Assistir ao Corinthians bi campeão mundial à distância torna a tarefa mais fácil, pois não somos provocados pelos amigos nem incomodados com vizinhos fogueteiros, além de nos oferecer a dimensão exata do feito. O mundo não para para ver a final nem o mundo acaba, como ironizou o site do diário Daily Mail, refletindo a frustração e surpresa dos britânicos com a derrota do Chelsea. Nesta pequena e rica cidade de Ridgefield, no estado americano de Connecticut, onde aproveito as férias, ninguém acordou as cinco e meia da manhã como eu, encarou a madrugada com frio próximo de zero, prenunciando uma semana com neve, para ver uma partida de futebol, por mais importante que esta seja no calendário esportivo. O noticiário por aqui está ocupado pelo trágico ataque às crianças de uma escola a duas cidades de distância. Amanhã, quando os jornais da região circularem, provavelmente, darão nota em roda pé para o resultado da final, se tanto.
Se o isolamento do sofá que encontrei para ver o jogo no único canal que transmitia a partida diminui o impacto da conquista alcançada pelo Corinthians, também ficamos menos propenso a secar o concorrente do futebol brasileiro, exercício comum e saudável entre nós torcedores. E talvez este tenha sido um dos motivos que me levaram a admirar a vitória corintiana muito mais do que admiraria a oportunidade de brincar com a cara de derrota dos meus amigos. No jogo jogado, o Corinthians mereceu a vitória, mesmo que para isto tenha se destacado o goleiro Cássio, aquele guri que fazia suas defesas lá na Azenha, antes de ganhar o mundo. O desempenho dele serviu para ressaltar a força do adversário que os brasileiros enfrentavam. E não me venham com este papo de que os ingleses desdenhavam a competição, basta ver a cara de alguns de seus jogadores após a derrota. Eles não tiveram é capacidade de superar a marcação e conter as investidas do Corinthians, que reproduziu em campo muito do que sua direção e comando técnico fizeram durante estes últimos anos.
Independentemente de qualquer avaliação mais invejosa que você possa fazer sobre o título mundial do Corinthians, impossível não enxergar que o clube está bem mais organizado que a maioria dos seus adversários no Brasil. Houve investimento na infraestrutura – o primeiro estádio está em construção – e planejamento de longo prazo. Apostou no equilíbrio do elenco, no qual estão jovens talentos e experientes jogadores, e reuniu gente de toque de bola apurada e atletas de muita determinação para conquistar o título. Soube capitalizar a força de seus torcedores tanto quanto soube conter a pressão desses mesmos que, há pouco mais de um ano, queriam a saída de Tite logo após a desclassificação contra o Tolima, na Libertadores. E sobre o técnico uma menção especial: é criativo e inteligente, e usa estas habilidades com a mesma coragem que demonstra desde que foi campeão da Copa do Brasil, em 2001, a frente do meu Grêmio contra o Corinthians, no estádio Morumbi.
O título mundial é importante também para os demais clubes brasileiros, pois reduz, ao menos temporariamente, a sensação de inferioridade que muitos temos em relação a Europa – sentimento curioso para quem mais conquistou títulos mundiais de seleção e tem espalhado craques por todos os cantos onde se jogue bola. Ratifica a ideia de que administração bem organizada forja campeões tanto quanto futebol não é apenas emoção. E, como o mundo não vai acabar mesmo, levará torcedores a cobrar mais competência dos cartolas de seus times.
De minha parte, sigo as férias e aproveito o intenso frio para tomar um chimarrão, saudar o Corinthians e lembrar os “gremistas” que fizeram parte desta conquista.
É isso aí Milton. Estamos sentindo a sua falta ancorando o Jornal da CBN. Parabéns pela análise sensata. Apesar de ser corinthiano, considero um exagero esse estado de êxtase beirando a insanidade. Mas muito disso é estimulado pelos veículos de comunicação, e você também compreende bem esse fenômeno. Aproveite as férias. Até a volta, forte abraço!
Lettieri,
E me entenda por completo: a festa é bem-vinda, a alegria é incontida e a satisfação pelo
título merecida.
Boa Milton !!
Eu Palmeirense,não posso de maneira nenhuma deixar de parabenizar essa conquista do futebol brasileiro.Falo isso porque é muito triste ouvir de alguns “jornalistas esportivos” que temos que aprender com o futebol europeu,e outro monte de besteiras.
Viva o futebol brasileiro !! e Peruano também !!
Abs
Gallo,
Irônica estava a entrega do prêmio dos melhores do jogo. Bronze para o peruano que joga no Brasil; prata para o brasileiro que joga na Inglaterra. E os atrevidos poderiam dizer que na final entre brasileiros e ingleses, o melhor foi um gaúcho (calma gente, é só uma brincadeira)
Milton, muito bem colocado o seu post, principalmente na questão da inferioridade de alguns brasileiros e da falta de percepção de outros, com relação a pouca importância que os europeus dão ao mundial de clubes.
A vitória do Corinthians dá uma grande contribuição ao analisarmos as caras da turma derrotada hoje. Além disso é só dar uma passada pela internet nos jornais do mundo inteiro para verificar a divulgação do feito corinthiano. A reação do THE SUN é definitiva para constatar o importância do jogo de hoje.
O complexo de “vira lata” com o tempo via ficando para trás.
A unica coisa que incomoda é o CET fechar a Paulista, que até então era proibida para as comemorações dos demais times de São Paulo.
Carlos,
Vou te falar: com a dimensão desta torcida, parece difícil usar os mesmos parâmetros.
A gente consegue assistir, analisar e dizer que foi merecido o título ao Corinthians, embora tenha torcido para o time de azul (algo bastante óbvio), coisa que não consegui fazer na final de 2006. Boa a tua sacada em dizer que o melhor em campo foi um gaúcho e ainda por cima, criado na Azenha!
Mas é coisa de faro jornalístico teu estar a poucas milhas do assunto americano no momento. Abr.
É sr Milton…..o Tite entende do riscado. Tanto é que se olharmos o time do Corinthians, veremos que tem jogador ali que engana bem. Só que com boa disposição prá jogar,(sic).
Abraços
As vitorias do São Paulo no sul americano, mesmo por WO e ontem do Corinthians, certamente contribuirão para que o mundo possa reavaliar o verdadeiro futebol brasileiro e seus conceitos.
Parabéns ao Cotinthians e a sua torcida pela brava vitoria de ontem!
Em evidencia o goleiro!
Milton, a vitória do Corinthians foi muito bom para o futebol brasileiro. Sou Santista e reconheço que foi uma vitoria para calar os gringos. Mas uma coisa que sempre vejo na cidade em dias de final de campeonatos aqui em Sampa e nisso incluo o Santos, São Paulo, Palmeiras e Corinthians e até mesmo a Seleção. Basta um desses times de SP ganhar um titulo que o mototista-torcedor anda na contra-mão, dirige bebado, corre além da velocidade, sobe nas calçadas, motoristas não usam cintos de segurança, picapes andam lotados de gente na carrocerias onde a lei proibe esse tipo de coisa, carros bloqueiam ruas dos bairros e por ai vai. Mas nessas horas a Policia e CET simplesmente assistem a esses absurdos. Como citei lá no texto: São torcedores que acham que só porque o time ganhou vale-tudo na cidade.
Não esqueço que,quando Tite se tornou campeão gaúcho e,no Terceiro Tempo,programa criado pela Rádio Guaíba,mas registrado por Milton Neves,a equipe esportiva fazia a seleção do campeonato. Repito a minha: Tite;Tite,Tite,Tite,Tite,Tite,Tite,Tite,Tite,Tite,Tite. Afinal,Adenor Bachi foi campeão derrotando o Grêmio. E o seu time não era lá esses mundos. Não me envergonho de dizer que fui um dos primeiros a vibrar quando Tite foi contratado peloo Imortal.
Rsrs, dale Timão !!!
Seu Felix ficou feliz !!!
.
ass: Douglas Silvino
177141108137VA189120204154L90()X6DC1.1MEUNPE0129241212PTI025
.
http://sapatariado.wordpress.com/