Rua Augusta e a Moda

 

Carlos Magno Gibrail

 

 

São Paulo assistiu à plenitude da Rua Augusta nos preparativos para a festa de Natal de 1973. A Lage & Damman, agência dos premiados publicitários Ronie Lage e Hans Damman exibia uma de suas artes ao acarpetar o asfalto para a campanha natalina com a frase: “O nosso visitante é tão ilustre que acarpetamos a rua”. Enquanto saudavam Cristo, personalidades da época eram frequentadores assíduos. Roberto Carlos, Wilson Simonal, Ronie Cord, Wanderléa, Ronie Von e Hervé Cordovil, autor da música “Rua Augusta”.

 

Definitivamente era um shopping center ao ar livre, pelas lojas de marcas famosas de moda, pelos restaurantes e lanchonetes, pelos cinemas e, principalmente, pela gente que circulava. Sem falar no auge dos sábados à noite, na tradicional subida e descida dos carros à procura de companhia, que sempre era recompensada.

 

A Augusta tinha desbancado a Rua Barão de Itapetininga, ícone da moda nas décadas de 50 e parte de 60, que abrigou a Casa Anglo Brasileira, posteriormente Mappin; a Galeria Califórnia projetada por Niemayer, local onde circulavam os astros do cinema nacional como Helio Souto e Aurora Duarte, que gravavam nos estúdios da Vera Cruz; e uma série inigualável de tradicionais lojas de moda.

 

A migração das butiques multimarcas da Barão de Itapetininga para a Rua Augusta, talvez para se aproximar dos moradores dos jardins, ou para centrarem as ofertas de moda em local mais nobre, fortaleceu a imagem da região. Além das lojas, incluindo a Galeria Ouro Fino, tínhamos o Ca’d’Oro primeiro hotel de luxo da cidade, que hospedou reis e presidentes, inclusive com a frequência de Tom Jobim, apreciador de seu restaurante com o especial Bolito servido pelo competente Ático, e a mesa permanentemente reservada aos Ermírio de Moraes; o sorvete de pistache da Bologna; o cine Astor com as imensas poltronas; a lanchonete Longchamps com um choppinho recomendável; o Frevinho com o insuperável beirute; o Flamingo do sorvete com farofa; e o Yara dos chás da tarde. Além de alfaiates e camiseiros dos mais habilitados.

 

A força como centro comercial de moda e de diversão para a classe abastada da cidade era tanta que os lojistas da Augusta não se interessaram pelo pioneiro projeto de Alfredo Mathias, que em 1966 abrira o Shopping Center Iguatemi, o primeiro no Brasil. A tal ponto que de forma pouco sagaz anteviam o insucesso para o empreendimento de Mathias: “Como alguém poderá encontrar prazer em comprar em um caixote fechado?”.

 

Talvez por isto, mas também pela crescente implantação de locais de diversões noturnas de menos qualificação, principalmente na parte mais central, as ruas transversais como a Oscar Freire, a Lorena e a Haddock Lobo começaram a receber novas lojas de moda. Já dentro dos modernos sistemas de monomarcas. Surgiram também as primeiras grifes internacionais.

 

Ao iniciar a década de 80, com a valorização das lojas de marca única e o avanço das marcas internacionais, o Shopping Iguatemi foi roubando o status da Rua Augusta. A excelência em Moda ganhava um novo endereço. O Iguatemi passava a receber a atenção da classe A de São Paulo, do Brasil e de todo o mundo. Hoje, boa parte dos grandes nomes da Moda está presente no Iguatemi, que embora no topo, divide as honras com a Rua Oscar Freire, o Shopping Cidade Jardim, e já esteve em ferrenha disputa com a Daslu.

 

À Rua Augusta resta esperar uma recuperação que São Paulo com toda sua pujança econômica ainda não viu. A cidade consegue reavivar o Mercado Municipal, a estação Sorocabana, a estação da Luz, mas quando depende da ação geral descarta o antigo e parte para o novo.

 

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas, no Blog do Mílton Jung

 

Jardim Ângela não é curral

 

Por Devanir Amâncio

Maria do Agameno

Maria do Carmo, de 62 anos, e seu marido João Lorenço, de 70 anos, do Jardim Nakamura, região do Jardim Ângela, zona sul, sugerem que os vereadores, o prefeito e o subprefeito do M’Boi Mirim subam de joelhos a rua Agamenon Pereira da Silva, rua interditada e abandonada pela Prefeitura de São Paulo. Dona Maria disse que está cansada de papo furado e que os moradores, injuriados, promentem escorraçar os oportunistas na eleição do ano que vem.

Maria do Agamenon

“Sempre são os mesmos, tratam o bairro como curral. Tem um que é cara de pau, chega como um cachorrinho. Dia desses foi vaiado no barrancão, do outro lado. Ninguém no bairro quer esmola, bloco, camiseta, bola… Pagamos impostos… Queremos uma solução para o nosso problema. Moramos aqui desde 1971. Muita gente paga IPTU. Há 8 anos eu pagava 180 , agora 1.440 reais… alguma coisa está errada.”

Pé de Manga

 

Por Ulisses Andrade
Blog do Ulee

Pé de manga
Pé de manga onde nasceste?
Na rua das Palmeiras, mas é mangueira!
Por tanto tempo se escondeste
Plantada na calçada, sua parceira

Só hoje reparo em ti
Que solidão assistida
Vou chegar até ai
E te salvar desta vida

Vou te levar pra minha terra
Que tem palmeiras e sabiá
E de lá não se espera
Que tu não voltes a sonhar

Lá tem chuva, vento e brisa
Uma casinha apenas, que abriga
Um bom senhor de boa vida
Que trata de natureza agredida

Daí teus frutos voltarão a brotar
Tuas folhas ficarão verdejantes
Tua sombra irá nos contemplar
E meus olhos ficarão radiantes

Por dentro da moda: acessório masculino

 

Por Dora Estevam

Tão antenados como as mulheres, os homens não deixam nada a dever em termos de moda e tendência e, principalmente, quando se trata de moda de rua.

O street style masculino tem mostrado que eles não estão mais preocupados com o formalismo na hora de preencher uma vaga ou fechar contrato de trabalho.

Cool é o que se pode dizer dos homens de hoje. A preocupação em colocar uma bolsa grande, um guarda-chuva, um adereço na alça da mala, um tênis colorido, uma camisa social com detalhe no peito, tudo isso e muito mais são detalhes antes reservados às mulheres. Eles aprenderam e estão arrasando nas ruas de todo o mundo.

Seja dia ou noite a ordem é descontração e conforto. O colorido também se encaixa nesta nova temporada, tendência fortíssima para o inverno e já usada por eles.

Sem dúvida, a indústria da moda está mais voltada para este público que descobriu um novo estilo de se vestir.

Então, reinvente o seu estilo nesta temporada, e depois me conte qual o seu look favorito. Alguns dos visuais que eu amo estão nas fotos deste post. Ou aproveite a apresentação que preparei para você, a seguir:

 


Dora Estevam é jornalista e escreve sobre moda e estilo no Blog do Mílton Jung, aos sábados.

Córrego está engolindo rua, em São Miguel

 


Por Marcos Paulo Dias
Ouvinte-internauta e jornalista

Ao passar pela  Rua Ubirajara Pereira Madeira, na  Vila Rosária, São Miguel Paulista, zona Leste de SP, fui surpreendido por uma placa artesanal com a mensagem: “proibido passar caminhões – perigo não entre”. De imediato fui  “garimpar”, apurar os fatos, e encontrei o autor da sinalização pirata, Sr. Antonio Alves Soares,  72 anos, comerciante.   Da iniciativa, explicou: “a rua está desbarrancando, ficando  estreita, há muito lixo , ratos e alagamentos, esgosto,mal cheiro e moradores de rua também tomam banho  neste local, por isto resolvi tomar esta iniciativa”.

Córrego na RosáriaOutro morador,  Marcelo  Helano, no bairro há 15 anos, disse que percebe que com o passar dos anos a situação só vem piorando, o trânsito de caminhões como o de coleta de lixo, entregas de gás, entre outros, terá de ser interrompido devido ao desmoronamento da rua. Ele também pontuou que acontece com frequência descarte irregular de lixo e entulho de todo tipo de material como sofá, armários, pedras, areia, garrafas, roupas velhas, animais mortos durante a madrugada. “A falta de consciência e desrespeito dessa parcela da população contribui para a proliferação de insetos e até mudança do percuso do corrégo, assoreando as bordas”. Acabou tornado-se perigoso, pois é muito comum queda de animais como cavalos  e veículos afirmou o morador que mostrou-se indignado com a situação.

A  moradora Ednéia Santana aproveitou para lembrar que há uma creche municipal paralela ao Córrego e, mesmo assim, nenhuma providência foi tomada pelo Poder Público. informou ainda  que há alagamentos na avenida Rosária, próximo dali, por conta do corrégo e bueiros entupidos. Nesta avenida,  há grande movimentação de pedrestres, veículos e ponto de parada de ônibus. Disse que já  recebeu  visitas de candidatos em tempo de eleição, prometendo a limpeza e canalização do córrego e nada foi feito até agora.  “Somos Cidadãos e pagamos impostos ” desabafou a moradora.

No local observei que foram executadas obras apenas em um trecho mais a frente ou seja ainda falta canalizar a parte de cima, onde está a Rua Ubirajara Pereira Madeira. Moradores já fizeram abaixo-assinado e registraram protocolo (o último deles de número 9707 695 em 12 /01/ 2011) na subprefeitura da região. Eles também me mostraram uma pastinha com cartas, registros, documentos e fotografias –  inclusive de acidentes ocorridos recentemente.

Que saber o pior, na subprefeitura o córrego de nome de batismo Una consta como canalizado.

A cor que favorece seu dia

 

Por Dora Estevam

Pretinho básico from Milton Jung on Vimeo.

 
Nestas viradas de tempo tem dia que fica difícil escolher a roupa para sair de casa, principalmente para quem trabalha fora e tem que estar bem apresentada. E, definitivamente, não dá para repetir a roupa de ontem. Por mais que o “não ligo pra isso” prevaleça, o bom senso fala mais alto. E nesta entre safra também tem aqueles dias em que pela manhã faz frio, a tarde esquenta muito e a noite esfria de novo. Enfim, já estamos mais que acostumadas com isso, afinal estamos no último fim de semana do inverno.

Para não acontecer aqueles erros que só quem já cometeu sabe como é, tipo sair de casa com uma roupa e ficar o dia inteiro se sentindo mal, se olhando, tentando se achar; ou dar uma escapada na hora do almoço para comprar um sapato ou uma blusa nova, a ideia é sempre se lembrar do que é básico e que com certeza não vai te deixar na mão.
 
Que tal para começar a semana falarmos do pretinho arrojado. Com ele você já sabe que não tem erro. A produção estará garantida.
 
Agora, se você tem dificuldade em preparar look até mesmo com o preto, dê uma olhada nas fotos que separei e estão no início do texto. São imagens clicadas por fotógrafos de Londres, Paris, Nova York.

O interessante é que elas foram clicadas nas ruas, são imagens de pessoas que circulam pelas calçadas em dias normais e que estão entrando ou saindo de seus escritórios, não são fotos de desfiles.
 
Portanto, a ideia é despertar a sua criatividade e usar as suas roupas de uma maneira diferente das que você já usa. Sim, pois tem gente que entra na loja, compra um conjunto e para sempre será usado daquele jeito. A pessoa acaba perdendo a oportunidade de criar novos visuais com as mesmas peças.
 
E outra coisa, quando se fala em pretinho básico vem logo aquela imagem do vestido tubinho das passarelas. Aqui não é isso, aqui estou falando sobre moda de rua, a verdadeira versão de quem realmente faz o mercado da moda girar. E quando a gente para pra ver os truques, as ideias, as diferentes maneiras de compor um lenço, um cinto, uma camisa, é realmente incrível. A sensação visual é muito boa. 
 
O básico para um pode ser o preto, para outro o bege, o verde, o marrom, o azul, não importa a cor, o interessante é você saber que ter sempre a cor preferida por perto pode facilitar a vida em algumas horas do seu dia. E ainda te deixar de bom humor.

Hoje a cor escolhida foi o preto, depois falaremos do azul jeans, dos brancos, dos amarelos … Da cor que você preferir.

Fotos: Altamirany; stokholm, style.com,streetfsn.com;

Dora Estevam é jornalista e escreve de moda e estilo no Blog do Mílton Jung

Vereador não sabe quanto custa troca de nome de rua

 

adoteA Câmara de Vereadores de São Paulo não deve ter assuntos importantes para debater, pois se deu ao trabalho de derrubar o veto do prefeito Gilberto Kassab (DEM) ao projeto de lei que troca o nome da avenida Robert Kennedy por Atlântica. A ideia é do vereador Antônio Goulart que diz ser esta uma demanda dos moradores do entorno desta que é uma das mais conhecidas avenidas da zona sul de São Paulo.

Massao Uehara, do Adote um Vereador, descobriu que apesar de ter feito a proposta, o parlamentar não sabe qual o impacto econômico para o bolso do contribuinte.

A conversa com Antonio Goulart foi pelo Twitter. Começou com a pergunta sobre quanto a mudança no nome da avenida iria custar, no que o vereador respondeu:

@vereadorgoulart – “@massao de acordo com o levantamente feito pela minha assessoria R$ 16,50. E só precisa ser feito em caso de mudança da Escritura ou venda!”

Massao não se deu por contente:

@massao – “a PMSP vai gastar com novas placas, mudar documentos, mapas, etc, tudo isso gera custo. Existe estimativa? #AdoteUmVereador”

Foi, então, que Goulart admitiu:

@vereadorgoulart – “@massao Quanto a isso, ainda não fizemos o levantamento.”

O ‘adotador’ não consegue entender como um vereador propõe uma ideia e não se preocupa com o custo para o contribuinte.

Nem eu.

Foto-ouvinte: Arte no buraco

 

Buraco na Santo Antonio

Tem um buraco no caminho. Um buraco a atrapalhar pedestres e automóveis. Mas que diante da lente da câmera do colaborador do Blog do Mílton Jung Marcos Paulo Dias ganha cores diferentes. A bela imagem captada por ele na rua Santo Antonio, no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo, não é suficiente para nos fazer esquecer a falta de cuidado com a cidade.

Buracos da Cidade: Scrapbook

 

Bueiro da Sabes

Argentino e paulistano, Matias Vazquez cansou de apenas assistir aos buracos que surgem nas ruas de São Paulo. Decidiu montar um álbum de fotografias sobre o tema no Flickr e começou a coleção com os da rua João Moura com Atlântica, no Jardim Paulistano, em São Paulo, onde, recentemente, perdeu o para-choque do carro. Enquanto fotografava, conversou com um agente da CET que contou a ele que todo dia a subprefeitura de Pinheiros é informada da buraqueira e nada é feito. A situação teria piorado com a intervenção da Sabesp que após resolver um vazamento tapou o buraco com a cara do …. Sem ofensas.