Poluição sonora. Conscientização Já!

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

A concentração urbana intensificada tem tornado as áreas de silêncio na cidade de São Paulo como algo raro. Artigo de luxo. O que, convenhamos, é um absurdo. Entretanto, graças a movimentos contemporâneos a cidade deverá contar com novidades nesta área. Mílton Jung entrevistou na segunda feira o presidente da Comissão de Política Urbana da Câmara, Andrea Matarazzo, que anunciou a instalação da I Conferência Municipal sobre Ruído e Perturbação Sonora. Há muito por fazer (ouça a entrevista ao fim deste texto). É essencial a conceituação, a atualização da legislação, a estratégia de planejamento e controle. Além do Mapeamento Sonoro, como já existe em Almada, Valência e Fortaleza.

 

A comemoração hoje, do Dia Internacional da Conscientização do Ruído, dá uma forte conotação simbólica ao tema. E há urgência, pois os 50 decibéis recomendados pela OMS Organização Mundial da Saúde não são encontrados nem nas áreas mais silenciosas. O Psiu, entidade de controle para pessoas jurídicas, atende poucos e resolve pouco. As 30.000 chamadas em 2013, correspondentes a reclamações contra bares (59%), Igrejas (11% ) e obras ( 9% ), resultaram em 2% de autuações apenas. A PM, a quem cabe o atendimento a residências, dificilmente corresponde ao chamado. Quando está disponível, falta legislação para coibir e punir. E os ruídos do lazer, bem diferente do que disse Matarazzo, podem levar a loucuras. A negação do direito de dormir pode acarretar atitudes como vender o imóvel, dormir no carro, dar tiros ao ar, ou até no vizinho.

 

O alento vem de entidades como a “ProAcústica” , “Ouvido no Ruído” e de ações como este evento coordenado por Matarazzo e que se encerra hoje.

 

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

3 comentários sobre “Poluição sonora. Conscientização Já!

  1. Gostaria de comentar que moro em sp há 54 anos e que há alguns anos atrás era muito tranquila, mas hoje é impossível residir lá porque virou avenida,carros passam em alta velocidade e param com sons altíssimos com músicas horríveis (funk), e a polícia não faz nada, vizinhos que ouvem (funk) e não respeitam a lei do silêncio (perturbação da paz e sossego), carros que circulam com sons altíssimos pelas ruas e não respeitam o CNT (Art. 228), e é por isso que estou vendendo a minha casa e vamos mudar para o interior para poder ter uma vida melhor com minha família, pois, estou a ponto de qualquer dia cometer uma desgraça.
    Senhores Vereadores e autoridades policiais, façam cumprir as leis.
    obrigado pelo desabafo.

  2. Prezado Luiz acredito que no ponto que a cidade chegou em relação ao respeito ao próximo, particularmente referente ao barulho, terá que haver controle efetivo.
    Em Fortaleza, por exemplo, depois de abusos indescritíveis, medidas foram tomadas. Hoje, há 400 homens controlando e policiando o barulho. Inclusive ronda permanente.
    Aqui já tivemos a “Cidade Limpa”. Por que não poderemos ter a “Cidade Silenciosa”?
    Pena que você está saindo, pois certamente seria um reforço nesta luta.

  3. Em relação ao barulho moro em uma rua da periferia da zona sul ,a situação esta fora dos limites nós moradores estamos reclusos,dentro de nossas casas,são bares que funcionam sem fiscalização nenhuma ,são varias reclamações para a subprefeitura sem resposta.estamos literalmente abandonados ,nosso único direito e dever é pagar impostos.

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