Por Carlos Magno Gibrail

Se uma das consequências das recentes movimentações de rua for a priorização da educação, como está se configurando, podemos comemorar desde já. A alocação dos recursos escassos, função precípua do governo, tem que ser feita de forma a otimizá-la. Priorizando a educação estaremos melhorando as condições para operar os demais serviços, como saúde, segurança, saneamento básico, habitação, etc. A ampliação do ensino de forma quantitativa e principalmente de forma qualitativa, com professores mais habilitados e com materiais adequados e atualizados, fará com que a população, mais preparada, passe a entender melhor o contexto brasileiro.
O caminho da educação é o único para tirar a política do ciclo vicioso atual para um ciclo virtuoso em que a população instruída estará blindada a manipulações. Prova desta hipótese podemos tirar das pesquisas de opinião, que demonstram diferença de avaliação entre os diversos graus de escolaridade. Pesquisa Datafolha, divulgada sábado, ao informar que a aprovação da COPA caiu de 79% para 65% registrou que 26% não aprovam, mas entre os de maior escolaridade este número é de 36%. Esta queda fica explicada ao verificar que 59% das pessoas pesquisadas não concordam com o dinheiro subsidiado emprestado para a construção dos estádios. Como sabemos em 2008 a promessa era de uma Copa com recursos privados, sem dinheiro público. O Datafolha fez perguntas também sobre a Olimpíada e obteve resposta negativa por 25% dos entrevistados. Entretanto, considerando apenas os de nível superior, os que são contra corresponde a 32%.
Curioso é que as manifestações que ora preconizam providenciais mudanças, embora originadas pelo passe livre, provavelmente evoluíram pela evidencia da Copa das Confederações. E surge daí um subproduto da COPA 14, digno de ser reverenciado, principalmente pelos mais escolarizados.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.
Priorizar a educação???
Como?
A farra das “matadas” de aula no ensino público vão terminar? (patrocinadas pelos professores)
As “famosas” licenças concedidas aos professores vão terminar?
Como fica o plano de carreira?
Como fica a aferição do conteúdo intelectual do professor?
Pior:
Boa parte dos pais acham que a escola é uma extensão de suas casas, logo o professor é que precisa ensinar boas maneiras e educação básica para o aluno.
Pergunta: Vai continuar essa mentalidade ou vai se conscientizar o pai/mãe de que a responsabilidade é deles?
Na realidade não vejo muita diferença nesse “investimento” pois esse valor servirá para dar um “cala boca” nas reclamações de que professor ganha pouco e no mais vai ficar 5% melhor somente.
*e outra: olhem o pátio de estacionamento das escolas públicas e verão somente carro zero e muitos não são 1000 cilindradas não…
Tem alguma coisa errada nessa história…
A baixa escolaridade do país realmente é consequência do baixo senso crítico da população. Priorizar o ensino, sempre foi a promessa do político.
Num país desequilibrado socialmente como o nosso, tem relevância o poder judiciário, pois a criminalidade é alta. Essa relevância faz com que o jovem procure qualquer função pública nesse poder pois seus salários são mais que o dobro,na função mais simples, comparada com a de um professor de escola básica pública.
Que estímulo há para o jovem se formar?
Além do péssimo salário, que o impede de constituir família, há a falta de estrutura física das escolas e a falta de proteção com que o professor fica em sala de aula: sem qualquer autoridade, pois qualquer repreensão é proibida. Sua função não é respeitada.
Não precisamos chegar a uma Finlândia, onde a profissão mais procurada é a de professor. Mais que a de médico. Não pelo salário, mas sim pelo respeito a função.
Aqui, só acredito quando o filho do político quiser ser professor nessas escolas. Como acontecer isso? Que se façam as mudanças necessárias.
A música que se ouve hoje, é o reflexo da sociedade que temos.
Onde estão as referências que haviam? Nosso país perdeu isso também.
Que venham as mudanças e que o professor possa ao menos equiparar seus vencimentos ao do “carteiro do fórum”(oficial de justiça). Oficial de justiça: nome pomposo para função tão básica. Importante aqui, Brasil, repito, pelo desequilíbrio social.
Ezequiel, é exatamente por estas discrepâncias que temos necessidade de grandes investimentos na educação. De verbas, de atenção e de atualização.
Um primeiro passo é valorizar a profissão de professor e de outro lados, exigir dos alunos estudo e dedicação..
Ontem , em primeira instância foi aprovada verba de 75% dos royalties do petróleo para a educação.
João Alencar Andrade, é por isso que precisamos de instrução, pois há necessidade de gente que perceba quando o político fala em priorizar a educação ele está querendo dizer que fará o contrário.
A sua colocação é perfeita.
Para mudar é preciso haver movimentação popular e, felizmente tudo indica que os resultados começam a vir.
É bem verdade, que parece inacreditável que neste burburinho há político que usa avião público para passeio particular.
Temos esperança.