Varejo internacional no Brasil: fracasso e oportunidade

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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As grandes marcas do varejo mundial de moda não passam por um momento de sucesso no mercado brasileiro.

 

A consultoria SONNE Consultoria apresenta estudo sobre as principais operações internacionais e seus desempenhos, em reportagem publicada no Blog “O negócio do varejo”:

 

C& A, desde 1976, hoje baixa os preços e anuncia fechamento de 12 lojas.
Zara, que começou em 2000, oferece produtos para as classes A e B, enquanto no exterior atende B e C.

 

Kate Spada ficou 5 anos e fechou as 8 lojas.

 

Gant começou em 2008 e findou em 2014. Planejava abrir 20 unidades.

 

Topshop abriu sua primeira loja em 2012 e com problemas de custo de ocupação saiu em janeiro deste ano fechando as 3 unidades.

 

Gap veio em 2013 tendo o Gep (Cori e Luigi Bertolli) como máster franqueado. Está em Recuperação Judicial culpando o alto custo da importação.

 

Forever 21 chegou em 2014 e, hoje, se especula que apresenta baixa rentabilidade.

 

H & M abriu empresa em São Paulo, em 2014, e desistiu alegando altos custos de instalação, manutenção e importação.

 

A Sonne Consultoria, através de seu diretor Maximiliano Bavaresco, afirma que o ambiente no Brasil dificulta a operação do grande varejo:

 

“esses modelos de negócios dependem de uma cadeia de produção e de um sistema de logísticas muito eficientes, com capacidade de entrega e adaptação a mudanças na demanda que não temos”.

 

“Se optam pela importação o problema é maior, pelo câmbio, pelas tarifas e pela burocracia”.

 

Acredito que falta uma questão: será que além de neutralizar os entraves apontados, operacionais e burocráticos, essas empresas não deveriam se adaptar ao consumidor brasileiro?

 

O português José Neves, CEO da Farfetch, um e-commerce de sucesso global, entrevistado por Jorge Grinberg no mesmo blog afirma:

 

“O comportamento do consumidor brasileiro é muito distinto, aqui ele demanda muito mais serviços como compras parceladas, personal shoppers, entre outros”.

 

À observação de Neves, podemos acrescentar o exemplo nativo da Renner, que se transforma em varejo responsivo às demandas do consumidor atual, com sortimento, preço adequado e serviços.

 

Culpar o mercado que se quer conquistar em vez de estudá-lo certamente não é o caminho do sucesso.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

4 comentários sobre “Varejo internacional no Brasil: fracasso e oportunidade

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