Grêmio 1 x 0 Canoas
Gaúcho – Olímpico Monumental

Inspirar-se com o que vejo ou deixo de ver dentro de campo para escrever esta Avalanche tem sido minha tarefa desde 2007 quando a iniciei no Blog com o objetivo de extravasar minha admiração pelo Grêmio. Logo no início fazia questão de tê-la publicada assim que o juiz apitasse o fim da partida, mas com o tempo, ou melhor, a falta dele acabei me satisfazendo em escrevê-la o mais rapidamente que pudesse nem que isso significasse o dia seguinte, pois alguns jogos se encerram em horário proibitivo para quem madruga durante a semana, como é o meu caso. Com esta semifinal disputada no sábado à tarde, feriado nacional e sem muito compromisso, postar o texto não exigiria esforço extra, bastaria esperar o time jogar bola, o adversário ser superado, um dos nossos se destacar com um lance bonito, desses que fazem a essência do futebol – um gol, um drible ou, claro, um carrinho na altura da canela -, respirar fundo e se inspirar.
Os 15 minutos iniciais de hoje foram empolgantes com o time tendo eliminado qualquer possibilidade de o adversário se aproximar do campo do ataque, a bola passada com velocidade, a agilidade no deslocamento dos jogadores pelas pontas e aparecendo no meio para receber, um sufoco impressionante. O gol aos 7 minutos do primeiro tempo com a bola sendo empurrada para dentro da goleira na insistência de André Lima – o atacante que não desiste nunca – foi a imagem do nosso desempenho naquele um sexto de partida. Estava entusiasmado e certo de que teria um material rico para contar a você aqui no Blog, mas alguma coisa mudou de lá para adiante. O futebol jogado até então ficou reservado ao replay do intervalo. Passes errados, falta de articulação, vacilos desnecessários e cartões amarelos, também. Os chutes a gol continuaram, mas sem a mesma convicção, com as exceções de praxe. Não era mais o mesmo Grêmio.
Ao fim da partida – e somente ao fim, porque não dava para tirar o olho da TV a medida que mesmo capenga nunca se sabe o que o adversário pode fazer – respirei fundo, sentei-me diante deste computador e pensei o que poderia me motivar a escrever. Lembrei-me dos minutos iniciais quando o Grêmio foi o Grêmio que queremos e sonhamos. E foi este que me trouxe até este parágrafo final. Que seja este que veremos domingo na decisão da Taça Farroupilha.
Início animador; final de partida preocupante. O Grêmio criou várias oportunidades depois dos 7 minutos do primeiro tempo, é verdade. Mas, ou paravam nas defesas do goleiro (que aliás, insistem em querer mostrar serviço sempre contra o Tricolor), ou na falta de pontaria de nossos atletas, inclusive o André Lima. Não dá para reclamar dele hoje, afinal, classificamos com o gol feito por ele e tem essa característica que tu bem lembraste, não desistir nunca. O placar teve a cara do nosso time (que joga sem firulas, sem espetáculo, apenas pelo resultado). Já o futebol, ficou parecido apenas nos minutos iniciais.
Abs
É que seguimos sem alguém com qualidade para articular no meio de campo. E me parece que o amarelo do Léo Gago – mesmo que este nos faça falta na marcação com Fernando e Souza – vai nos levar a uma escalação mais lógica com o Bertoglio, Miralles e André Lima. Que venha o Veranópolis !
Houve um tempo em que eu conseguia entender o Grêmio. Hoje apenas faça força para compreendê-lo. Não sei por que não se mantém espremendo o adversário. Parece que sofre de súbita amnésia ou sente prazer em viver perigosamente.