Por Milton Ferretti Jung
O trânsito é um tema que se tornou recorrente nos meus textos. Quem me acompanha nas quintas-feiras, mesmo não sendo leitor assíduo, deve ter-se dado conta da minha preocupação com a matéria. Aqui no Rio Grande do Sul, de onde escrevo, as autoridades às quais cabe a difícil missão de cuidar do comportamento de motoristas, motociclistas e ciclistas, em especial nos feriados prolongados, pródigos em acidentes, muitos deles trágicos, costuma agir com mais rigor do que em épocas normais para coibir abusos, principalmente os dois piores, isto é, a velocidade excessiva e a embriaguês. Imagino que tal procedimento seja idêntico nas principais rodovias do país.
No feriado de Páscoa, deixaram Porto Alegre cerca de 180 mil veículos, em migração que começou na última quinta-feira. Envolveram-se na Operação Viagem Segura, Brigada Militar (é como chamamos a Polícia Militar), Comando Rodoviário da BM, Polícia Rodoviária Federal, além da Polícia Civil e, claro, da Empresa Pública de Transporte e Circulação. Mesmo com todo esse controle, verificaram-se 1.071 acidentes nas estradas gaúchas. Morreram nesses 15 pessoas e 548 resultaram feridas. Pelas contas do DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), o número de acidentes, em comparação com os feriados anteriores, teve redução de 46 por cento, sinal de que o trabalho das autoridades foi bem feito e seria completamente louvável se, no retorno a Porto Alegre, os motoristas não fossem surpreendidos com aquilo que considero o tipo de “cuidado” desnecessário.
Ao chegarem à capital do Rio Grande do Sul, depararam-se, para desespero geral, com blitze policiais nas duas principais entradas da cidade. O resultado delas, como não poderia deixar de ser, foi um congestionamento fantástico, algo que aí em São Paulo é habitual, mas ainda causa revolta aqui. Eu gostaria de saber que cabeças decidiram realizar blitze na chegada de um feriadão. Alessandro Barcellos, Diretor-Presidente do DETRAN, entende que todo o processo de fiscalização pode trazer algum tipo de inconveniência. Põe inconveniência no que ocorreu nesse domingo. Barcellos tranquiliza, porém, os motoristas que se não houver avaliação positiva do episódio – creio que não haverá – não há razão para que tal tipo de blitze volte a interferir no trânsito.
Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)
Seguramente uma decisão como essa não vem de um parecer técnico Milton. Sinto que não falta muito para as nossas autoridades de transito chegarem a conclusão que alguns motoristas já chegaram: O transito precisa ser melhor pensado. Acredito que universidades como a USP tem uma contribuição muito grande a dar. Resta saber quando serão procuradas.
Um abraço Milton.
Enquanto não procuram quem poderia,pelo menos,sugerir soluções seria interessante que os responsáveis pelo trânsito,em Porto Alegre,não aumentassem a bagunça com suas blitze nas horas e lugares errados. Um abraço,Sérgio!