Direto da Cidade do Cabo
São Paulo não ficará fora da Copa do Mundo de 2014. Pode perder a festa de abertura, mas não as partidas. A cidade é a maior, mais rica e mais importante do País – ok, não é a mais bonita – e capital do Estado que abriga boa parte das empresas e investidores com dinheiro para a construção de estádios e infraestrutura urbana. Nem aos cartolas do futebol interessaria a ausência paulistana, o que não significa que estejam preocupados com o fato de a abertura da competição ser feita em outro lugar – no próprio Rio, talvez, onde se planeja a final da Copa.
A cidade, porém, corre outro sério risco com a confirmação da notícia de que o projeto de reforma do estádio do Morumbi foi rejeitado pela “Famiglia Fifa”, conforme noticiamos no programa Arena Terra, do Portal Terra, nessa quarta-feira. O Pacaembu, estádio municipal, se transformaria em um enorme, grande, gordo e caro elefante branco.
O estádio seria uma alternativa, precisaria de reforma, ampliação dos atuais 40 mil lugares, rebaixamento do campo para criação de camarotes, cobertura e muito cuidado para não mexer na arquitetura protegida pelo patrimônio histórico. A Arena do Palmeiras também teria alguma chance, segundo o coordenador local do Comitê Paulistano da Copa 2014, Caio Carvalho. É ele, aliás, quem tem ressaltado que colocar dinheiro público em estádio novo é crime.
Porém, a pressão para a construção de uma arena multiuso aumentará e muito, com o Morumbi descartado. O plano B, negado até a morte pelas autoridades do município, talvez tenha de sair do papel, e se concretizar em terreno no bairro de Pirituba, na zona norte da capital. A arena teria capacidade de até 50 mil lugares, não chegando aos 65 mil que a Fifa exige para que a festa da abertura da Copa ocorra na capital. Dependendo de quem fizer a conta, o custo deste estádio pode variar de R$ 500 mi a R$ 1bi. A intenção é torná-lo parte de um complexo com centro de convenções, exposições e hotéis, onde seria realizada a Expo Mundial de 2020 (a cidade é candidata séria para o evento).
Há quem aposte que com dinheiro em caixa, o estádio estaria pronto em 30 meses, mesmo levando em consideração licenciamento, projeto, licitação, construção e outras necessidades. Porém, não se pode esquecer do desenvolvimento daquela região com ampliação do sistema de transporte, saneamento e comunicação, por exemplo. Ou seja, muito recurso público teria de aparecer.
Empurrando a ideia do Piritubão – apelido que, por si só, não contribui para a imagem do projeto – estaria o Corinthians, haja vista o esforço de Andrés Sanches em espalhar pelos bastidores a informação da falência da reforma do Morumbi desde que desembarcou na África como chefe da delegação brasileira. O novo estádio na zona norte seria construído com o meu, o seu, o nosso dinheiro para depois da Copa de 2014 ser negociado com o Corinthias nos mesmos moldes do Engenhão, no Rio de Janeiro, que hoje está sob o comando do Botafogo.
A encrenca que mais me preocupa, porém, está longe da zona norte paulistana.
A cidade precisará arrumar os R$ 5 mi necessários para manter em pé o Complexo Municipal do Pacaembu – estádio, ginásio, piscina e demais instalações, descontando o Museu do Futebol. Boa parte do dinheiro, atualmente, vem do aluguel para o Corinthians que paga entre R$ 17 mil e R$ 20 mil ou até 15% da renda do jogo, dependendo o que for maior. Mesmo com a participação do clube paulista, o prejuízo que a cidade tem como o Pacaembu é de aproximadamente R$ 1,5 mi por ano.
A prefeitura, ano passado, retomou a discussão com objetivo de negociar a concessão pública para o Corinthians ou qualquer outro clube disposto a encarar a conta de R$ 200 mi para administrar a casa, nos próximos 30 anos. E o fez porque sabe das dificuldades que tem para manter o local, considerado patrimônio público do município.
Sem o Morumbi na Copa 2014, com dinheiro sendo colocado no Piritubão para depois ser entregue ao Corinthians, a cidade terá de arcar sozinha com os custos de manutenção do Pacaembu que se transformará em estádio para ‘barrigudo’ jogar nos fins de semana. A conta vai ficar gorda, e nós – contribuintes – teremos de carregar nas costas este peso.
O Pacaembu pode ruir se o Piritubão for construído.
Algumas perguntas à FIFA , ou à CBF:
1.As demais sedes apresentaram garantias financeiras adequadas?
2.Os demais projetos estão todos de acordo com as exigências similares ao MORUMBI?
3.Por que descartar o MORUMBI da COPA e não apenas da Abertura?
4.Por que exigir do MORUMBI mais do que o exigido na África do Sul?
Olá Milton,
Temos que prestar atenção a cada passo dos nossos governantes que já afirmaram que não haverá dinheiro público para a construção de uma nova Arena.
O problema é que o Brasil tem know how no uso do jeitinho brasileiro, ou seja, é muito fácil enganar o povo prometendo investimento privado e depois com o andar da carruagem transformar tudo em responsabilidade pública.
Em outras palavras, no final quem acaba pagando é o povo mesmo.
Vamos ficar atentos e vamos vuvuzelar tudo o que nos prejudicar como cidadãos paulistas e brasileiros!
abraços
Oi Milton,
Ao assistir na TV ontem entrevistas do Prefeito de São Paulo, Governador de São Paulo e Presidente do Brasil cheguei a uma conclusão: isso chama-se política…e das mais xuxulentas! É PSDB (em São Paulo) vs PT (Brasília. A Copa).
2014 é a Copa do Luizinho e aí o Zézinho e seu partido querem mais é que tudo desande.
Aí, após as eleições, ganhe quem ganhar, vai ser aquela correria para aumentar impostos, arrancar dos nossos salários algum dim-dim pra tapar os buracos de 2014.
E cá pra nós…buraco é uma coisa que São Paulo tem know-how de sobra, hein?
Abs
Ciça Lopes
Ola Milton
ao meu ver, não existem explicações palusíveis para a exclusão do Morumbi.
Não me convenceu e acredito que a muitos outros também.
Onde tem fumaça tem fogo!
Ai tem algo a mais que ainda não conseguimos saber.
O que será ou serão?
Ficam ai asperguntas.
Será porquê trata-se de São Paulo e do São Pauylo futebol Clube?
No final das contas e claro, contas superfaturadas, o Estado de São Paulo vai arcar financeiramente com as construções dos Elefantes Brancos que serão feitos pra 70 mil espectadores em cidades que não comportam 20 mil.
E S.Paulo onde mais se arrecada recebe do governo federal 11 ou 12 % de repasse de verba de tudo que arrecadou.
E eu ainda tenho que dormir com um barulho desses