Por Carlos Magno Gibrail

reprodução de imagem do SporTV
Na semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior, segunda-feira, em Barueri – região metropolitana, o futebol foi ignorado pelo árbitro Thiago Luis Scarati, ao dar inicio do segundo tempo da partida entre São Paulo e Internacional, num campo cujo piso estava totalmente alagado e recebendo enorme quantidade de raios nas proximidades.
A assustadora imagem de uma imensa poça de água protagonizada por um festival de raios e trovões não foi suficiente para Scarati absorver um mínimo de equilíbrio mental e paralisar a partida, que jamais deveria ter sido reiniciada.
Só mesmo a força da natureza, embalada em um raio que caiu nas proximidades dos jogadores, fazendo com que vários atletas sentissem nos pés a alteração gerada e um repórter da Globo tivesse seu corpo absorvido parte da descarga, fez com que Thiago Luis paralisasse o jogo.
O futebol e os demais esportes que se profissionalizaram têm se curvado ao capital que os mantém. Entretanto, é hora de proteger os atletas, também valiosos e valorizados pelo mesmo capital.
A melhor forma deverá ser a criação de normas de condições mínimas para a prática de cada modalidade. E, neste caso, o futebol está atrás de vários outros esportes que já possuem limites. É evidente que deixar a critério de uma única pessoa, que no caso do futebol nem é profissionalizada, não funciona e estaremos correndo riscos como o de Barueri.
A grande desvantagem do futebol no contexto geral dos esportes é que os jogadores são a parte de menor poder em todo o sistema. Os atletas por várias vezes tentaram um espaço mais participativo, mas pelas ameaças de clubes e federações nunca lograram sucesso.
Os recentes astros aposentados poderiam abraçar esta missão, principalmente os que tiveram maior notabilidade na carreira e aptidão de comunicação.
De pé de obra à mão de obra com microfone na mão.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.