De céu e sol aprisionados

 

Por Maria Lucia Solla

Ouça “De aprisionados” na voz e sonorizado pela autora

Senhor Prefeito,

é com o respeito de quem não tem a mínima ideia de como se administra uma cidade inteira, particularmente uma cidade como São Paulo, que venho tomar do seu tempo uns minutos para fazer uma pergunta que tem perturbado muita gente.

Preciso saber como é que o senhor faz para decidir se um prédio pode ser erguido numa região, ou se não pode. Toda edificação precisa da permissão dos administradores da cidade, certo? Seja ela uma padaria, banca de jornal, casa, edifício ou condomínio.

Pois bem, na verdade, quero saber quais são os critérios que determinam autorização ou rejeição ao pedido de construção. Essa é a minha pergunta, mas sinto que devo dar ao senhor ao menos um motivo pelo qual a estou fazendo.

Em 2001 escolhi o bairro onde moro desde então, e vou lhe dizer quais foram os meus critérios: a área tinha muito verde, poucos prédios, casas, três boas padarias e três acessos de entrada e de saída para outros bairros da cidade. Ando de carro, não uso o transporte público, portanto, era muito importante me certificar de que eu poderia me deslocar com relativa facilidade. Nessa época, ainda não tínhamos a ponte estaiada.

Dois anos depois, uma ciranda de prédios começou a cercar o meu, os outros, e as casas. Altos e truculentos. Famintos, engoliram famílias que também escolheram este bairro pelas vias dos critérios delas. Outros dois anos se passaram e os prédios continuaram a se multiplicar, feito praga, sem planejamento, uns se metendo na frente dos outros, sem o mínimo respeito, como fazem os humanos. Temos hoje, em vez de três, seis excelentes padarias, mas onde era possível sentar, no final de semana para um café da manhã relaxado, na companhia de um bom jornal ou de amigos, a gente enfrenta fila.

Mais quatro anos se passaram e hoje é quase impossível circular dentro do bairro. Tem fila para sair da garagem e entrar na outra fila nervosa que desde o nascer do sol serpenteia desordenada, regendo um coro desafinado de buzina. Olho em volta e o que vejo? Vejo muitos outros prédios em construção. Bate estaca daqui, bate estaca de lá; é a paisagem e a melodia que nos restam. Lembrando que esses prédios engolirão mais e mais famílias que vão trazer seus carros e esperam entrar e sair da região, como quem já está aqui.

Sei que esse desconforto não é privilégio deste bairro, mas se o senhor disser quais são os ditos critérios – que imagino envolvam o número de habitantes da região, as artérias que bombeiam gente que vai e que vem, capacidade de esgoto, transporte público, água, gás – a gente pode tentar se conformar, se for isso o que o senhor espera de nós. Se o senhor, mexendo na papelada, encontrar desmandos nas pastas, que tal acabar com eles e se transformar no nosso prefeito-herói?

Vou parando por aqui para não tomar o seu tempo. Há que administrar, eu sei. Agradeço por sua atenção ao meu relato e aguardo, ansiosa, pela resposta.

Atenciosamente,

Maria Lucia Solla

PS: Moro na Vila Andrade, também chamada de Panamby, Jardim Sul ou Morumbi.

Maria Lucia Solla é terapueta, professora de língua estrangeira, promove curso de comunicação e expressão e, aos domingos, escreve no Blog do Mílton Jung

Clique aqui e veja álbum sobre ocupação do bairro por prédios

36 comentários sobre “De céu e sol aprisionados

  1. Faltou perguntar quem mais contribuiu para a campanha do Prefeito.
    Como já sei que foram as construtoras e incorporadoras, há anos fundei junto a um punhado de vizinhos conscientes, a SMM Sociedade dos Moradores do Morumbi, para modestamente tentar preservar o bairro.
    Além disso procuro através deste BLOG, que tem tudo a ver com preservação e cidadania, colaborar da melhor maneira possivel.

  2. Oi Lú , bom dia , uma pergunta a mais para o Sr Prefeito de S.. Paulo : A cidade não tem Plano Diretor ? Pois se tem e me parece que sim , pois todas as grandes cidades devem ter ,
    é ele ( o plano ) que normatiza o indice construtivo das áreas municipais. Assim sendo o que precisa ser revisada ou fiscalizada é a execução do Plano.
    Pitaco de mulher de ex-prefeito , rsrsrsrsrsrs
    Bjs gaúchos , Maryur

  3. Bom dia Mike Lima
    Um certo dia o Milton Jung entrevistou o prefeito e aproveitei via e-mail para fazer-lhe uma pergunta.
    -Porquê tantos predios estão sendo construidos em são Paulo em qualquer lugar, cada vez mais altos e onde bem entendem?
    E a resposta do prefeito foi:
    -As pessoas estão casando e precisam de lugar para morar.
    E ficou só nisso.
    Simples né?
    A imagem acima retrata a vista de onde resido.
    Ate a pouco tempo era possivel da janela do meu quarto da lavanderia avistar o parque do ibirapuera
    Hoje……………..
    http://img218.imageshack.us/i/ph10064.jpg/
    E é exatamente neste local que quase a Escola Estadual Martin Francisco foi a abaixo na gestão da ex prefeita Marta para dar lugar a mais predios, semelhante ao que vem acontecendo no quarteirão do itaim bibi.
    Felizmente a justiça foiu feita e a agora historica e tradicional escola com a classica arquitetura inexistente nos dias de hoje continua em pé e lá ficará para o bem de todos.906207
    Dai é possivel deduzir que pode esxistir muito mais explicações que a infantil explicação dada pelo prefeito.
    A ganância é tamanha que até equipamentos publicos são postos em barganha para poderem construir predios a exemplo do que pretendem fazer no Itaim bibi, no quarteirão da cultura e da saude, na santa Efigenia, na Mooca, no Tatuapé, na Barra Funda.
    E que se danem os paulistanos, que percam as suas vistas, suas qualidades de vida, com o barulho, caos, transito, buzinaço, poluição de todo tipo, com os desmandos e a ganancia imobiliária.
    Pois quem manda na cidade é a prefeitura unida ao lobby formado pelas construtoras e incorporadoras, todos apoiados na absurda lei da outorga onerosa que permite que predios sejam construidos cada vez mais altos e enormes, onde antes era permitido somente a construção de pequenos predios até sete, des andares.
    Ou seja:
    A construtora pode construir seus predios cada vez mais altos, desde que paguem a prefeitura pela “ocupação do espaço aéreo”
    Eis mais uma barganha.
    Mais predios=mais unidades=mais IPTU, entre outros.
    Derruba-se uma casa onde residem em media quatro cinco pessoas e trez carros na garagem para construir um predio com vinte andares que alojara mais de 1000 pessoas, carros, etc.
    Essa é a matematica aplicada pela prefeitura de São Paulo
    Só que agora todos psuliatanos estão de olho nos desmandos e abusos cometidos pelas construtora, prefeitura, legisladores.
    Assim fiquei sabendo por um ex membro do SECOVI que a familia do prefeito possui também uma construtora e que o prefeito foi ou é membro do coselho do SECOVI.
    Não posso afirmar pois estaria prejulgando-o.
    Parabéns com louvor pelo artigo de hoje!
    Bom domingo

  4. Maria Lucia,

    Seu texto é apropriado também para o meu bairro, a Lapa. Há 25 anos, quando mudei pra cá, era possível marcar horário no médico, no dentista, na meditação, etc., e honrar o compromisso. Hoje, saindo com uma hora antes, podemos nos atrasar. Os assaltos ficaram comuns – carros, arrastões em prédios, bolsas, pedestres, nada escapa. Um caos! Isso sem falar nos serviços: até quando as estações de água e energia vão comportar tanta gente? É preciso que se reveja rapidamente as autorizações para construções.
    Agora mesmo vejo placas de um prédio, na rua Toneleros, numa descida, em curva, de pista única, com movimento forte de carros e ônibus, num lugar que é impossível estacionar dos dois lados da rua, e no descritivo de venda tem 4 vagas para visitantes – como pode? alguém foi ver o local antes de aprovar a planta?
    Estamos precisando endurecer, rapidamente!
    Obrigada por este momento, Maria Lucia e Milton Jung também!
    Beijo,
    Suiang

  5. De quem já mora em um prédio e está comprando em um outro.

    Quem já teve que negociar com uma construtora sabe que aquele pessoal é ruim de conversa. Eles fazem de tudo e alguém que não esteja contente pode até reclamar, pode reivindicar seus direitos, pode acioná-los na justiça e talvez em 15 ou 20 anos de uma batalha ainda mais cara, tenha alguma resposta. Isto se até lá a dita cuja ainda existir.
    Fiz um contrato que previa financiamento bancário logo em seguida ao habite-se da prefeitura caso contrario, a partir da expedição deste, eu pagaria x(dívida restante) + 12%ao ano, tabela price +IGPM. Só que a construtora do meu apartamento não me avisou quando o habite-se saiu e passou a cobrar, sem me dar chance de fazer meu financiamento. Ela agora sentou-se sobre a documentação que qualquer banco precisa para financiar e não me entrega, disse que o cartório tem prazo legal de 30 dias… tivessem então enviado aos notários esses benditos papéis, antes. Fechou-se em copas e por causa dos juros, tudo que paguei entre outubro do ano passado (data prevista para a entrega do imóvel) e este mês, está virando pó. Da dívida, que era x, já paguei +10 e hoje devo x+4, se não financiar, logo terei que pagar + 4 e ainda: Condomínio+ IPTU mesmo sem ter recebido nada.
    O condomínio será cobrado no dia 10 de cada mês a contar de Abril.
    Para todos estes descalabros, e mais as perguntas que você faz na nossa reflexão de hoje Malu, a resposta está no financiamento das campanhas eleitorais de quem administra e dos que fiscalizam esta administração. São políticos profissionais de cujos grupos revezam-se no poder ha mais de 8 e 20 anos que permitem isto.
    O meu caso, não é isolado e os problemas que você fez menção existem nesta cidade em todos os bairros por que todos eles já tiveram o seu boom imobiliário( nada além de especulação). A coisa toda é uma epidemia de desrespeito à Lei e só vai acabar quando alguma construtora tiver que meter a mão no bolso e pagar multa segundo seu faturamento, com valores iguais proporcionalmente pra elas ao que é R$ 5.000,00 pra quem vive do salário que ganha com seu próprio trabalho.
    Aí elas vão tremer antes de nos aprisionar num emaranhado de gaiolas apertadas e caras.
    Enquanto isto não acontecer, vale mesmo é a propaganda do empreendimento e do político. Respostas pra nossas perguntas… Silêncio ou mais propaganda.
    Boa semana Malu.

  6. Maryur,

    Teus pitacos são muitíssimo bem vindos. Já passei um bom tempo do teu lado, ouvindo você traduzir a política com termos que uma despolitizada como eu pudesse entender; e eu ficava encantada.

    Ainda fico!

    beijo,
    ml

  7. Alpha India,

    vamos pedir ao Mílton Jung para criar o Adote um Bairro.

    Assim o nosso olhar estaria focado. Aliás, que tal algumas pessoas adotarem um bairro só? Assim cada uma ficaria de olho na área com a qual tem mais afinidade. Situação do calçamento das ruas e das calçada, De construções, de trânsito… sei lá. Não é minha área e eu não adotaria o meu bairro, até por que gosto dele…

    Importante focar e ir até onde der para ir. Se não for assim, imagino que deva ficar um gosto de frustração atrás do outro, na boca do estômago. Sempre vendo tudo errado e sentindo que não há nada que se possa fazer, ano após ano, não dá. Haja vida!

    beijo,
    ml

  8. Suiang,

    esta sala é tua. Teu olhar é muito bem vindo.

    Tá difícil, sim. Em toda parte.
    Estamos todos nos dirigindo rapidamente para a beira do precipício e, os da frente, os primeiros é que dessa vez serão os primeiros a serem atirados lá de cima, pela turba.

    O que me deixa sem muita esperança é que – essa não é a minha área – o povo se queixa, se queixa, passa a maior parte da vida se queixando de uma coisa que não muda se não for através de organizações sérias e preparadas par resolver um pepino de cada vez, com disciplina e determinação.

    Não sei se as pessoas estão tão viciadas na queixa que nem percebem isso, ou o quê, mas o fato é que nunca ouço uma Associação vir a público e contar que venceu uma batalha e dizer como fez isso, pra divulgar a receita.

    Vou ficar um pouco mais ligada. Vai ver sou só eu que não ouço isso.

    beijo,
    ml

  9. sérgio,

    horrível ouvir que essas coisas acontecem, mas ainda acredito que o inferno não é empresa de um diabo só.

    Quanto aos políticos-profissionais, a situação não mudará enquanto não forem profissionais, e enquanto não terminarem os partidos para que haja apenas uma direção.

    Nunca vi um barco chegar ao destino quando cada grupo de remadores rema numa direção diferente.

    A gente é que deveria contratar e pagar para o melhor profissional da área, preparado, informado, independente, com a ficha limpa, como se pede de todo bom profissional em qualquer empresa. Eles se colocariam disponíveis e interessados e a gente examinaria seus currículos. Como se faz quando a empresa busca bons profissionais, certo?
    Aí a gente escolheria um e faria uma experiência de três meses.

    Hoje é o candidato que compra o cargo, com dinheiro alheio, pelo que se nota. Nenhuma empresa teria, no seu plantel, um cara desses, a não ser que quisesse ir à falência.

    Tá errado na base. É igual maionese: quando desandou, é melhor jogar fora e fazer outra.

    beijo,
    ml

  10. Mike Lima
    Tomar conta e vigiar a nossa cidade até que fazemos.
    Prova é o que lemos aqui no blog com frequencia.
    Sobre desmandos em geral principalmente por parte da prefeitura de são paulo que conseguiu acabar com são paulo.
    Depois que liberou geral a construção de predios cada vez mais altos em qualquer lugar
    Isso quer dizer que plano diretor não existe mais.

    Peço licensa para postar um comentario que uma pessoa, Sr Renato fez no meu blog

    O próximo passo do Sr. Kassab será, naturalmente, lotear o Parque do Ibirapuera para construir escolas.
    Moro no Itaim Bibi há 27 anos, mas escrevo esta carta como paulistano indignado.
    A “solução” de vender terrenos e aparelhos públicos da Prefeitura para tentar cumprir pequena parte de mais uma promessa de campanha de Kassab é revoltante.
    Após passar carnaval em Paris, Kassab se fantasia de pedinte e diz não ter dinheiro, além de alegar que a prefeitura é muito burocrática (sic!).
    Ora, o sr. Kassab tem a coragem (ou seria cara-de-pau?) de atrelar a construção de creches à venda de importantes aparelhos públicos, como se uma coisa estivesse diretamente ligada à outra!
    Me parece incrível crer que a cidade de São Paulo, com sua altíssima arrecadação, incusive após aumento extorsivo de IPTUs, não teria dinheiro para tais obras, tendo que adotar a revoltante postura do cobertor curto, que é destruir aparelhos públicos para… Construir aparelhos públicos! Que tipo de lógica é essa?
    A prefeitura não pode agir ao sabor da especulação imobiliária. Qualquer urbanista sabe disso, e sabe que estes espaços são, inclusive, importantes tanto para os moradores do bairro como para quem trabalha lá e pode matricular filhos por perto, ou utilizar os serviços do posto de saúde ou biblioteca, por exemplo.
    Além disso, é impossível ignorar que o quarteirão onde estão estes aparelhos, no Itaim, representa o último respiro dentro do bairro, onde temos casas e muitas árvores preservadas, ao contrário dos demais quarteirões, tomados por empreendimentos gigantescos. O Bairro está super-saturado, tornando o Itaim verdadeiro inferno para quem mora ou trabalha aqui.
    Quem quiser saber mais e ajudar, pode participar em http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7756 .
    E aproveito para dar um conselho ao nosso decepcionante prefeito: Não se preocupe tanto com a falta de partido, a falta de votos é, para o senhor, um perigo muito maior.
    Espero poder contar com o importante apoio do Estadão à mais esta causa importante.

    O prefeito, construtoras e a maioria dos vereadores são os donos da cidade.
    Não adianta reclamar, fazê-los parar com os demandos e abusos.
    Parece que estamos órfãos de pai e mãe.
    Só podemos contar com o Ministerio Publico mesmo.
    Os anjos da guarda do paulistano.

  11. Maria Lucia, faço tbém a minha pergunta para o prefeito: Vila Maria é um bairro até então residencial, gostoso de morar, um bairro com ruas tranquilas e um ar um pouco respirável. Mas isso era na época do então saudoso Jânio Quadros que proibiu que carretas enormes e caminhões estacionassem nas ruas do bairro. Transportadoras eram proibidas no bairro e região. Para tal atividade foi construída o Terminal de Cargas Fernão Dias nas imediações da Vila Sabrina e próximo a Rodovia Fernão Dias. Era uma paz e sossego na Vila Maria. Bastou o ex-prefeito Jânio Quadros deixar o cargo e outros vieram que hj Vila Maria está lotada de Transportadoras, carretas enormes trafegando entre as ruas residenciais, carretas enormes estacionadas em areas residenciais, e com o excesso de camihões está impossivel respirar um ar limpo ou mais ou menos limpo no bairro. Respiramos fumaça preta mesmo. Fico me perguntando, como um orgão da Prefeitura permite que uma pessoa alugue um galpão onde cabem dois caminhões no meio de tantas casas residenciais e transforma o galpão em transportadora? Resultado: Como cabem 2 caminhões dentro do galpão pelo menos 7 caminhões estacionam nas ruas esperando vaga para entrar no galpão. As vezes o embarque e desembarque ocorre na rua mesmo. E não adianta reclamar para a policia ou CET que os caminhões estão atrapalhando a entrada e saida de veículos das casas residenciais. O caminhão fica com o motor ligado porque senão o motor esfria ai a fumaça preta entra dentro da casa do morador e o barulho é de deixar qualquer um que paga imposto em dia louco. Conheço morador que tem 15 protocolos da CET e nada acontece. A policia diz que tem coisas mais interessantes naquele momento e não pode mandar uma viatura para autuar os caminhões. Prefeito, Vila Maria tem uma transportadora quase em todas as ruas do bairro. Quase todo dia, uma carreta tripla com mais de 30 metros fica entalado numa rua porque não consegue fazer a curva numa rua estreita. Kassab, por quê Vila Maria tem tantas transportadoras? Onde estão os fiscais? Onde estão a CET? Onde estão o povo que cuida do meio ambiente? Minha amiga desempregada alugou um galpão pequeno para vender doce, refrigerantes e sorvete, vcs acreditam que apareceram tantos fiscais da Prefeitura exigindo mil coisas que minha amiga foi abrigado a desistir. Agora, uma Transportadora pode? Caminhões enormes na rua pode? Que saudades do Jânio Quadros. Esse era prefeito bom. Kassab é aprendiz de prefeito.

  12. A lapa também está ficando um inferno. aquele bairro tranquilo nao existe mais….
    hoje conto uns 09 predios sendo construidos… seremos a nova moema ???? pena nao haver planejamento e preocupação das reginoais ……

  13. Maria Lúcia

    O problema é que São Paulo só têm um partido político: o PCT, Partido do Cimento e do Tijolo. A cidade não se planeja, o setor imobiliário enche as burras de dinheiro, cria-se o caos, todos os cidadãos pagam por obras para minorar a falta de planejamento. Porque será que o setor imobiliário é um dos que mais contribuem para as campanhas eleitorais de vereadores?

    Bota mais um local a na conta. O cruzamento entre Av. Interlagos com Yervant Kissajikian já é famoso pelo nó viário. As vezes demora-se 15 minutos para se andar 500 metros. Pois bem ali estão construindo mais de uma dezena de torres. É só fazer uma conta simples ver no que vai dar: 14 andares, x 2 aptos x 10 torres x 1,3 carros = 364 carros e engarrafamento.

    Depois de todos os prédios ocupados, ai sim a prefeitura vai remediar o estrago.

  14. Sra. Maria Lucia, pois é, nós cidadãos(âs) comuns temos muito mais consciencia do que seja Cidade Boa para viver do que noss administradores de cidades, tb chamados de prefeitos. No dicionário de “Brasileires” urbanismo e planejamento não tem definição, como podemos achar em dicionários de outras linguas. Aqui tudo se constroi e tudo se destroi sem mais nem menos.
    Toda a “mancha urbana” da Grande São Paulo está afetada pela especulação imobiliária, que alguns insistem em dizer que é desenvolvimento urbano.
    Também perguntaria aos Prefeitos na Grande SP: há capacidade de esgoto para todas estas residencias nas ruas? Existem escolas, farmacias, padarias, pronto-socorro, etc. proximas a esses conglomerados e prédios?
    A falta minima de infraestrutura para dar suporte à vida, provoca o deslocamento, via automovel, de pessoas para todo lado, o que complicada em muito o transito nas vias publicas.
    No ABC, o problema é o mesmo. Há 15 anos não havia congestionamento local. E não adianta a mídia, sem consciencia, dizer que é por causa da produção de mais veiculos. Se muitas pessoas não precisassem pegar o carro até para ir a padaria ou até a creche, devido a falta de planejamento, nossos problemas seiam menores.
    São Caetano por exemplo está perdendo em qualidade de vida. Há 10 anos existiam prédios somente em metade da pequena área da cidade. Agora há construção por todo lado, sem infraestrutura para o dia-a-dia, a menos de 500m destes locais. E aí, aparece o vilão do transito urbano.
    Quando nossas cidades vão ter realmente revisão urbana e planejamento??

  15. Cansei de ouvir politicos afirmarem que é “praticamente impossível” barrar o crescimento vertiginoso nas grandes cidades.
    Por exemplo são paulo
    A bagunça, falta de planejamento, de consciência politica e interesses pelo cidadão paulistano iniciou ainda no final da década de cinquenta.
    Quando as ontadoras de veiculos foram sendo implantadas na grande são paulo e ai o inferno começou.
    Uma coisa puxa outra
    Mais industrais, mais pessoas, mais lares sendo formados, mais construções, mais avenidas, mais ruas, bairros, vilas, favelas, mais automoveis, aai veio com tudo a eespeculação e ganancia imobiliária e politica o que resultou no caos que a grande São Paulo vive nos dias de hoje.
    Porém inteligentemente, eficientemente, honestamente, uma cidade Brasileira, Curitiba e seus politicos realmente competentes, juntamente ao lado de tecnicos também inteligentes e competentes, foi totalmente ao contrario de são Paulo Rio de Janeiro, Belo Horizinte e agora a também caótica Florianopolis que também esta sendo invadida e totalmente devastada por predios apiadas pelo prefeito.
    http://www.cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?cl=099105100097100101098114&arecod=6&newcod=581
    Acho que agora é tarde para pelo menos tentar reverter um pouco o caos e a tremenda falta de qualidade de vida na grande são paulo.
    diante de tantos e tantos desmandos, abusos cometidos por politicos insensatos, gananciosos, & cia ltda.
    O que poderia ser feito, freiar a construçãod e novos predios onde antes eram locais prazeirosos, saudaveis.
    Pois todos sabem que um predio construido acaba litaralemente com um quarteirão inteiro, um bairro, inteiro uma cidade inteira.
    Refiro-me a estes monstros com mais de 15 andares que estao sendo liberados indiscriminadamente pela prefeitura.
    Com apoio da lei da outorga onerosa e em uma cidade onde plano diretor só existe para beneficiar construtoras, incoprporadoras, montadoras de veiculos, bancos, multinacionais

  16. Sérgio da Silva,

    vamos percebendo que consciência do problema existe, sim. O que é bom.

    Acontece que temos que sair desse samba-de-uma-nota-só e procurarmos a solução, senão ficamos só alimentando o problema. Certo?

    Vamos esperar que o Senhor Prefeito responda a minha pergunta, e se isso acontecer, ver o que é possível fazer.

    Reverter não dá; quem sabe dá para estancar a hemorragia da cidade e salvá-la?

    Obrigada por tua participação.
    beijo,
    ml

  17. Fernando,

    dá medo, né?

    A gente está vendo o que está acontecendo e sente que não pode fazer nada.

    Mas, o negócio é ir pelo caminho certo.
    O caminho da queixa não tem levado a nada; só nos vicia na queixa e as pessoas nem conversam mais sobre os seus sonhos; passam o tempo reclamando de tudo.
    Baita doença perigosa!

    Vamos aguardar a resposta do Senhor Prefeito.
    Você acha que ele responde?

    Pbrigada por tua participação.

    beijo,
    ml

  18. Christian,

    quando meu pai de mudou para a City Lapa, saindo da Vila Madalena, ficamos todos encantados com o bairro. Planejado, bem pensado, arborizado. Cuidados assim, no Brasil? Bem, era um empreendimento da Light inglesa.

    O bairro continua lá, arborizado, lindo!

    Tomamos o uísque que vem de lá, nos antenamos na moda,masoque é bom mesmo, aquele bom básico que dá chão pra gente tomar o uísque e vestir a moda, esse fica faltando.

    Minha sogra chama isso, de “casaco de veludo e bunda de fora.

    Você tem alguma ideia do que é possível fazer?

    beijo,
    ml

  19. Maria, sou seu vizinho e conheço bem aquilo, mas lamento dizer que esse processo é de toda cidade de SP e de muitas cidades no Brasil. Quem manda são as construtoras e a politicagem envolvida nisso tudo.
    O modal de transporte, falta de planejamento, os grandes deslocamentos e etc vão deteriorar mais ainda a nossa vida. Político não ouve nosso clamor, quem manda é a grana e poder. É só olhar o bairro que está nascendo no Jardim Sul (previsão de chegada de mais de 75.000 pessoas) por onde sairão essas pobres almas…? Por 2 ruas estreitas já saturadas e agora vítimas de arrastões às 09:00?!
    Quem puder sair daqui, saia, quem não puder vai testemunhar um esvaziamento de SP, que talvez demore umas décadas, mas ocorrerá! Antes disso, chegaremos ainda mais próximos do limite.

    Sorte!

  20. Maria Lucia, parabéns pela sua iniciativa. Me senti escrevendo a sua carta. Moro na Super Quadra Morumbi, a mais de 40 anos, cercada de chácaras e o Pontal do Morumbi. Após a saida do Collor começou esse absurdo. Voces falaram em adotar um bairro, eu adotei o meu, e não está sendo fácil. A minha valvula de escape é o nosso blog, “amasumosqm.blogspot.com”. Sou solidária ao pessoal do Itaim Bibi, onde morei durante 21 anos e passei minha infancia na biblioteca Anne Frank.

  21. Olá, Rafael, vizinho,

    Todos os dias, quando acordo, abro a janela e vejo uma vista diferente.

    Os prédios ali, do outro lado da Giovanni, oposto ao Shopping, crescem como cogumelos.

    Na minha humilde opinião, não cabe mais ninguém aqui. Agora, mais 75.000 seres humanos? como diria a minha amiga Neyd, “sem chance”!

    Eu já estou procurando a minha saída, mas gostaria tanto de poder fazer alguma coisa.

    Nós precisamos das construtoras. Como eu digo: o inferno não é empresa de um diabo só. Não são elas o problema, e todos sabemos disso

    Precisamos de arquitetos vivos em todos os seus corpos, que projetem bairros e mais bairros e que haja muita, mas muita construção e muito progresso, e muito sucesso, por que tem lugar pra tudo isso. Com consciência.

    Obrigado por ter passado por aqui.

    beijo,
    ml

  22. Vera Lúcia,

    fui lá ver o teu blog e já coloquei um link pra ele, no meu.

    Você conhece o Cláudio e a Karen Vieira? Ele é teu vizinho e adotou um vereador. Ele é super atuante, atento, e já conhece alguns bons caminhos.

    Seria interessante vocês conversarem.

    Obrigada por tua participação e volte sempre.

    beijo,
    ml

  23. Boa noite Milton e aos colegas do blog,

    Pessoal! vcs acham que um prefeito/governador que não cumpre a lei de zoeamento, atraves de liberação das obras que são construidas na cidade/estado e eles liberam, um prefeito que esta loteando toda cidade, inclusive as áreas verdes, o que devemos esperar de uns politicos desses? Se eles não dão jeito na educação, na segurança e na saude que são situações possiveis, basta vontade politica e competencia, imaginam no resto.
    Esses dois partidos ( DEM/PSDB ), já assassinaram todas as esperanças que essa cidade/estado podiam ter no diz respeito a organização, bem estar, cidade modelo, um otimo idh devido a sua riqueza e cidadania.
    A unica coisa que eles fizeram, foi segregar violentamente a população. Por que ocorre tonto choques sociais entre a periferia e o centro? quem morrem mais são jovens da periferia ou do centro? Pelo andar da carruagem, logo logo, vamos ter uma guerra civil. Que dizer ela já existe, só os governantes que não acreditam.
    Então meus caros se nas proximas eleições nós não tiramos esses despotas do poder, a situação vai ficar pior.

    Abr,

    js.

  24. José Sinval,

    obrigada por ter parado aqui na nossa sala.

    É isso. Votar corretamente – o que tem sido quase impossível por falta de opção – e educar as nossas crianças.
    O pior é que a gente acha que está educando, falando, falando, falando, mas os exemplos que elas veem, a vida toda, vai na contramão das palavras.

    Boa sorte pra nós todos, porque a sorte já está lançada.

    beijo,
    ml

  25. Suely,

    lascados, trincados, injuriados, mas firmes e fortes.

    Eu adoro o novo mote popular: tamu juntu. Diz tudo. É só assim que se chega a algum lugar. ‘"É impossível viver sozinho", diz o poeta.

    Obrigada pela companhia.

    beijo,
    ml

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