Direto da Cidade do Cabo
Chegou veloz, convicto, certo de sua tarefa naquele momento. Maicon sabia qual era seu papel quando recebeu a confiança de Dunga para jogar na ala direita e a bola passada por Elano. Da mesma maneira, não teve dúvida de como chutar, de que lado da jabulani bater. E bateu de maneira que a bola mudasse de direção, escrevesse um roteiro diferente daquele programado pelo adversário.
Robinho havia tentado no primeiro tempo o mesmo através de seus dribles. No pouco espaço que havia no campo de ataque, onde estiveram 21 dos jogadores em boa parte do tempo, ele mostrou o que pode torná-lo um jogador diferente entre os “zés” e “manés” que representam suas seleções nesta Copa. Foi ele, por sinal, que encontrou Elano lá do lado direito, também, por trás da muralha montada pelos norte-coreanos, no segundo gol brasileiro.
Mesmo Kaká, limitado não pela qualidade, mas pelo físico, fez o que podia dado os problemas que enfrentou até agora. Chamou a marcação para ele, tentou se movimentar enquanto não estava com a bola nos pés, e ofereceu espaço para que os companheiros de equipe aparecessem.
Os lances na televisão não vão mostrá-lo na jogada, mas o sempre criticado, Felipe Melo, disse em campo porque recebeu a missão de ser uma dos volantes da seleção. Para que Maicon alcançasse sua glória pessoal – marcar gol em Copa é algo que fica gravado para o resto da vida -, precisou que Felipe desse início a jogada. Para Elano deixar sua marca, precisou que Felipe roubasse a bola lá trás, pegando os “armados” norte-coreanos de surpresa. Aliás, para que o Brasil levasse um gol, precisaram os coreanos que Felipe deixasse o gramado.
Goste ou não, assim é a seleção brasileira de Dunga, formada por jogadores que foram preparados para cumprir sua função, fiéis ao script desenhado pelo chefe durante todo o período de treinamento e sempre dispostos a oferecer um pouco mais do que o talento natural que receberam.
Comprometidos, sim. Abnegados, com certeza. E prontos para encarar todos os adversários que estiverem no caminho de seu compromisso maior: ser hexacampeão mundial. Podem até não alcançar esta marca, mas não tenha dúvida de que Dunga e companhia limitada vão derramar suar até o segundo final desta Copa.
E vão derramar lágrimas, também, como fez Maicon ao comemorar seu gol. Que seja sempre de alegria.
Bom dia Milton.
Muito choro por aí? Na TV vi jogador japonês chorar de emoção ao ouvir o hino coreano, jogador neozelandês tirar a camisa pra comemorar, italianos abraçados para cantar o hino da ‘zurra’, vibrei com o pessoal da seleção de Gana ao vê-los dançar como os garotos da Vila e a Alemanha imponente demarcar novamente seu território.
O resto é deboche de Maradona, ironia de Dunga e o nervosismo (compreensível) dos bafana bafana.
Olhei a tabela e fiz algumas contas com ‘coerência’ em homenagem ao Dunga: se o Brasil empata com Costa do Marfim e Portugal ganha de 2 x0 da C do Norte cairemos para 2o lugar pelo saldo de gols. Aí Costa do Marfim ganha da C do Norte por 3 x0 e nós empatamos por 0x0 com Portugal. C Marfim 1o., Portugal 20. e nós veremos o pessoal de bastidores da seleção canarinho desembarcar no Galeão. Sim, pois as estrelas da Branca de Neve ficarão pela Europa mesmo.
Vamos bater na madeira, né e esperar…
Abs
Ciça Lopes
Sem portanto tirar o mérito de alguns jogadores somente, êita seleçãozinha capenga heim!