nada por isso. Não podemos falar não à convocação.. Podemos convocar alguém da fila caso tenha faltado algum mesário ou similar. O que é absurdo. Podemos ser presos caso o juíz eleitoral não vá com a nossa cara. A bebida é liberada no dia da eleição, mas se o mesário chegar embriagado é preso.

    Meu amigo gaúcho.

    Estou indignado.
    Isso é uma vergonha, como diria um jornalista

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