Avalanche Tricolor: foi bem bom!

Grêmio 1×0 Cuiabá

Brasileiro – Arena do Grêmio, Porto Alegre/RS

Villasanti domina o meio de campo, em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Duas vitórias, três gols a favor e nenhum sofrido. A passagem por Porto Alegre foi positiva para o Grêmio. E para mim, também. Na quarta-feira, estava por aqui mas compromissos profissionais me impediram de ir até a Arena. Contentei-me em assistir à vitória na tela do celular. E o futebol jogado contra o Atlético do Paraná foi bem bom, como costumam dizer meus conterrâneos da capital.

Por raras que são as oportunidades de estar em Porto Alegre quando o Grêmio joga em casa, nesse sábado não faltaria de jeito nenhum à Arena. A despeito de o time escalado ser uma espécie de “misto quente”, como chamamos quando as equipes mesclam titulares e reservas, o que me importava era a chance que o calendário do campeonato me oferecia para vivenciar, mais uma vez, a experiência de estar na arquibancada.

Gritar e cantar em coro com toda a torcida, praguejar o lance distorcido e criticar a sinalização ou a omissão do árbitro é uma sensação incrível. Resgato minha infância, relembro da adolescência, das vivências e sofrências dos tempos em que morei em Porto Alegre e frequentava o Olímpico Monumental, bem ao lado da minha casa. 

A vizinhança com o velho estádio é ainda mais provocadora de emoções. Desde uma certa melancolia com os resquícios daquele monumento, atualmente depredado, até a alegria pelas memórias que deixei por lá. A caminho da nova arena, dou uma piscadela em direção ao Olímpico, em agradecimento por ter sido tão importante nessa linda relação de amor.

Com tantas memórias atiçadas, ao chegar na Arena, para assistir à partida contra o Cuiabá, é impossível não se sensibilizar. Mesmo que o time não repetisse o desempenho do meio da semana, é maravilhoso ouvir a torcida empurrando seus jogadores ao ataque, na batida dos tambores da banda.

Em campo, apesar de a ausência de titulares, foi importante perceber como alguns jogadores evoluem e outros confirmam nossa admiração. Na lateral direita, por exemplo, João Paulo amadureceu e se estabilizou na posição. É protagonista em campo. 

No meio, Villasanti e Cristaldo são imprescindíveis. O paraguaio comanda o time e preenche todos os espaços do campo com precisão no desarme e ótima distribuição da bola. O argentino não para de fazer gols. Foi dele o que nos deu a vitória nesse sábado. Uma menção honrosa para Du Queiroz que talvez tenha feito sua melhor partida desde que chegou ao Grêmio.

No ataque, Gustavo Nunes, mesmo jogando invertido, é atrevido com a bola e refinado no drible. Enquanto Soteldo demonstra que está recuperando o desempenho que havia nos impressionado nas rodadas iniciais do Campeonato Gaúcho, antes de sofrer uma lesão grave. O baixinho chama o jogo para si, encara a marcação e é valente para suportar os defensores mais violentos. 

Verdade que sofremos além do que deveríamos, considerando que abrimos o placar ainda no primeiro tempo e estarmos diante de um adversário que até aqui não venceu nenhuma partida. Mas os três pontos conquistados foram mais do que suficientes, nessa sequência dura e até decisiva de partidas que estamos tendo nas duas competições que disputamos no momento.

Como disse no início deste texto e ratifico, o saldo foi bastante positivo nessa passagem do Grêmio por Porto Alegre. O meu, também. E não apenas por ter conseguido assistir ao meu time. Também, por estar com a família querida que vive por aqui; por ter tido sucesso nas atividades que estavam programadas; e pela satisfação de saber que amigos, colegas e pessoas que considero muito reconhecem o valor da jornada profissional que iniciei há 40 anos, nesta cidade. 

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