Um acidente de carro e a intolerância política transformaram a notícia do primeiro capotamento no trecho sul do Rodoanel, na segunda-feira, em um embate sem eira nem beira. Ou com beira no absurdo, aqui no Blog.
A informação publicada em primeira mão, ontem, e a reclamação de Elaine Utiyke que se sentiu vítima das condições da estrada passaram a ser atacadas por leitores que entenderam haver conotação eleitoral no conteúdo divulgado. Houve quem suspeitasse até do número de vezes que o veículo rodou na pista.
Teria a motorista forjado o acidente para manchar o bom nome do Rodoanel ?
Imagens feitas pela repórter Cátia Toffoletto, divulgadas no site da CBN, e entrevistas publicadas em vários veículos de comunicação mostraram motoristas desorientados fazendo manobras perigosas, nestes primeiros dias.
Estariam eles a serviço de algum partido político, também ?
Claro que não, e talvez até tenham sido desatentos ou descuidados. Mas não se pode reduzir toda a discussão a preferências partidárias. É evidente que houve falhas de comunicação e há dúvidas em relação a segurança do trecho sul, apesar do esforço da Dersa em garantir que não há qualquer perigo na pista.
Isto é tão claro quanto o fato de que haverá redução no trânsito da Marginal Pinheiros e na avenida Bandeirantes, ao menos até o início da cobrança do pedágio, ano que vem. Ou até a frota de carros e caminhões alcançar novamente a capacidade máxima destas vias que estão dentro da cidade de São Paulo.
Qualquer argumento, porém, perde o sentido para quem pensa que o mundo gira em torno de PSDB e PT.
Se estes sintomas “eleitorais” se agravarem, em breve o Rodoanel será reservado aos tucanos, e a avenida Bandeirantes, aos petistas. Quanto aos demais, ficaremos em casa assistindo ao espetáculo que se desenrola no palanque.