Por Carlos Magno Gibrail
Os números de sexta-feira mostram um crescimento pela Ebit-Nielsen* de 23% em relação a 2017, superando a expectativa de 15% e perfazendo R$ 2,6 bilhões. O ticket médio ficou, como era previsto, em 8% superior ao ano passado, correspondente a R$ 608,00. O número de pedidos expandiu em 13% ficando em 4,2 milhões de pedidos.
A esses números que atestam o sucesso do Black Friday, devemos considerar dois aspectos que devem apontar as causas desse progresso. O número de consumidores descrentes na veracidade dos descontos, de acordo com pesquisa realizada, caiu de 38% para 35%. Ao mesmo tempo, os fornecedores tiveram sistemas mais eficientes na operação.
A continuar nesse ritmo, os bons resultados começarão a preocupar, pois as vendas de Natal, ponto mais alto do comércio nacional têm sido afetadas em favorecimento ao Black Friday. A perda é quantitativa e qualitativa, pois os preços natalinos são os de tabela. Os preços do Black Friday são promocionais.
O original modelo Black Friday, sucede o Dia de Ação de Graças, que é uma data sem similar no calendário brasileiro, compondo um cenário tipicamente americano. Uma adaptação poderia ser algo conveniente e necessário.
A ALSHOP, conforme nos relatou Luís Augusto Ildefonso da Silva, através do seu presidente Nabil Sayon, tem coordenado esforços para criar um modelo nacional de Black Friday. Antecipando-o, por exemplo, para setembro. Distanciado de forma suficiente para não interferir no Natal e fortalecendo o início da primavera como evento promocional.
O momento que evidencia o sucesso do Black Friday, agregado ao papel da ALSHOP, de aglutinador dos lojistas de Shopping Centers, deve conferir credibilidade a proposta.
Na verdade, o processo de nacionalização do Black Friday entre nós já começou, na medida em que as promoções relativas ao Black Friday se antecipam e se sucedem.
Pela nossa cultura pode ocorrer que a antecipação se estabeleça e o original permaneça. O que não invalida a tentativa.
*As vendas computadas pela Ebit/Nielsen são B2C, de produtos novos e realizadas através do e-commerce. Não estão inclusas passagens aéreas, serviços de entrega ou transporte nem venda de veículos.
Carlos Magno Gibrail, Consultor e autor do livro “Arquitetura do Varejo”, é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung
Prezado Gibrail, estou entre aqueles 35% que não acreditam na veracidade dos descontos black friday, porque para mim, black friday seria aquela promoção extraordinária, que não se repete, única e imperdível. Porém, exatamente porque ou ¨se antecipam¨ os descontos, a black friday deixa de ser black friday, ou, depois da black friday, no dia seguinte, ou na semana ou no mês seguinte, há o que uma loja chama de ¨saldão¨ da black friday, ou outra de redweek e por aí vai. Portanto, no Brasil, no dia da black friday não é aquele preço menor menor menor mesmo, de verdade. Infelizmente a venda não é mais barata do que a venda anterior do mesmo produto nem o valor é menor daquele que vai se vender depois. É a minha percepção. Uma amiga me disse que na Itália, quando uma loja entra em promoção, ela é obrigada a fixar em lugar visível as notas fiscais das vendas anteriores daquele produto com o preço sem o desconto, para provar que o desconto é real (de 20, 30 40 50%). Aqui precisa disso também, Um dia vamos avançar….. acho… Receba meu abraço.
Olá Heitor
Satisfação em receber seu comentário.
Aproveito para dizer que em parte a realidade é como você expôs. Mas, não é a totalidade dos agentes que procedem mal.
Como participante deste mercado posso garantir que há bons operadores.
Abraço .