Por Carlos Magno Gibrail
O e-commerce além de competir com o mundo físico do varejo está tornando as compras realizadas em suas lojas mais racionais. Os consumidores dos mercados mais desenvolvidos estão indo menos aos shoppings para “ver vitrines”, devido a facilidade de informações disponíveis nos meios eletrônicos. Ou seja, para uma determinada quantia de vendas o tráfego relativo tem diminuído, pois os clientes veem menos vitrines e mais internet.
Esta instigante observação foi publicada no Mercado & Consumo, segunda-feira, em artigo do consultor Marcos Gouvêa de Souza. Ele partiu do grande número de lojas fechadas recentemente nos Estados Unidos.
A RadioShak está fechando 1.000, a Toy R Us fechou todas, a Ann Taylor e Loft fecharam 250. Na Europa até a Zara está fechando unidades, assim como a C&A e a HM.
O motivo evidente é o reflexo do comércio eletrônico. Embora os números atuais mostrem ainda uma incipiente participação do eletrônico no varejo total. Na China 24%, na Coreia do Sul 18%, na Inglaterra 15% e nos Estados Unidos 10,5%. Entretanto o impressionante crescimento comparativo entre o virtual e o físico justifica a forte influencia no varejo total. No mínimo, o virtual apresenta o dobro de aumento em relação ao físico.
Agregando a este cenário os recentes números de queda de tráfego nos centros de compra chega-se a causa da redução de pontos de venda físicos. Cuja causa vai além do comércio eletrônico como vendedor, mas também como fornecedor de informações. Até mesmo para a compra presencial.
Neste contexto, o Brasil se diferencia. Pela crise econômica, que se estima fechou 200 mil lojas. Pelo pequeno 4% de participação nas vendas totais do varejo. E pelo atrativo que os Shopping Centers exercem sobre os consumidores brasileiros. Portanto, esta nova tendência deverá chegar mais tarde. Tempo ideal para um melhor preparativo para o futuro.
Para tanto será conveniente considerar que do lado da tecnologia dos dados deverá chegar recursos que incluirão os atributos sensoriais tornando a experiência digital mais real.
Do lado físico, os atributos humanos de atendimento acoplados a novas tecnologias deverão permear a relação entre comprador e vendedor.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung