Grêmio 3 x 1 Atlético PR
Brasileiro – Olímpico Monumental
Poucas vezes demorei tanto para publicar uma Avalanche. A partida se encerrou há 24 horas e você, caro e raro leitor deste blog, sabe do meu esforço para exprimir aqui sofrimentos, paixões, admirações e, na maioria das vezes, alucinações sentidas no decorrer dos 90 minutos de jogo tão logo este termine.
Desta vez, porém, deixei ir embora as emoções da partida, e toda a rodada se completar. Ao contrário do que possam imaginar, não tomei a atitude porque estaria concentrado na arte de secar o adversário, esporte preferido da torcida brasileira em especial quando o campeonato está próximo do fim.
Tenho tido o cuidado, desde o início desta nossa recuperação, de me ater apenas aos nossos feitos. Deixo que os defeitos dos outros se revelem por si só. Mesmo porque não acredito muito que olho grande mude alguma coisa no futebol. Seriedade, sim. Perseverança, também. Confiança, determinação, doação, humildade, bola rolando com sensatez, luta e talento. Todas estas coisas que apareceram em nosso time nesta segunda parte do campeonato.
Incrível a mudança que assistimos nesta sequência de resultados positivos. Nesta mesma fase, na primeira parte da competição, éramos um bando de desnorteados que contávamos, única e exclusivamente, com a nossa saga.
Sempre soubemos que nossa história havia sido marcada por provações até alcançarmos algo realmente relevante. Por isso, sempre nos damos o direito de sonhar com algo acima do possível.
As vitórias voltaram com um time mais bem organizado, marcação eficiente, passes em velocidade, carrinhos certeiros, movimentação coerente, chutes confiantes a gol. E muitos gols: temos o melhor ataque da competição, o melhor atacante e a melhor campanha neste segundo turno. Não tenho medo de dizer que temos, também, o melhor time nesta altura do campeonato.
Vítor não exige mais palavras; Paulão se mostrou zagueiro seguro; Neuton se revela a cada oportunidade, desta vez com um golaço; os dois volantes, Adílson e Rochemback, estão acima do lugar comum; o lado esquerdo alucina o adversário com a rapidez de Fábio Santos e Lúcio; Douglas tem um talento excepcional; e quando Jonas está no time, seja qual for seu companheiro, o ataque joga muito. Sem falar o simpático – pela cara, pelo jogo e pelo nome – Diego Clementino. E mais um grupo que está sempre pronto para atender ao chamado do técnico.
Apesar de tudo isso, ainda tínhamos dificuldade de nos colocarmos entre os mais bem classificados. O caminho estava congestionado. Havia muita gente na frente para ultrapassar. Alguns mais distantes, outros bem próximos. Mas todos foram ficando para trás. Um a um. Até colocarmos os pés no propalado G-4.
Ainda faltavam os resultados deste domingo para confirmarmos presença na elite do Campeonato Brasileiro. Não queria escrever antes disto se concretizar.
E a rodada se completou com o nome do Grêmio surgindo no alto da tabela.
O futebol recuperado não foi suficiente para nos dar a chance de disputar o título, apesar de termos time tão equilibrado quanto os três pretendentes. Não temos a garantia de que o quarto lugar nos levará à Libertadores, devido as mudanças no regulamento após a competição se iniciar.
Com certeza, porém, o Grêmio, sob o comando de Renato Gaúcho, voltou a ser o Grêmio de todos nós. Que sempre nos oferece o direito de sonhar mais. E sonharmos juntos.