Por Carlos Magno Gibrail
A reação dos artistas à incorporação do Ministério da Cultura ao da Educação teve repercussão não prevista por Michel Temer e equipe.
Além da primeira vitória ao conseguir o retorno como Ministério, os artistas obtiveram posse diferenciada, pela extensa cobertura e concorrida solenidade do ato.
Marcelo Carelo ao assumir, ontem, o Ministério conseguiu holofotes de ponta à pasta da Cultura. E no ritmo de arte e festa, iniciado com citação à Aquarela do Brasil de Ary Barroso, prestou contas àqueles artistas que reagiram contra a medida inicial do novo governo, ao mesmo tempo que respondeu aos que os criticaram como aproveitadores:
“os artistas são trabalhadores que tecem os fios que desenvolvem a economia do País”.
É exatamente por esse caminho que gostaria de aproveitar e lembrar que como “trabalhadores” deveriam ser tanto eles, artistas, quanto as organizações, entidades e companhias que os empregam. E, consequentemente, seguir as regras de mercado.
No competitivo mundo das artes cênicas, plásticas, musicais, literárias etc é preciso ter competência técnica na essência do produto, mas também na operação. É preciso ter talento, mas também a qualificação organizacional, necessária quando se oferta serviços e produtos. É o que popularmente se diz: não basta inspiração; a transpiração é fundamental.
Não vejo por que um tratamento de espécime dependente. No passado, sem nenhum apoio governamental, tivemos gênios musicais, literários, teatrais etc … Não concordo com Caetano Veloso, que protestou veementemente contra a medida atual, pois ele teve seus grandes momentos artísticos quando havia repressão. Naquela época apoio e financiamento nem pensar.
Apenas acredito na razão de Caetano quando diz :
“O MinC é nosso. É uma conquista do estado brasileiro, não é de nenhum governo”
Não é de nenhum governo nem de nenhum grupo de artistas privilegiados.
É o que esperamos!
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.