Por Carlos Magno Gibrail

Ontem, o Estatuto do Idoso completou 10 anos. Um avanço, de lei e de execução, embora ainda falte muito para que tenhamos efetivamente um tratamento ideal aos idosos. Nem mesmo o principal protagonista, o deputado Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto de lei que originou o Estatuto do Idoso, pelo que observamos através da mídia, deixa de identificar um longo caminho à plenitude do trato ideal aos idosos. Há acertos a fazer na lei, na operação e na cultura geral.
A lei precisa atualizar a matemática demográfica, pois 60 anos é prematuro para conceituar idoso no mundo de hoje. Talvez 70 anos seja a melhor definição genérica. Pois específica nem tanto, se olharmos alguns espécimes como a turma do Rock’n’Roll, de Paul McCartney e Mick Jagger, ou os compositores e cantores brasileiros Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Roberto Carlos, todos na faixa dos 70.
Essa contextualização do Estatuto é fundamental para o equilíbrio do sistema. Tanto no aspecto de ressência quanto no atuarial, pois contribuiria para diminuir o déficit do sistema previdenciário. Ao mesmo tempo é preciso uma blindagem permanente à demagogia, tão comum em época de eleições. Agora mesmo está no Congresso um projeto para reduzir o período de aposentadoria de trabalhadores da construção civil, de frentistas, de garçons e de cozinheiros para 25 anos.
Ao mesmo tempo em que alguns itens do Estatuto são cumpridos, como nas áreas sociais, culturais e de medicação, ainda encontramos enormes necessidades não atendidas. Os planos de saúde não respeitam o Estatuto e aviltam os custos ao condicioná-los exclusivamente ao universo do idoso sem compensar com as demais faixas etárias. A burocracia estatal é gigantesca e alguns setores ainda não dão a prioridade necessária. Tributar a aposentadoria é algo inexplicável, bem como reduzir os reajustes da pensão, punindo severamente os longevos. Enquanto crescem as necessidades, decrescem as pensões. Nem mesmo a restituição do imposto de renda prioriza os idosos, embora a fala oficial a proclame.
O idoso não quer caridade, quer humanidade. Dando condições ativas poderá contribuir com a experiência que contará sempre positivamente.
Que tal começarmos pela mudança do símbolo? 60 anos com bengala?
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.
A imagem acima faz parte de campanha “A Nova Cara da 3ª Idade” da agência Garage com apoio da ItsNOON, Catarse, Enox e Update or Die
Carlos
Vale lembrar que:
Nossos governantes, politicos, judiciário retrógrado, estático, inerte, corporativista, estão mais preocupados em proteger sobre todos aspectos os “dimenores” bandidos, meliantes, marginais e não com idosos
Dimenor pode tudo!
Roubar, matar, sequestrar, se drogar, traficar, estuprar, surrar professor, pai, mãe, etc.
Podem cometer os mais terríveis, bárbaros crimes e nada lhes acontece!
Idoso aos 60 anos nos dias de hoje e de bengalinha?
Com os avanços da medicina, na tecnologia, idosos jogando seu tenis”, praticando corrida, velejando, jogando futebol, muitos trabalhando com informática, coisa que ná decada de oitenta, noventa somente jovens “sabiam lidar” com pcs.
Existe sim ainda muita inversão de valores e até certo ponto varios tipos de discriminação para com “idoso” mesmo aquele que ainda esta na faixa dos cinquenta anos.
Falta também vontade politica
Que respeito existe por parte do governo se a cada dia o INSS vai derrubando os valores de aposentadoria, saude publica, atendimento juridico, profissional, moral ao idoso?
Não adianta somente permitir que o “idoso” nao pegue filas, não pague condução, tenha a vantagem em alguns aspectos somente.
Muito deve ser ainda estudado e realizado.
Abraços
Armando Italo
É isso mesmo, Armando Italo, Ressaltaria dentre os problemas o financeiro. A perversa engrenagem de diminuir a aposentadoria aplicando reajustes menores é inaceitável. Sem falar na taxação da aposentadoria. Risível pela lógica se não fosse perversa a pessoas que já contribuíram.
🙂
E vero…
porém tbm é vero que existem idosos criminosos, idosos mal educados,…
e vero que existam vários com as mesmas ou até melhores condições de vida dos artistas citados,…
porém e vero que tal % na população Mundial, com certeza acredito eu que seja algo +- 10%, talvez um pouco +, talvez um pouco -…
a verdade é que muitos idosos, sejam estes com 60 anos ou + estão sobrevivendo e não vivendo…
é vero que muitas coisas tem que melhorar…
melhorar para o Povo e não para o “Estado” e suas instituições…
salários de valores que não condizem com a situação / vida do Povo Brasileiro…
enfim, é isso ai…
“Todas boas dízimas já foram ditas, só falta por tais em prática”
🙂
ass: Douglas Silvino – Cidadão Brasileiro
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Douglas, muito interessante a observação de que hoje se sabe de tudo que precisa ser feito para uma vida melhor para os idosos.
A questão é saber se todos farão ou esperarão ficar idosos para fazê-lo. Aí quem irá fazer para eles ?